Gálatas 5 — Comentário Devocional

Gálatas 5

Gálatas 5 contém aplicações valiosas para a vida dos cristãos, focando particularmente no fruto do Espírito e no conceito de liberdade cristã. Aqui estão algumas conclusões importantes de Gálatas 5:

1. Fruto do Espírito:
Gálatas 5:22-23 lista os frutos do Espírito: amor, alegria, paz, paciência, benignidade, bondade, fidelidade, mansidão e autocontrole. Estas virtudes devem caracterizar a vida dos crentes. Podemos aplicar isto cultivando intencionalmente estas qualidades nas nossas interações com os outros, nas nossas decisões diárias e na nossa atitude perante os desafios da vida.

2. Liberdade em Cristo:
O capítulo enfatiza que os cristãos foram libertos em Cristo. Esta liberdade não é uma licença para viver em pecado, mas uma oportunidade para servirmos uns aos outros em amor. Deveríamos aplicar isto reconhecendo que a nossa liberdade é uma dádiva de Deus e que deveríamos usá-la para amar e servir os outros, em vez de ceder a desejos pecaminosos.

3. Evitando as Obras da Carne:
Gálatas 5 também fornece uma lista de “obras da carne”, que inclui pecados como imoralidade, idolatria, ciúme e raiva. Como crentes, devemos esforçar-nos para evitar estes comportamentos pecaminosos e, em vez disso, viver de acordo com a orientação do Espírito.

4. Crucificando a Carne:
Paulo fala sobre crucificar a carne com suas paixões e desejos. Isto significa resistir ativamente às tentações pecaminosas e fazer escolhas que se alinhem com a vontade de Deus. Requer autodisciplina e disposição para entregar nossos desejos a Deus.

5. Andando pelo Espírito:
O capítulo nos incentiva a andar pelo Espírito, permitindo que o Espírito Santo guie nossos pensamentos, ações e decisões. Na prática, isso envolve oração diária, leitura das Escrituras e busca da orientação de Deus em todos os aspectos de nossas vidas.

6. Suportar os fardos uns dos outros:
Gálatas 5:13 nos incentiva a servir uns aos outros com amor e a carregar os fardos uns dos outros. Esta aplicação nos lembra de nossa responsabilidade de apoiar e cuidar de nossos irmãos crentes em momentos de necessidade e dificuldade.

7. Buscando Unidade e Reconciliação:
O capítulo sublinha a importância de manter a unidade e a reconciliação dentro da comunidade cristã. Deveríamos aplicar isto trabalhando ativamente para resolver conflitos, perdoando-nos uns aos outros e promovendo um espírito de unidade e amor.

8. Proteção contra o legalismo:
Gálatas 5 continua a alertar contra o retrocesso em práticas legalistas. Devemos estar atentos para não impor regras e regulamentos desnecessários a nós mesmos ou aos outros como forma de ganhar o favor de Deus. Nosso relacionamento com Deus é baseado na graça por meio da fé em Cristo.

Gálatas 5 nos ensina sobre o fruto do Espírito, a liberdade cristã e a importância de viver de acordo com a orientação do Espírito. Chama-nos a rejeitar comportamentos pecaminosos, a servir os outros com amor e a manter a unidade dentro da comunidade cristã. Esses princípios podem moldar nossa caminhada diária com Cristo e nosso relacionamento com nossos irmãos cristãos.

Devocional

5.1 Cristo morreu para nos libertar do pecado e de uma longa lista de leis e regulamentos. Cristo veio para nos libertar e não para nos deixar livres para fazer o que quisermos, pois isso nos levaria de volta ã escravidão dos nossos desejos egoístas e iníquos. Ao contrário, graças a Cristo, agora somos livres para fazer o que antes era impossível — viver generosamente. Aqueles que apelam para a liberdade, para viver a seu modo ou praticar seus próprios desejos, estão retornando ao pecado. Mas também é errado colocar o peso da obediência à lei mosaica sobre os cristãos. Devemos nos opor àqueles que desejam nos escravizar com regras, métodos ou condições especiais para alcançarmos a salvação ou o crescimento em Cristo.

