Interpretação de Números 13
Números 13
D. A História dos Espiões. 13:1 – 14:45.
Os espiões avançaram com ordens de Moisés
para observarem se a terra de Canaã era boa ou má, cheia de matas ou nua, se
eram muitos ou poucos seus habitantes, se eram fortes ou fracos, se eram
nômades que habitavam em tendas ou se já haviam se estabelecido há muito com
fortalezas muradas. Depois de uma exploração de quarenta dias, do Neguebe até
os limites de Hamate, os espias retornaram. Todos concordaram que a terra
marrava “leite e mel”, mas dez deles ficaram tão profundamente impressionados
com as fortalezas e a estatura gigantesca dos habitantes que incitaram uma onda
de opiniões contra qualquer tentativa de tomar a terra.
Só Calebe e Josué tinham confiança em que
“Se o Senhor se agradar de nós, então nos fará entrar nessa terra, e no-la dará”.
A súbita aparição da glória do Senhor salvou os dois espias fiéis de serem
apedrejados. O Senhor propôs a Moisés destruir o povo para formar do próprio
profeta uma nação maior. Mas Moisés intercedeu eficazmente por Israel. Ele
defendeu a necessidade de preservar a honra de Deus diante dos pagãos, que
certamente diriam, “o Senhor não foi capaz”. E ele também apelou para a
paciência e misericórdia de Deus. O Senhor perdoou o povo mas também o
castigou, declarando que aquela geração que tinha murmurado e se rebelado não
veria a Terra Prometida. O povo de Israel, grato pelo perdão mas não
compreendendo o significado pleno do castigo prometido, tomou a decisão de
agora obedecer naquilo que antes tinha desobedecido. Apesar da advertência de
Moisés, subiram para lutar contra os amalequitas e cananeus. Foram
completamente derrotados e tiveram de retroceder para Hormate.
Números 13
2. Envia homens que espiem a terra. De acordo com Dt. 1:22, Deus condescendeu
a um pedido do povo para que a terra fosse investigada. O Senhor não opôs
objeção quanto a tal inteligente aproximação. Contudo, a subsequente falta de
fé de Israel, torna-se ainda mais vergonhosa à luz do unânime testemunho dos
espias que disseram que a terra era frutífera, exatamente como Deus tinha
prometido que seda.
4. São estes os seus nomes. A teoria de que os nomes singulares desta
lista se encaixam em algum outro período melhor do que no de Moisés não pode
ser comprovada. A própria singularidade dos nomes é evidência de que vieram do
período heróico da história de Israel e que não são produto de autores
posteriores.
16. E a Oseias . . . Moisés chamou Josué.
Moisés acrescentou o
nome do Deus da aliança (yhwh) ao nome de Oseias (“libertação”), Este
nome de Deus foi traduzido Jeová algumas vezes na E.R.C. e Senhor na E.R.A. De
acordo com Êx. 3:14,15, o nome indica Deus como o grande “EU SOU”, eterno e
pessoal em Seu Ser. Também lembrava a Israel que Ele era o Autor da Aliança.
Aquele que fez as promessas aos pais – Abraão, Isaque e Jacó. Colocar este nome
da Divindade como um prefixo a um nome pessoal foi o começo de uma grande
tradição que enfrentou o progressivo teste com as divindades cananitas,
especialmente Baal.
17. Subi ao Neguebe. Eles se dirigiram pala o norte, “através
do Neguebe” ou “deserto”. Neguebe foi traduzido “sul” (outras traduções)
porque fica ao sul de Canaã.
18. Vede a terra. . . e o povo. Este reconhecimento teve a intenção de
determinar se a terra era boa ou não, se o povo era forte ou fraco, se habitava
em cidades muradas como seus donos permanentes ou em tendas como beduínos.
Séculos mais tarde, quando os assírios inventaram a guerra por meio do cerco
das cidades, usaram maquinaria pesada e grupos de engenharia para tomar as
cidades muradas; e mesmo então levava anos. Do ponto de vista humano, Israel
tinha de enfrentar um inimigo formidável.
