Significado de 1 João 5

Significado de 1 João 5



1 João 5

5.1 — A condição para ser nascido de Deus, para ser filho de Deus, é crer ou confiar em Jesus Cristo. Só a crença correta e sincera produz um nascimento espiritual. Esse nascimento reflete-se no amor por outras pessoas que também nasceram na família de Deus (1 Jo 2.3-11).


5.2 — Nisto se refere ao restante do versículo, que desenvolve o tema do amor. O alvo dessa mensagem devem ser os falsos mestres. E provável que tivessem culpa de excluir outros cristãos da congregação. Amar os filhos de Deus tem um vínculo direto com a obediência.

5.3 — A caridade de Deus requer obediência (Jo 14-15). Contudo, os mandamentos de Deus não são pesados; antes, libertam os cristãos para ser as pessoas que Deus idealizou na criação: seres santos, que refletem limpidamente a imagem de Deus.

5.4 — Todo o que é nascido de Deus trata da nova natureza do filho de Deus. A regeneração (isto é, nosso renascimento espiritual) concede a vitória sobre o mundo que se opõe a Deus. A fé que vence o mundo é a fé em Jesus Cristo como Filho de Deus (1 Jo 5.5), que morreu por nós (1 Jo 5.6). Aquele que supera o mundo obedece a Deus, em vez de cumprir as expectativas do mundo. Se amarmos a Deus, obedecer-lhe será um prazer para nós.

5.5 — A fé que vence o sistema maligno do mundo envolve a convicção ortodoxa de que Jesus é o Filho de Deus.

5.6-13 — O Pai é testemunha de que Jesus veio ao mundo em carne e é fonte de vida eterna para todos os que nele creem.

5.6 — Água e sangue têm sido interpretados pelo menos de quatro formas: (1) como o batismo e a morte de Jesus; (2) como Sua encarnação; (3) como a água e o sangue que fluíram de Seu flanco na cruz; e (4) como o batismo do cristão e a ceia do Senhor. A maior parte dos estudiosos favorece a primeira interpretação. João está corrigindo o falso mestre Cerinto, que alegava que o Espírito entrou em Jesus por ocasião de Seu batismo, mas abandonou-o antes de Sua morte (1 Jo 4.2,3).

5.7,8 — O Espírito Santo testifica, de acordo com a água e o sangue (1 Jo 5.6), que Jesus é o Filho de Deus.

5.9 — Aceitamos o testemunho dos homens; logo, devemos aceitar o testemunho de Deus.

5.10 — O testemunho remete à unção do cristão descrita em 1 Jo 2.27 e refere-se ou ao Espírito Santo, ou ao testemunho da Escritura. A última parte do versículo sugere que se está falando da Escritura. João está comparando quem aceita o que Deus diz a quem o rejeita. A pessoa que tem fé
em Jesus possui o testemunho, ou seja, a verdade de Deus (1 Jo 5.9). Aquele que rejeita o testemunho de Deus está chamando Deus de mentiroso.

5.11 — O testemunho é este é a mesma expressão traduzida de forma similar no versículo 9. O testemunho de Deus é que Ele nos deu a vida eterna [...] em seu Filho. A vida eterna não é um salário que devemos esforçar-nos para receber, mas sim uma dádiva a ser recebida de Deus (Rm 6.23).

5.12 — João declara com clareza que nosso relacionamento com o Filho determina se possu­ímos a vida eterna.

5.13 — Há quem julgue que a expressão estas coisas se refere a todo o livro de 1 João e conclua que a forma pela qual a pessoa pode saber se tem a vida eterna é não só crer no Filho como também viver a vida justa e amar os cristãos, seus irmãos. Mas essa expressão não se refere ao livro todo, apenas aos versículos imediatamente anteriores e às expressões semelhantes ao longo da carta (1 Jo 5.9-12; 2.1,12-14,21,26; 4.1). Em outras palavras, a base da certeza da salvação é a crença na Palavra de Deus e em Seu Filho, de quem o Espí­rito e a Escritura testificam (1 Jo 5.11,12). Quem tem fé em Cristo sabe que terá vida eterna porque Deus diz que terá.

5.14-17 — A certeza de nosso relacionamento com Deus produz confiança na oração e uma genuína preocupação pelos irmãos que pecaram.

5.14,15 — A conjunção e vincula a confiança do cristão em oração com a certeza de uma relação vívida com Deus, o que inclui desfrutar da vida eterna. Continuar a crer no nome do Filho de Deus significa continuar praticando as orações com fé (1 Jo 3.22; Jo 14-12-14). A chave para saber se Deus ouve nossas orações é orar segundo a sua vontade.

5.16,17 — O cristão deve interceder por um irmão cristão que peca desde que (1) o cristão veja seu irmão cometer pecado e (2) o pecado não leve à morte. A morte pode significar a morte física ou a espiritual, embora provavelmente a morte física seja o caso aqui. Dará a vida. O cristão pode orar com confian­ça, sabendo que é da vontade de Deus que os cristãos parem de pecar.

Pecado para morte pode significar blasfemar contra o Espírito Santo, rejeitar Cristo como Salvador, rejeitar a humanidade ou a divindade de Jesus, um pecado específico como o homicídio (1 Jo 3.12,15) ou uma vida de contínuo pecado.

Qualquer que seja ele, o pecado parece ser uma violação flagrante da santidade da comunidade cristã (At 5.1-11; 1 Co 5.5; 11.30). Em outras palavras, João está incentivando-nos a ajudar os irmãos que estejam desviando-se; podemos ser instrumentos de Deus na restauração de nossos irmãos à verdadeira comunhão.

5.18-20 — Esses versículos contêm três conclusões que são verdades absolutas, cada uma delas introduzida pela expressão sabemos. A ideia geral dessa seção de encerramento é que um bom relacionamento com Deus resulta na certeza de nossa posição em Cristo em meio a um mundo hostil. O uso da primeira pessoa do plural deve ser mais uma referência aos apóstolos (1 Jo 1.1). Não peca passa a ideia de não cometer pecados habitualmente na vida. A expressão não pode significar que os cristãos não pecam porque João acaba de falar sobre ver um cristão pecar (1 Jo 5.16).

5.19 — Os apóstolos são de Deus, ou seja, Ele é a fonte de suas atitudes e posturas (1 Jo 2.19). Satanás não toca naquele que nasceu de Deus (1 Jo 5.18), mas tem todo o mundo em suas garras e sob seu domínio.

5.20 — O entendimento concedido por Cristo nos permite conhecermos Deus pessoal e intimamente. Jesus Cristo é o verdadeiro Deus; conhecê-lo é ter a vida eterna.

5.21 — Ídolos, aqui, pode referir-se a ídolos literais, a alimentos sacrificados a ídolos, a ideias falsas, que se opõem às verdades de Deus, ou às doutrinas dos falsos mestres. João fez seus leitores se recordarem de quem é o verdadeiro Deus (1 Jo 5.20). Era de se esperar que ele encerrasse exortando-os a ficar longe de falsos deuses.


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