Significado de Números 6

Números 6

Números 6 investiga as instruções e leis pertencentes aos nazireus, um grupo especial de indivíduos que voluntariamente fizeram um voto de consagração a Deus. Este capítulo descreve os requisitos e práticas do voto de nazireu, destacando o significado da dedicação e devoção ao Senhor.

Números 6 começa definindo o voto de nazireu, que era um compromisso voluntário de separar-se por um período específico de tempo como um ato de devoção a Deus. Aqueles que fizeram o voto de nazireu concordaram em abster-se de certas atividades e seguir orientações específicas durante a duração de sua consagração.

O voto nazireu tinha três componentes principais: abstinência de vinho ou qualquer produto da videira, abstenção de cortar o cabelo e evitar o contato com cadáveres, incluindo os de parentes próximos. Ao observar essas práticas, os nazireus demonstraram seu compromisso com uma vida de santidade e separação das indulgências mundanas.

Números 6 também aborda os regulamentos e procedimentos para o cumprimento do voto de nazireu. Quando terminava o período de consagração, exigia-se do nazireu que trouxesse várias ofertas, inclusive um cordeiro para holocausto, uma ovelha para oferta pelo pecado e um carneiro para oferta pacífica. Além disso, o indivíduo cortava o cabelo, que havia crescido durante o voto, e o oferecia como símbolo de conclusão e dedicação a Deus.

Além disso, o capítulo aborda a bênção especial que os sacerdotes foram instruídos a pronunciar sobre o nazireu na conclusão de seu voto. Essa bênção buscou o favor, a proteção e a paz de Deus sobre o indivíduo que cumpriu fielmente seu compromisso.

O capítulo 6 conclui fornecendo exemplos de indivíduos que fizeram o voto de nazireu, como Sansão e Samuel. Suas histórias exemplificam a dedicação e o relacionamento único com Deus que os nazireus mantinham.

Em resumo, o capítulo 6 do livro de Números descreve os regulamentos e práticas relacionadas ao voto de nazireu, um compromisso voluntário de consagração a Deus. Ele detalha os requisitos do voto, incluindo abstinência de vinho, abstenção de cortar o cabelo e evitar contato com cadáveres. O capítulo também destaca os procedimentos para cumprir o voto, incluindo a oferta de sacrifícios e o pronunciamento de uma bênção especial. As histórias de nazireus notáveis, como Sansão e Samuel, servem de exemplo de indivíduos que se dedicaram a Deus por meio desse voto especial.

Comentário de Números 6

6.1-8 Não confundir nazareno (aquele que nasceu em Nazaré; Mt 2.23) com nazireu (o indivíduo que fazia um voto especial a Deus por um período de devoção extraordinária a Ele). Comumente, este voto público dava-se por um determinado tempo (v. 13). Havia três restrições: (1) abstinência total a tudo relacionado com o vinho e as uvas; (2) a proibição de cortar seu cabelo; e (3) a vedação à aproximação de um cadáver. Ao fazer tudo isso, o nazireu separava-se e consagrava-se ao Senhor. Depois do voto cumprido, o nazireu poderia voltar a viver sua vida normal (v. 20).

6.3, 4 Vinho e de bebida forte. O termo hebraico traduzido como bebida (shekar) nesta expressão é hoje entendido como bebida forte [fermentada, alcoólica], vinho (Pv 31.6). O vinho é feito com a fermentação da uva. Os nazireus, durante o período do voto, abstinham-se do consumo de bebidas fermentadas como um símbolo de sua devoção especial a Deus. A ordem de abster-se do consumo de vinho e de bebidas fortes fazia parte da ação voluntária para o cumprimento do voto especial ao Senhor, e não de um julgamento acerca da natureza do vinho em si.

6.5, 6 Não passará navalha. Depois de certo tempo, o nazireu ostentava um incomum cabelo comprido, o que simbolizava seu voto especial em devoção ao Senhor (Jz 16.17). É mais difícil compreender como esta regra se aplicava à mulher que fazia voto de nazireado, tendo em vista que ela talvez já possuísse madeixas mais longas do que as dos homens. Talvez ela, além de não cortar o cabelo, não cuidasse dele para assinalar seu voto especial de devoção ao Senhor.