21. O deserto de Zim até Reobe, à entrada
de Hamate. Viajaram
de um local que ficava bem ao norte de Cades até uma cidade chamada Reobe, que
ficava perto ou “na direção” da entrada do antigo reino de Hamate, cuja
antiguidade se reflete em Gn. 10:18.
22. Edificada sete anos antes de Zoã. Zoã era a grega Tanis, uma cidade à leste
do delta do Nilo. Tal como a hebraica Sor tornou-se a grega Tyr (o),
So'an tornou-se Tan (is). Hebrom desempenhou papel importante
na vida dos patriarcas (Gn. 13:18; 23:19), o que faria este versículo se
referir aos tempos pré-abraâmicos. A referência, contudo, pode ser à
reconstrução dessas cidades no tempo dos hicsos. A ligação entre Zoã e Hebrom
na tradução hebraica teria mais provavelmente ocorrido depois que o Egito
esteve sob o governo semita (dos hicsos), especialmente porque Zoã foi a
capital do Egito hicso e provavelmente a residência de Faraó no tempo de
Moisés.
24. O vale de Escol. A palavra para vale é nahal,
significando “um leito fluvial seco”. Esses “wadis” geralmente guardavam água
logo abaixo da superfície muito tempo depois das chuvas terem cessado e assim
contribuíam pala a fecundidade da terra. Escol significa “agrupamento”. Alguns
ligam este nome ao de um governante que viveu nesta época em tempos anteriores
(veja Gn. 14:13).
28. O povo . . . é poderoso, e as cidades
mui . . . fortificadas. Os espiões trouxeram um relatório concreto sobre a terra. Com este
relatório ou palavra (deibeir, v. 26) Josué e Calebe concordaram (vs.
26.29). Foi no relatório pernicioso (dibbat, “uma difamação”, “um boato”,
v. 32) que eles objetaram.
30. Calebe ... disse: Eia! subamos, e
possuamos. Calebe
tinha confiança nAquele que dera provas a respeito de si mesmo até então.
Moisés expressou a característica atitude de Calebe quando disse: “O Senhor
vosso Deus . . . pelejará por vós, segundo a tudo o que fez conosco... no
Egito; como também no deserto” (Dt. 1:30, 31). Certamente prevaleceremos contra
ela. Foi depois desta expressão triunfante de fé que os dez espiões começaram
sua campanha difamatória (infamaram, v. 32). Isto foi o suficiente pala
torná-los objeto do desprezo divino.
32. Infamaram a terra. O hebraico diz: Espalharam uma
difamação da terra, o que sugere que deram início a uma campanha de
difamação contra os dois homens fiéis. È terra que devora os seus moradores.
Isto não significa que a terra fosse pobre - eles mesmos provaram o contrário -
mas que muita gente brigava por causa dela justamente por ser tão boa.
33. Gigantes (os filhos de Enaque. . .). Alguns sugerem que os espiões imaginassem
que havia gigantes por ali, quando viram os grandes muros, alguns de até
15,24ms de altura, supondo que só gigantes poderiam tê-los construído. Mas as
medidas do estrado da cama do Rei Ogue dados em Dt. 3:11, testificam da
existência de uma raça de pessoas anormalmente grandes. Dt. 2:10, 20 e Gn. 14:5
indicam que no tempo dos patriarcas existiam “gigantes” que recebiam diversas
designações locais (emins, zuzins e refains). No hebraico de Dt. 2:11 os
enaquins são chamados refains (traduzido para “gigantes”). Josué
11:22 conta-nos que os enaquins permaneceram em três das cidades filisteias -
Gaza, Gade e Asdode (Jr. 27: 5, LXX). A família de Golias em Gade poderia
descender dessa gente, pois em II Sm. 21:16.22 e em I Cr. 20:4-8 esses gigantes
filisteus são chamados de filhos de Reipei'.
Os textos de Ugarit do século quinze mencionara os refains (C.H. Gordon,
Ugaritic Literature, págs. 101-103), que provavelmente não eram “sombras
dos mortos” mas realmente essa mesma gente poderosa (cons. ilnym ugarítico
e ‘elim hebraico; Jó 41:17, Bíblia Hebraica; 41:25, Inglesa) do norte,
de onde veio a utilização do ferro (cons. o estrado da cama de Ogue).
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