Significado de Números 14
Números 14
14.1 — Após o difamador relatório dos espias, o
povo temeu e começou a chorar em alta voz. Isso aconteceu não apenas por
causa da atitude ofensiva dos espias, mas especialmente pela frustração de
um sonho. Os israelitas sentiram como se tivessem cometido um erro ao sair
do Egito.
14.2-4 — Naquela noite de murmuração, as pessoas
começaram a conspirar em desespero. Elas se queixavam contra Moisés e
Arão. Os israelitas consideraram a possibilidade de que teria sido melhor
morrer no deserto ou no Egito. Então, concordaram em escolher um líder que
os levaria de volta à terra dos egípcios. Entretanto, o que fizeram
de pior foi maldizer a Deus ao falar que Ele os fizera ir a um lugar onde
morreriam com suas esposas e filhos.
14.5-10 — A resposta de Moisés, Arão, Josué e Calebe
contrastou notavelmente com o tolo terror que tomou conta do povo. Eles
também choravam, mas por causa dos pecados das pessoas contra Deus e Sua
misericórdia. Os dois fiéis observadores, Calebe e Josué, transmitiram um
bom relatório da terra no contexto da grande fé que possuíam no Senhor. Eles
sabiam que o fiel Deus vivo lhes daria a terra. Esses homens
disseram que, se o Senhor se agradasse deles, Ele os
faria entrar naquela terra. Essas palavras de encorajamento foram seguidas
por palavras que transmitiam um vigoroso aviso. Agir como as
pessoas haviam agido indicava uma atitude de rebelião e covardia. O
povo não estava confiando em Deus.
Em lugar a nordeste do Sinai onde provavelmente havia
um poço, ou uma fonte, e um assentamento. Estava localizado entre o deserto de
Zim e o deserto de Parã, a aproximadamente 72 km do sudoeste de Hebrom e a 80
km de Berseba.
Também chamada de Cades-Barnéia (Nm 32.8; Dt 1.2). Conhecida como En-Mispate (fonte do julgamento)
nos dias de Abraão, quando os reis guerrearam.
Acampamento do qual Moisés enviou os 12 espias para
observar Canaã (Nm 13.3,26), e o lugar onde se deu a recusa do povo de marchar
e conquistar a terra.
• Local onde aconteceu a rebelião
de Corá contra Moisés (Nm 16.1-3).
• Área em que fgi enterrada a irmã
de Moisés, Miriã (Nm 20.1).
• O lugar onde Moisés desonrou Deus
ao bater com sua vara na rocha para produzir água. Ele deveria ter falado com
a rocha, como ordenara o Senhor. Assim, as águas foram chamadas de águas
de Meribá(disputa ou luta, em Cades, Dt 32.51; compare com Nm
20.1-13; 27.14).
• O marco da fronteira sul com Edom (Nm
34.3,4), cujo rei se recusou a deixar os israelitas atravessarem para
conseguirem chegar à Terra Prometida (Nm 20.14-21).
EM FOCO
As palavras de Josué e Calebe — tão-somente não
sejais rebeldes contra o Senhor e não temais o povo desta terra, porquanto
são eles nosso pão — eram uma maneira positiva de falar da
vitória visualizada por eles, linguagem oposta àquela usada pelos
outros dez espias (Nm 13.33).
A palavra traduzida como rebelde quer dizer revoltoso
ou desobediente flagrante de uma autoridade. Deus considera a rebeldia
uma questão muito séria. Ele não tolera quando Seu povo rejeita Suas
palavras. No Antigo Testamento, a rebelião é comparada aos terríveis pecados
de feitiçaria (1 Sm 15.23).
Israel, que presenciou a bondade de Deus em sua
libertação do Egito, frequentemente se rebelou contra o Criador, apesar
dos inúmeros avisos divinos para que não fizessem isso (Dt 1.26,43;
9.23,24). Aquele que se revolta contra o Senhor se distancia de Seus
preceitos e recusa-se a acatar Suas ordenanças (Dn 9.5,6).
As Escrituras nos dão muitos exemplos de rebeldia e
ilustram suas consequências—os castigos divinos (Is 1.20). Tudo isso deve
servir como aviso aos fiéis.
A expressão retirou-se deles [dos cananitas] o
amparo aponta para a paciência de Deus, que, por 400 anos, tolerou
a maldade dos habitantes de Canaã. Agora, a perversidade desse povo tinha
atingido seu nível máximo; a promessa que Deus havia feito a Abraão estava
prestes a ser cumprida (Gn 15.16).
14.10 — As valentes palavras dos espias corajosos
tiveram duas consequências: 1) o povo cogitou apedrejar Josué e Calebe; 2) a
glória de Deus apareceu subitamente, com o objetivo de salvar a
vida de Seus servos fiéis.
14.11,12 — Exatamente como fariam os lide -res de
Israel nos tempos de Jesus, o povo rejeitou os sinais miraculosos de Deus. Por
isso, Ele desprezou totalmente a nação. Os israelitas haviam claramente
duvidado do Senhor e dos sinais que Ele lhes dera. O Senhor novamente
consideraria a hipótese de destruir os israelitas.
14.13-19 — Em Gênesis 22, está registrada a provação
da fé de Abraão; em Números 14, o teste de Moisés. Este poderia ter
aceitado a sugestão do Senhor de exterminar os israelitas rebeldes e
suscitar outro povo descendente de Moisés. Mas, em vez disso, este
intercedeu pelos israelitas, alegando que esse drástico juízo
comprometeria a reputação do Senhor, pois as outras nações poderiam
dizer que Ele tirou Israel do Egito apenas para a destruição; para matar
esse povo no deserto. Moisés apelou também para a grande
misericórdia de Deus (Ex 14.18; 34.6,7), clamando a Ele que perdoasse
a iniquidade do povo.