6.7 A proibição acerca do contato com o cadáver é veementemente enfatizada, mesmo que ocorresse a morte inesperada do pai, da mãe, do irmão ou da irmã. Neste caso, o nazireu não poderia sequer cumprir os procedimentos normais relativos ao parente falecido, pois esta era a natureza do voto nazireu de separação a Deus.

6.8, 9 O conceito da proibição do contato com o defunto era tão importante que a Lei previu também o inesperado contato com o corpo daquele que morreu subitamente e providenciou uma penalidade para esta situação. Neste caso, o cabelo do nazireu deveria ser rapado e uma oferta apresentada. Assim, as provisões do voto continuariam, com o acréscimo do tempo inadvertidamente perdido.

6.10-13 Um voto tão sério quanto o voto de nazireado exigia que se fizesse não só um processo por sua iniciação, mas também um ritual solene para seu término. O foco era no cabelo, o símbolo visível do voto temporário. Assim, além da apresentação do sacrifício exigido (v. 14-17), o homem ou a mulher que completavam o voto deveriam rapar a cabeça e queimar o cabelo junto com a oferta de paz (v. 18).

6.14-21 O resumo nesta passagem não apenas acresce detalhes, mas também serve para solenizar a natureza do voto de nazireado. Não há nenhuma indicação no Novo Testamento de que Jesus tenha feito esse voto. Entretanto, é possível que João Batista, que presumivelmente praticou a abstinência, fosse um nazireu desde o nascimento.

6.22, 23 Abençoareis. Esta famosa expressão de bênção araônica é um favor divino a todas as pessoas. Ela sucede o trecho bíblico que descreve a consagração especial da vida do homem ou da mulher que fazia o voto de nazireado. A bênção de Deus sobre as pessoas não era concedida por causa dos extraordinários atos de devoção delas. Em vez disso, Deus livremente abençoava Seu povo como um símbolo de Sua notável graça e misericórdia.

6.24 A palavra abençoe é o termo operante neste versículo. E uma palavra geral que indica o desejo divino de levar o bem e a importância ao Seu povo, de fazer com que a vida fosse cheia de sentido e que seu relacionamento com Ele se tornasse extraordinário. Da mesma forma que Deus se aproximou de Abrão e Sarai com Sua bênção (Gn 12.1-3), Ele agora alcançava toda a nação israelita. Há aqueles que provavelmente pensam que a intenção de Deus no Antigo Testamento era fazer com que a vida das pessoas fosse muito difícil, e que apenas no Novo Testamento Deus demonstraria a Sua graça. Tais entendimentos se dissolvem quando nos deparamos com versículos como este.

6.25 A ideia da expressão faça resplandecer o seu rosto sobre ti indica o prazer da presença de Deus, de uma íntima experiência que é semelhante àquela experimentada por Moisés quando ele falou com o Senhor no monte Sinai (Ex 34.29-35). O povo como um todo sentiria a gloriosa presença de Deus em sua vida.

6.26 A expressão sobre ti levante o seu rosto passa a ideia do sorriso de Deus. Quando uma pessoa participava de uma audiência na antiga corte do Oriente Médio, o monarca sequer olhava na direção do indivíduo em questão. Ou melhor, o soberano até poderia fitar o requerente, mas sempre com uma expressão de ira. Que agradável seria, entretanto, se o superior olhasse com satisfação para aquele que se aproximava de seu trono. Assim, era uma coisa maravilhosa poder constatar que o monarca que lhes sorria era ninguém menos que o Rei do reis, o Senhor dos senhores. E Ele ainda lhes dava a Sua paz!

6.27 Talvez o elemento mais impressionante deste versículo seja a conclusão. Deus tinha a intenção de colocar Seu nome sobre o povo. Eles carregariam a bênção de Seu nome como uma marca espiritual, um símbolo que identificava a relação peculiar dos israelitas com o próprio Deus.

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