Lucas 7 — Comentário Devocional

Lucas 7

Lucas 7 destaca lições sobre fé, humildade, compaixão, perdão, reconhecimento da autoridade de Jesus e o valor da obediência no cumprimento do propósito de Deus. Apresenta histórias de cura, perdão e o reconhecimento de Jesus do papel de João Batista.

1. Fé e Humildade: A história do servo do centurião destaca a fé do centurião na capacidade de Jesus curar à distância. A sua humildade e o reconhecimento da autoridade de Jesus ensinam-nos que a fé não requer proximidade física e que reconhecer o poder de Jesus é vital.

2. Compaixão e Perdão: A história da mulher que unge os pés de Jesus ilustra a sua profunda gratidão e arrependimento. O perdão e a aceitação de Jesus mostram o poder transformador da compaixão e da oferta de novos começos.

3. Reconhecendo o Messias: A resposta de Jesus aos discípulos de João Batista enfatiza o cumprimento das profecias messiânicas. Isto nos ensina que a vida e os ensinamentos de Jesus se alinham com o plano e propósito de Deus.

4. Receptividade à Correção: Jesus elogia o coração receptivo da “mulher pecadora” em vez da atitude julgadora de Simão, o fariseu. Esta história nos ensina sobre o valor de reconhecer nossa própria necessidade de graça e evitar a auto-justiça.

5. A Parábola dos Dois Devedores: A parábola dos dois devedores contada por Jesus ensina a lição do perdão e do amor. Aquele que é muito perdoado ama muito, ilustrando a correlação entre a nossa compreensão da graça de Deus e o nosso amor por Ele.

6. A Autoridade de Jesus: O relato de Jesus ressuscitando o filho da viúva dentre os mortos mostra Sua autoridade sobre a vida e a morte. Isso nos ensina sobre Seu poder de trazer vida e esperança a situações aparentemente desesperadoras.

7. O Ministério de João Batista: Jesus fala muito bem do papel de João Batista como mensageiro e profeta, mesmo tendo enfrentado dúvidas na prisão. Isto nos ensina sobre o valor da obediência no cumprimento do propósito de Deus, mesmo quando as circunstâncias são desafiadoras.

Em resumo, Lucas 7 oferece lições sobre fé, humildade, compaixão, perdão, reconhecimento de Jesus como o Messias, receptividade à correção, o poder transformador da graça, a autoridade de Jesus e a importância da obediência no cumprimento do propósito de Deus.

Devocional

7.2 Esse oficial romano era um capitão encarregado de cem soldados. Ele não foi a Jesus por considerá-lo o último recurso ou em busca de uma mágica. Foi a Jesus porque cria que Ele fora enviado por Deus. Aparentemente, o centurião reconheceu que os judeus eram o povo especial de Deus. Está registrado que ele os amava e construiu uma sinagoga. Deste modo, em seu momento de necessidade, foi natural o centurião romano voltar-se para Jesus.

7.3 Por que o centurião enviou anciãos judeus a Jesus em vez de ir pessoalmente? Por estar ciente do ódio que os judeus tinham pelos romanos, talvez não quisesse interromper um encontro de judeus. Como um oficial do exército, aquele homem diariamente delegava trabalho e enviava grupos em missões, então, este foi o modo que escolheu para comunicar-se com Jesus.

Mateus 8.5 diz que o oficial romano visitou Jesus, enquanto Lucas 7.3 diz que ele enviou ancião judeus para apresentar seu pedido a Jesus. Ao lidar com os mensageiros do centurião, Jesus estava lidando com o oficial. Para seu público judeu, Mateus enfatizou a fé do homem. Para seu público gentio. Lucas privilegiou o bom relacionamento entre os lideres judeus e o oficial romano.

7.9 O centurião romano descrito nessa passagem não foi até Jesus, e não esperava que Jesus fosse até ele. Da mesma maneira que esse oficial não precisaria estar presente para ter suas ordens executadas, não era necessário que Jesus fosse pessoalmente até o doente para curá-lo; bastava urna ordem de Jesus. A fé do oficial foi especialmente surpreendente, por que ele era um gentio que não fora educado para conhecer o Deus amoroso.

