Significado de Números 10
Números 10
10.1,2 — As duas trombetas de prata eram diferentes
das trombetas de chifre de carneiro (Lv 25.9; SI 81.3). Feitos de prata
batida, estes instrumentos eram compridos e tinham uma boca ostentosa,
como as posteriores trombetas medievais europeias. Visto que não possuíam
pistões, eram tocadas como um clarim. O padrão consistia do seguinte: a
nuvem começava a mover-se, as trombetas soavam, e as pessoas levantavam
o acampamento e deslocavam-se conforme a ordenação dos toques. Quando a
arca, o símbolo da divina presença, era movida, Moisés recitava
as palavras do cântico do triunfo (v. 35).
10.3,4 — O número de trombetas que soavam e os
tipos de notas que emitiam eram sinais para os vários grupos que estavam
no acampamento, bem como para as pessoas em geral. Por isso, o uso da
expressão: quando tocar uma só — um toque específico para os príncipes e
cabeças das tribos se reunirem.
10.5-8 — Mesmo quando as trombetas soavam, não deveria
haver uma desorganizada correria do povo. O tom que rege este trecho bíblico é
o da disciplina e da ordem. Deus é o Deus da ordem, e isto se refletia nas
atribuições dos israelitas no acampamento (1 Co 14.40; Ef 4).
10.9 — As trombetas funcionavam como
um sinal para convocar o povo para reuniões e, posteriormente, para o
exército reunir-se a fim de sair à peleja. O som desses instrumentos
convocava os israelitas para a guerra. Além de exercer a função de sinal
de alerta em certas ocasiões, o toque da trombeta se tornou um símbolo da
convocação de Deus e um lembrete de que o Senhor dos Exércitos estava
entre os israelitas.
10.10 — As trombetas também eram
tocadas no contexto de adoração, especialmente nas datas festivas e
nas celebrações do começo do mês. A expressão Eu sou o Senhor, vosso Deus indica que o que está
por vir é precedido de uma revelação da vontade do Senhor. Além disso,
essas palavras servem como uma bênção sobre o povo no início de sua
marcha.
10.11 — Finalmente, o tempo certo
chegou para que os israelitas se pusessem a postos, a fim de iniciar
a jornada triunfal para a qual Deus os preparara há algum tempo. Quando a
nuvem se ergueu de cima do tabernáculo, o povo levantou acampamento e
partiu. A nuvem era o símbolo da presença de Deus, de Sua proteção e
orientação. Sendo assim, o povo poderia marchar sem medo rumo ao desconhecido.
10.12,13 — Este versículo é uma espécie de resumo do
início da marcha. O deserto de Parã fica localizado ao nordeste
da península do Sinai, ao sul de Neguebe, a área deserta abaixo de Judá, mas
não foi de fato alcançado pelos israelitas até Números 12.16. Parã
representava uma boa localidade para realizar uma das paradas, pois estava
longe das cidades fortificadas que ficavam na direção do Egito, no oeste.
Uma combinação de orientação divina e humana
A forma como Moisés guiou Israel pelo deserto serve
como um modelo instrutivo para os cristãos que buscam por orientação no
complexo mundo de hoje. Por um lado, o profeta convidou um parente, Hobabe,
para servir de guia (Nm 10.29-31). Por outro, ele continuou a seguir a
impetuosa nuvem da presença de Deus (Nm 10.34; 9.15-23). Moisés usou uma
combinação de orientação divina e humana para liderar Israel até a Terra
Prometida.
A nuvem ígnea, as tábuas de pedra, a Lei e outros
tipos de comunicação vindos de Deus representavam os meios mais importantes de
orientação. Entretanto, para muitas, se não para a maioria, das decisões
cotidianas o julgamento humano e a sabedoria — tal como o conhecimento de
Hobabe do deserto, foram necessários. A aparição de Hobabe neste ponto é
bastante interessante. Um pouco antes, o sogro de Moisés o aconselhara na
questão dos líderes que poderiam auxiliá-lo no julgamen-to/orientação do povo
(Êx 18.17-23). E agora, Moisés fez um forte apelo a Hobabe para que este fosse
“os olhos” [o guia] do povo (Nm 10.31). 0 profeta sabia qual era o valor
dos recursos humanos.