5.2-4 Tentar alcançar a salvação através da obediência à lei ou através da graça divina são duas coisas completamente diferentes. A expressão “Cristo de nada vos aproveitará” significa que a provisão de Cristo para nossa salvação não nos ajudará se estivermos tentando alcançar a salvação por nossa própria conta. Obedecer à lei não faz com que a salvação seja mais fácil. Tudo o que podemos fazer é aceitar sua bondosa dádiva pela fé. Nossas obras religiosas nunca deverão ser usadas para alcançar o favor ou o amor de Deus.

5.3, 4 A circuncisão simbolizava possuir um passado correto e praticar tudo que era exigido pela religião. Nenhuma quantidade de trabalho, disciplina ou comportamento moral pode nos salvar. Se. para obter o favor de Deus, uma pessoa confiasse apenas na circuncisão, ela teria, além disso, que obedecer totalmente a todas as demais leis divinas. Tentar alcançar a salvação somente obedecendo a todas as leis de Deus irá certamente nos afastar dEle.

5.6 Somos salvos pela fé, e não pelas obras. Mas o amor aos outros e a Deus é a resposta daqueles a quem Deus perdoou. Seu perdão é completo, e Jesus disse que aqueles a quem muito é perdoado também amam muito (Lc 7.47). Como a fé se expressa pelo amor. Você pode verificar seu amor aos outros, considerando-o como uma forma do avaliar a sua fé.

5.9 Um pouco de fermento é capaz de levedar uma grande quantidade de farinha. Basta apenas uma única pessoa errada para infectar todas as outras.

5.11 A perseguição mostrou que Paulo estava pregando a ver dadeira mensagem das Boas Novas. Se estivesse ensinando o mesmo que os falsos mestres, ninguém ficaria ofendido. Mas porque ensinava a verdade, foi perseguido tanto pelos judeus como pelos judaizantes. Será que você foi rejeitado por alguém que lhe é querido ou por algum amigo por ter assumido uma posição favorável a Cristo? Jesus disse para não nos surpreendermos se o mundo nos odiar, é porque Ele também foi odiado pelo mundo (Jo 15.18,19). Assim como Paulo continuou a proclamar fielmente a mensagem de Cristo, você deve continuar a praticar o ministério recebido de Deus, apesar dos obstáculos que os outros possam colocar em seu caminho.

5.13 Paulo faz a distinção entre o pecado e a liberdade de ser vir. A liberdade, ou licença para pecar, não é absolutamente liberdade porque escraviza as pessoas a Satanás, aos outros ou a uma natureza pecaminosa. Os cristãos, ao contrário, não de vem ser escravos do pecado, porque são livres para fazer o que é certo e para glorificar a Deus por meio de uma carinhosa ajuda aos semelhantes.

5.14, 15 Quando não somos motivados pelo amor, tornamo-nos críticos de nossos semelhantes. Paramos de procurar o que há de bom e vemos somente as suas falhas; logo, a unidade dos crentes é quebrada. Você já criticou alguém “pelas costas"? Alguma vez enfocou seus erros em vez de suas virtudes? Lembre-se de que Jesus ordenou que amássemos ao próximo como a nós mesmos (Mt 22.39). Quando sentir que está começando a criticar alguém, faça uma lista de suas qualidades positivas. Se existem problemas a ser resolvidos, será melhor enfrentá-los com amor e não com bisbilhotices.

5.16-18 Se sua vontade for possuir as qualidades relacionadas em 5.22.23, então pode ter certeza de que o Espírito Santo está guiando seus passos. Ao mesmo tempo, tenha cuidado para não confundir seus sentimentos subjetivos com a liderança do Espírito. Ser dirigido pelo Espírito Santo desperta o desejo de ouvir, a disposição imediata de obedecer à Palavra de Deus e a sensibilidade de discernir entre seus sentimentos e a inspiração divina. Viva cada um de seus dias sob o controle e a orientação do Espírito Santo, pois. assim, as palavras de Cristo estarão em sua mente, o amor de Deus por trás de seus atos e o poder de Cristo o ajudará a dominar seus desejos egoístas.