7.11-15 A situação da viúva era séria. Ela já havia perdido o marido e. nessa ocasião, seu único filho morreu; ele era sua última garantia de sustento. Quando terminasse o enterro, a multidão que chorava iria para casa, e ela seria deixada sem dinheiro e sozinha. Essa viúva provavelmente havia passado da idade de ter filhos e não se casaria novamente. A menos que um parente a auxiliasse, o futuro dela seria triste. Seria uma presa fácil para trapaceiros, e é provável que fosse obrigada a mendigar. De fato, como Lucas enfatizou repetidamente, essa mulher era exatamente o tipo de pessoa a quem Jesus viera ajudar; e Ele o fez. Jesus tem o poder de trazer esperança em meio a qualquer tragédia!

7.11-17 Essa história ilustra a salvação. O filho da viúva representa o mundo inteiro morto no pecado (Ef 2.1). Estando mortos, nada poderíamos fazer para ajudar a nós mesmos, não poderíamos sequer pedir ajuda. Mas Deus teve compaixão de nós e enviou Jesus para nos vivificar e ressuscitar com Ele (Ef 2.4-7). Aquele rapaz morto não poderia dar a si mesmo uma segunda chance de vida; do mesmo modo, não podemos ganhar a nova vida em Cristo por meio de nossos supostos méritos, mas podemos aceitar o dom da vida que Deus nos oferece. Podemos louvá-lo por isto e usar nossa existência para fazer a preciosa vontade dEle.

7.12 Honrar o morto era importante na tradição judaica. Um cortejo fúnebre, com parentes seguindo o corpo, embrulhado e carregado em um tipo de maca, passava pela cidade, e os espectadores uniam-se a ele. Além disso, pessoas eram contrata das para chorar; elas choravam em voz alta e chamavam a atenção para o cortejo. O luto da família continuava por trinta dias.

7.16 As pessoas pensavam que Jesus era um profeta porque, como os profetas do AT. Ele proclamava corajosamente a mensagem de Deus e ás vezes ressuscitava os mortos. Tanto Elias quanto Eliseu operaram este milagre (1 Rs 17.17-24; 2 Rs 4.18-37). As pessoas estavam corretas ao pensar que Jesus era um profeta, mas Ele era muito mais — Ele é o próprio Deus.

7.18-23 João estava confuso, porque as informações que recebeu a respeito de Jesus eram inesperadas e incompletas. As dúvidas de João eram naturais, e Jesus não o censurou por elas. Em vez disto, Jesus respondeu de um modo que João entenderia: explicou que havia realizado aquilo que competia ao Messias. Deus pode solucionar nossas dúvidas; Ele recebe bem nossas perguntas. Você tem algo a perguntar a respeito de Jesus, quem Ele é ou o que espera de você? Admita suas dúvidas para você mesmo e para Deus, e comece a procurar as respostas. Somente quando você enfrentar suas questões honestamente, poderá começar a solucioná-Ias.

7.20-22 Os milagres listados aqui eram a prova de que Jesus é o Messias. Eles consistem em ações práticas, não em teorias; ações que os contemporâneos de Jesus viram e registraram para que soubéssemos do que se trata. Os profetas haviam dito que o Messias faria tais obras (ver Is 35.5,6; 61.1). Essas provas operadas no mundo físico são inconfundíveis; ajudaram João e ajudarão todos nós a reconhecer quem Jesus é.

7.28 Entre todos os seres humanos, ninguém cumpriu tão bem o propósito dado por Deus quanto João. Contudo, no Remo de Deus, todos os que vêm depois de João têm uma herança espiritual maior, porque tem um conhecimento mais claro do propósito da morte e da ressurreição de Jesus. João foi o último a agir como os profetas do AT e a preparar o povo para a era messiânica. Jesus não estava comparando João com os cristãos; estava contrapondo a vida antes de Cristo com a vida na plenitude do Reino de Cristo.