Na verdade, o texto não diz se Hobabe cedeu aos
insistentes apelos de Moisés. Pode ser que Hobabe tenha retornado à sua terra
natal e ao seu povo como era a sua intenção inicial (Nm 10.30). Mesmo que ele
tenha voltado, a combinação da liderança divina e humana permaneceu, pois
Moisés, Arão, Miriã e os líderes mencionados anteriormente continuaram a tomar
decisões. Isso não anula absolutamente nada da liderança divina. Em vez
disso, tal fato demonstra que Deus usava várias formas para guiar o Seu
povo. Nós, que buscamos por orientação nos dias de hoje, precisamos prestar
atenção à revelação celestial — particularmente na Bíblia, a Palavra de
Deus escrita—, mas também necessitamos recrutar, ouvir e seguir aqueles a
quem Deus presenteou com o discernimento e a liderança.
10.14-28 — Este trecho bíblico, como muitos outros em
Números, transmite um sentido de esplendor, de drama e de esquema
ordenado. A passagem em questão foi feita para ser lida em voz alta,
como uma narrativa da fidelidade de Deus para com todo o Seu povo, e a
resposta deste acerca de Sua orientação. A repetição do nome de cada
tribo (capítulos 1 e 7) deve ter soado como uma declaração eloquente
naquele tempo. Esperava-se que esses nomes fossem
celebrados eternamente como os líderes da primeira geração de
israelitas que levaram suas tribos até Canaã. Entretanto, por causa dos
acontecimentos que se seguem (capítulos 11 a 14), tais nomes
carregam certa tristeza. Os líderes não chegaram ao seu destino, a
Terra Prometida. Em vez disso, foram enterrados no deserto.
10.29-32 — Reuel (identificado também como Jetro)
é mencionado em Êxodo 2.18-21 como o sacerdote de Midiã que ajudou Moisés,
e concedeu a este sua filha Zípora para servir-lhe de esposa. Moisés convidou
Hobabe, filho de Reuel, para se juntar a Israel em sua jornada
triunfal. A princípio, Hobabe declinou do convite.
Entretanto, por causa da insistência de Moisés, o
filho de Reuel continuou com os israelitas (Jz 1.16), servindo de guia do
povo no deserto. Neste exemplo de evangelismo no Antigo Testamento, Hobabe
juntou-se ao destino de Israel exatamente como Rute, a moabita, faria mais
tarde (Rt 2). Associar-se a Israel não era apenas uma questão de mudança
de moradia, mas envolvia uma transformação radical da vida e do objetivo
de um indivíduo, pois este deveria focar-se dali em diante no Deus vivo.
10.33,34 — Assim partiram do monte.
Estas resumidas palavras representam toda a graça e toda a
misericórdia. À medida que as lemos, esperamos plenamente que toda a jornada se
dê com similar orientação e aprovação divina até que a vitória seja
completamente atingida.
10.35,36—Levanta-te, Senhor
e volta, 6 Senhor são as palavras de um cântico triunfal. Não
são um montra, mas uma ode poética sobre a presença de Deus
entre Seu povo e uma oração, para que Sua presença seja efetiva na vida
das pessoas. A expressão muitos
milhares equivale a uma grande quantidade de pessoas.Índice: Números 1 Números 2 Números 3 Números 4 Números 5 Números 6 Números 7 Números 8 Números 9 Números 10 Números 11 Números 12 Números 13 Números 14 Números 15 Números 16 Números 17 Números 18 Números 19 Números 20 Números 21 Números 22 Números 23 Números 24 Números 25 Números 26 Números 27 Números 28 Números 29 Números 30 Números 31 Números 32 Números 33 Números 34 Números 35 Números 36
2 comentários:
Amém, gloria a DEUS!!
É interessante notar que os Gersonitas partiam na frente levando o tabernáculo (Nm 10.17) e somente "mais tarde" partiam os Coatitas levando as coisas santas (objetos) do tabernáculo (Nm 10.21). Quando chegavam os Coatitas com as coisas santas já estava "montado" o tabernáculo e os objetos iam diretamente para os seus respectivos lugares. Percebemos ai o quão Deus é sábio e maravilhoso em suas obras. Toda ordem que Ele emite tem um proposito e devemos segui-la para que possamos ser organizados em nosssa jornada até a terra prometida.
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