5.17 Paulo descreve as duas forças antagônicas que estão lutando dentro de nós — o Espírito Santo e a nossa natureza pecaminosa (os iníquos desejos ou inclinações gerados pelo nosso corpo. Ver também 5.16, 19, 24). Paulo não está dizendo que essas forças são iguais, pois o Espírito Santo é infinitamente mais poderoso. Porém, contando apenas com nossa própria sabedoria, faremos escolhas erradas. Se tentarmos seguir o Espírito Santo apenas com nossos esforços humanos, fracassaremos. O único caminho para nos libertarmos de nossos desejos pecaminosos é por intermédio do poder recebido do Espírito Santo (ver Rm 8.9; Ef 4.23,24; Cl 3.3-8).

5.19-21 Todos nós temos desejos pecaminosos e não podemos ignorá-los. A fim de podermos seguir a orientação do Espírito Santo, devemos, decididamente, enfrentá-los (crucificá-los — 5.24). Esses desejos incluem pecados evidentes como imoralidade sexual e atividades demoníacas. Incluem, também, outros que são menos óbvios, como hostilidade, ciúme e ambição egoísta. Aqueles que ignoram esses pecados, ou se recusam a enfrentá-los, mostram que não receberam o dom do Espírito que leva a uma vida transformada.

5.22-23 O fruto do Espírito e a obra espontânea do Espírito Santo dentro de nós. O Espírito produz certos traços de caráter que são encontrados na natureza de Cristo. São os subprodutos de seu controle sobre a nossa vida — não conseguiremos obtê-los se tentarmos alcançá-los sem sua ajuda. Se quisermos que o fruto do Espírito cresça em nós. devemos unir nossa vida a dEle (ver Jo 15.4.5). Devemos conhecê-lo, amá-lo, lembrá-lo e imitá-lo. Como resultado, cumpriremos o propósito da lei — amar a Deus e aos nossos semelhantes. Qual dessas qualidades você gostaria que o Espírito produzisse em você?

Pelo fato de Deus, que enviou a lei, ter também enviado o Espírito, os subprodutos de uma vida cheia do Espírito estão em perfeita harmonia com o propósito da lei divina. A pessoa que demonstra ter o fruto do Espírito está praticando a lei de uma forma muito mais precisa do que aquela que, apesar de obedecer aos rituais, tem pouco amo' em seu coração.

5.24 A fim de aceitar a Cristo como Salvador, devemos nos afastar dos pecados e voluntariamente pregar nossa natureza pecaminosa na cruz. Entretanto, isso não significa que nunca veremos novamente algum sinal desses desejos. Como cristãos, ainda temos a capacidade de pecar, mas fomos libertos do poder que o pecado exerce sobre nós e não temos mais que ceder a ele. Devemos, diariamente, submeter nossas tendências pecaminosas ao controle de Deus e crucificá-las e, de tempo em tempo, recorrermos ao poder do Espírito para vencê-las (ver 2.20; 6.14).

5.25 Deus está interessado em cada área de nossa vida, não apenas em nosso lado espiritual. Como vivemos pelo poder do Espírito Santo, devemos submeter cada aspecto de nossa vida a Deus: emocional, físico, social, intelectual e vocacional. Paulo diz que, porque fomos salvos, devemos viver de acordo com essa salvação! O Espírito Santo é a fonte de nossa nova vida, portanto, submetamo-nos à sua liderança. Não deixe que nada ou ninguém determine os valores e padrões de qualquer área de sua vida.

5.26 Todos nós precisamos de uma certa dose cie aprovação dos outros. Mas aqueles que se distanciam de seu caminho, a fim de assegurar honras ou alcançar a popularidade perante os outros, tornam-se convencidos e mostram que não estão obedecendo à orientação do Espírito Santo. Aqueles que procuram a aprovação de Deus não precisam invejar ninguém, porque somos seus filhos e temos o Espírito Santo como a amorosa garantia dessa aprovação.