14.20-25 — O dramático apelo que Moisés fez a Deus
foi atendido. O Senhor prometeu: Conforme a tua palavra, lhe perdoei.
Contudo, Ele não deixou de repreender os que ignoraram as muitas evidências
da presença divina e dos sinais de que Ele os protegia, guiava e
provia-lhes o sustento. Eles duvidaram dele e desobedeceram-lhe dez vezes.
Pode ser que a expressão dez vezes seja um
número redondo que exprima a completa rejeição do povo. Este significado
simbólico é outra forma de utilização dos números neste livro. No entanto,
também é possível enumerar os dez casos de murmuração e desobediência por
parte dos israelitas: (1) diante do mar Vermelho, quando parecia que o exército
de faraó iria destruí-los (Êx 14.10-12); (2) em Mara, quando se depararam com águas
amargas (Ex 15.22-24); (3) no deserto do Sinai, quando tiveram fome (Ex
19.1-3); (4) no deserto de Sim, quando não prestaram atenção ao que
Moisés dissera acerca do armazenamento de maná até o dia seguinte (Ex
16.19,20); (5) no deserto de Sim, quando eles não consideraram
o aviso acerca do recolhimento de maná no sétimo dia (Êx 16.27-30);
(6) em Refidim, quando se queixaram por causa da água (Ex 17.1-4); (7) no monte
Sinai, quando Arão autorizou o grupo rebelde a confeccionar o bezerro de
ouro (Ex 32.1-35); (8) em Taberá, quando os israelitas reclamaram do
Senhor (Nm 11.1-3); (9) em Quibrote-Hataavá, quando foram dominados pela
murmuração e pela gula (Nm 11.4-34); (10) em Cades, no deserto de Pará,
quando se recusafâm a aceitar a boa perspectiva transmitida por Josué e
Calebe e desejaram voltar ao Egito.
A punição de Deus consistiu em não permitir que toda
aquela geração de pessoas rebeldes e incrédulas entrasse na Terra
Prometida. Todos os israelitas, exceto Josué e Calebe, estavam incluídos
neste julgamento.
A despeito do juízo, o amor e a bondade do Senhor
podem ser vislumbrados pelas medidas que Ele tomou ao perdoar os rebeldes,
permitir que vivessem (ainda que no deserto) e ordenar que os
israelitas não passassem pela região onde habitavam os amalequitas, para
não serem exterminados pela guerra.
Além disso, ao anunciar que atendera a petição de
Moisés, Deus assinalou algo tremendo: a glória do Senhor encherá toda a
terra. Jesus foi a manifestação máxima da glória e do caráter
de Deus (Jo 1.14). E, um dia, na era vindoura, quando Ele voltar a terra e
estivermos para sempre com Ele, vamos vê-lo como Ele de fato é;
em glória e poder. [Essa glória é tão grande e tremenda que supera a
luminosidade do sol. Atente para a descrição da Nova Jerusalém em
Apocalipse 21.23-25: E a cidade não necessita de sol nem de
lua, para que nela resplandeçam, porque a glória de Deus a tem
alumiado, e o Cordeiro é a sua lâmpada. E as nações andarão à sua luz,
e os reis da terra traràò para ela a sua glória e honra [...] ali
não haverá noite.]
14.26-38 — Neste trecho bíblico, vemos mais detalhes
sobre a resposta de Deus à petição de Moisés (v. 13-19). Esta declaração
contém alguns elementos novos. Em primeiro lugar, os únicos que
sobreviveriam à peregrinação de 40 anos pelo deserto e entrariam na Terra
Prometida,seriam os jovens de 20 anos para baixo. Os 40 dias em
que os espias tiveram a oportunidade de investigar a
Terra Prometida, por causa da incredulidade que
demonstraram em relação à promessa do Senhor, corresponderiam a 40 anos de
peregrinação daquela geração pelo deserto.
Por fim, uma distinção foi feita entre os dez espias
e Josué e Calebe: apenas estes permaneceriam vivos após 40 anos e entrariam em
Canaã. Quando observamos a preservação da vida dos que creram e
permaneceram fiéis a Deus e o trágico destino dos desobedientes incrédulos,
podemos perceber o senso de justiça do Senhor e Sua misericórdia.
14.39-45 — Aqui, há
o registro da tentativa de invasão da terra feita pelos rebeldes à
Palavra do Senhor. Esse grupo, mesmo admitindo seu pecado, demonstrou
não acreditar no julgamento divino que recaíra sobre ele e não
aceitá-lo. Apesar do aviso de Moisés, dizendo que o Senhor não estaria com
eles, os mesmos decidiram partir para a batalha. O resultado,
naturalmente, foi desastroso. O grupo de desobedientes se deparou com os
amalequitas e os cananeus, e estes últimos o derrotaram e o perseguiram
até Hormá. Apenas essa derrota desoladora e infeliz poderia convencer
os rebeldes de que tudo o que o Senhor fala se cumpre. O nome Hormá
significa destruição completa.Índice: Números 1 Números 2 Números 3 Números 4 Números 5 Números 6 Números 7 Números 8 Números 9 Números 10 Números 11 Números 12 Números 13 Números 14 Números 15 Números 16 Números 17 Números 18 Números 19 Números 20 Números 21 Números 22 Números 23 Números 24 Números 25 Números 26 Números 27 Números 28 Números 29 Números 30 Números 31 Números 32 Números 33 Números 34 Números 35 Números 36
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