7.29, 30 Os cobradores de impostos e pessoas comuns ouviram a mensagem de João e arrependeram-se. Mas os fariseus e doutores da lei — líderes religiosos —rejeitaram as palavras do profeta. Querendo viver a seu modo, eles justificaram suas concepções religiosas e recusaram-se a ouvir outras ideias. Em vez de tentar forçar Deus a aceitar os seus planos, procure descobrir o plano que Deus tem para você!

7.31-35 Os líderes religiosos odiavam qualquer um que falasse a verdade e expusesse a sua hipocrisia e não se importavam em ser duros em suas críticas. Criticaram João Batista por jejuar e não beber vinho; também censuraram Jesus por comer normal mente e beber vinho com cobradores de impostos e pecadores. A objeção dos líderes religiosos a João e a Jesus, naturalmente, nada tinha a ver com hábitos alimentares. O que os fariseus e os doutores da lei não podiam suportar era serem expostos pela hipocrisia em que viviam.

7.33, 34 O problema dos fariseus não era sua incoerência em relação a João Batista e a Jesus. Eles eram bons em justificar suas críticas, tinham “sabedoria". A maioria de nós pode encontrar razões constrangedoras para fazer algo ou acreditar em qualquer coisa que sirva a nossos propósitos. Porém, se não examinarmos as nossas ideias à luz da verdade, a Palavra de Deus, poderemos privilegiar nossos interesses, assim como os fariseus fizeram.

7.35 Aqueles que atentaram para sabedoria foram os seguidores de Jesus e de João. Esses tiveram a sua vida transformada. Uma vida integra demonstra que a pessoa observa a sabedoria que Jesus e João ensinaram.

7.36 Um episódio semelhante ocorreu mais tarde no ministério de Jesus (ver Mt 26.6-13; Mc 14.3-9; Jo 12.1-11).

7.38 Embora a mulher não fosse uma convidada, entrou na casa e ajoelhou-se aos pés de Jesus. Naquela época, era habitual reclinar-se durante as refeições. Os convidados para o jantar reclinavam-se em sofás, de modo que, bem próxima á mesa, ficava a cabeça, apoiada em um dos cotovelos, e o corpo ficava esticando para trás. Assim, aquela mulher poderia facilmente ungir os pés de Jesus sem aproximar-se da mesa.

7.44ss Novamente, Lucas contrastou os fariseus com os pecadores; e mais uma vez estes se mostraram melhores do que aqueles. Simão havia cometido várias regras de etiqueta: não lavou os pés de Jesus (uma cortesia estendida aos convidados, porque os pés com sandálias ficavam muito sujos), não ungiu a cabeça do Mestre com óleo, não lhe deu um beijo de saudação. Será que Simão pensou que fosse bom demais para tratar Jesus como alguém igual a ele? Contudo, a mulher pecadora foi gene rosa; com lágrimas lavou os pés de Jesus com um perfume extremamente caro ungiu-os e com beijos saudou seu Salvador. Nessa história, a mulher pecadora se mostra agradecida, mas o líder religioso não; por isso, ela teve seus pecados perdoados. Embora sejamos salvos pela graça de Deus por meio da fé, e não por atos de amor ou generosidade, a atitude da mulher demonstrou sua verdadeira crença, e Jesus honrou-lhe a fé.

7.47 O amor transbordante é a resposta natural para o perdão e o resultado da fé. Mas somente aqueles que percebem a profundidade de seu pecado podem apreciar o perdão completo que Deus lhes oferece. Jesus resgatou todos os seus seguidores da perdição eterna, quer tenham sido extremamente maus quer convencionalmente bons. Você aprecia a amplitude da misericórdia de Deus? Você é agradecido pelo perdão que Ele lhe concedeu?

7.49, 50 Os fariseus acreditavam que só Deus poderia perdoar pecados, por isso perguntaram a si mesmos por que o homem chamado Jesus afirmou que os pecados daquela mulher estavam perdoados. Não entenderam que Jesus era de fato Deus.

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