Significado de Números 6
Números 6
6.1-8 — Não confundir nazareno (aquele que nasceu
em Nazaré; Mt 2.23) com nazireu (o indivíduo que fazia um voto especial
a Deus por um período de devoção extraordinária a Ele). Comumente, este
voto público dava-se por um determinado tempo (v. 13). Havia três restrições:
(1) abstinência total a tudo relacionado com o vinho e as uvas; (2) a
proibição de cortar seu cabelo; e (3) a vedação à aproximação de um
cadáver. Ao fazer tudo isso, o nazireu separava-se e consagrava-se ao
Senhor. Depois do voto cumprido, o nazireu poderia voltar a viver sua vida
normal (v. 20).
6.3,4 — Vinho e de bebida forte. O termo hebraico
traduzido como bebida (shekar) nesta expressão é hoje entendido como bebida
forte [fermentada, alcoólica], vinho (Pv 31.6). O vinho é feito
com a fermentação da uva. Os nazireus, durante o período do voto,
abstinham-se do consumo de bebidas fermentadas como um símbolo de sua
devoção especial a Deus. A ordem de abster-se do consumo de vinho e de
bebidas fortes fazia parte da ação voluntária para o cumprimento do voto
especial ao Senhor, e não de um julgamento acerca da natureza do vinho em si.
6.5,6 — Não passará navalha. Depois de certo tempo,
o nazireu ostentava um incomum cabelo comprido, o que simbolizava seu voto
especial em devoção ao Senhor (Jz 16.17). Émais difícil compreender como
esta regra se aplicava à mulher que fazia voto de nazireado, tendo em
vista que ela talvez já possuísse madeixas mais longas do que as dos
homens. Talvez ela, além de não cortar o cabelo, não cuidasse dele para
assinalar seu voto especial de devoção ao Senhor.
6.7 — A proibição acerca do contato com o cadáver é
veementemente enfatizada, mesmo que ocorresse a morte inesperada do pai,
da mãe, do irmão ou da irmã. Neste caso, o nazireu não poderia sequer
cumprir os procedimentos normais relativos ao parente falecido, pois esta
era a natureza do voto nazireu de separação a Deus.
6.8,9 — O conceito da proibição do contato com o
defunto era tão importante que a Lei previu também o inesperado contato com o
corpo daquele que morreu subitamente e providenciou uma penalidade para
esta situação. Neste caso, o cabelo do nazireu deveria ser rapado e uma
oferta apresentada. Assim, as provisões do voto continuariam, com o
acréscimo do tempo inad-vertidamente perdido.
6.10-13 — Um voto tão sério quanto o voto de nazireado
exigia que se fizesse não só um processo por sua iniciação, mas também um
ritual solene para seu término. O foco era no cabelo, o símbolo
visível do voto temporário. Assim, além da apresentação do sacrifício
exigido (v. 14-17), o homem ou a mulher que completavam o voto deveriam
rapar a cabeça e queimar o cabelo junto com a oferta de paz (v. 18).
6.14-21 — O resumo nesta passagem não apenas acresce
detalhes, mas também serve para solenizar a natureza do
voto de nazireado. Não há nenhuma indicação no Novo Testamento de que
Jesus tenha feito esse voto. Entretanto, é possível que João Batista, que
presumivelmente praticou a abstinência, fosse um nazireu desde
o nascimento.
6.22,23 — Abençoareis. Esta famosa expressão de
bênção araônica é um favor divino a todas as pessoas. Ela sucede o trecho
bíblico que descreve a consagração especial da vida do homem ou
da mulher que fazia o voto de nazireado. A bênção de Deus sobre as
pessoas não era concedida por causa dos extraordinários atos de devoção
delas. Em vez disso, Deus livremente abençoava Seu povo como um
símbolo de Sua notável graça e misericórdia.
6.24 — A palavra abençoe é o
termo operante neste versículo. E uma palavra geral que indica
o desejo divino de levar o bem e a importância ao Seu povo, de fazer
com que a vida fosse cheia de sentido e que seu relacionamento com Ele
se tornasse extraordinário. Da mesma forma que Deus se aproximou de
Abrão e Sarai com Sua bênção (Gn 12.1-3), Ele agora alcançava toda
a nação israelita. Há aqueles que provavelmente pensam que a intenção
de Deus no Antigo Testamento era fazer com que a vida das pessoas fosse
muito difícil, e que apenas no Novo Testamento Deus demonstraria a Sua graça.
Tais entendimentos se dissolvem quando nos deparamos com versículos como
este.
6.25 — A ideia da expressão faça
resplandecer o seu rosto sobre ti indica o prazer da presença
de Deus, de uma íntima experiência que é semelhante àquela experimentada
por Moisés quando ele falou com o Senhor no monte Sinai (Ex 34.29-35). O
povo como um todo sentiria a gloriosa presença de Deus em sua vida.
6.26 — A expressão sobre ti levante
o seu rosto passa a ideia do sorriso de Deus. Quando uma pessoa
participava de uma audiência na antiga corte do Oriente Médio, o monarca
sequer olhava na direção do indivíduo em questão. Ou melhor, o soberano até
poderia fitar o requerente, mas sempre com uma expressão de ira. Que
agradável seria, entretanto, se o superior olhasse com satisfação para
aquele que se aproximava de seu trono. Assim, era uma coisa maravilhosa
poder constatar que o monarca que lhes sorria era ninguém menos que o Rei
do reis, o Senhor dos senhores. E Ele ainda lhes dava a Sua paz!
6.27 — Talvez o elemento mais impressionante deste
versículo seja a conclusão. Deus tinha a intenção de colocar Seu nome
sobre o povo. Eles carregariam a bênção de Seu nome como uma marca
espiritual, um símbolo que identificava a relação peculiar dos israelitas
com o próprio Deus.
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