Interpretação de Deuteronômio 30
Índice: Deuteronômio 1 Deuteronômio 2 Deuteronômio 3 Deuteronômio 4 Deuteronômio 5 Deuteronômio 6 Deuteronômio 7 Deuteronômio 8 Deuteronômio 9 Deuteronômio 10 Deuteronômio 11 Deuteronômio 12 Deuteronômio 13 Deuteronômio 14 Deuteronômio 15 Deuteronômio 16 Deuteronômio 17 Deuteronômio 18 Deuteronômio 19 Deuteronômio 20 Deuteronômio 21 Deuteronômio 22 Deuteronômio 23 Deuteronômio 24 Deuteronômio 25 Deuteronômio 26 Deuteronômio 27 Deuteronômio 28 Deuteronômio 29 Deuteronômio 30 Deuteronômio 31 Deuteronômio 32 Deuteronômio 33 Deuteronômio 34
D.
Restauração Final. 30:1-10.
Além da maldição do exílio descortinava-se a
perspectiva da restauração (vs. 1-10; cons. 4:29-31; Lv. 26:40-45). O programa
redentor não seria frustrado pelo fracasso daqueles que, pertencendo a Israel,
não eram israelitas fiéis. Um remanescente obediente junto com um remanescente
dos gentios será restaurado diante do Senhor da aliança no Seu glorioso reino.
Esta restauração final foi tipificada no V.T. pelo retomo do exílio da
Babilônia. O vasto complexo da restauração típica e antitípica está contido
nesta bênção profética de Moisés. A seção do tratado que se refere à
ratificação do mesmo (Dt. 27-30) termina com o chamado à decisão, no qual
Moisés faz o povo de Israel lembrar que não poderia alegar ignorância das
exigências divinas (vs. 11-14) e o adverte que as alternativas de escolha entre
as bênçãos e as maldições da aliança era de vida e morte (vs. 15.20).
1-10. Em 28:64 e segs. Moisés descreveu a impotência dos israelitas
incrédulos na dispersão entre as nações.
1. Quando ... todas estas coisas vierem sobre ti. Aqui ele via além do Exílio, na verdade
além de todas as bênçãos e maldições descritas até este ponto nestas sanções da
aliança, estendendo ao seu povo a esperança da restauração, a esperança de uma
nova aliança.
2. E tornares ao Senhor teu Deus. O caminho para esta nova bem-aventurança
seria o caminho de uma consagração renovada e sincera para com o Senhor, contra
quem Israel se rebelara (cons. v. 10).
6-8. A origem deste arrependimento e sincero amor pelo Senhor estaria em uma
divina operação de qualificação – o Senhor. . . circuncidará o teu coração. O
que fora externamente simbolizado pela circuncisão, a ordenança da consagração
do V.T., seria espiritualmente efetivado pelo poder de Deus (cons. 10:16; Jr.
31:33 e segs.; 32:39 e segs.; Ez. 11:19; 36:26, 27).
Conforme demonstra o desenvolvimento deste tema nos
profetas, a renovação e restauração profetizada por Moisés é a que foi
realizada por Cristo na Nova Aliança. A profecia não está estreitamente
relacionada com os judeus segundo a carne, mas com a comunidade da aliança,
aqui concretamente simbolizada por Israel em sua identidade
velho-testamentária. Dentro da esfera da Nova Aliança, contudo, desaparece o
muro das diferenças étnicas. Do mesmo modo, a figura do Velho Testamento usada
aqui dos israelitas exilados sendo reunidos ao Senhor em Jerusalém (Dt. 30:3b,
4; cons. 28:64), encontra o seu cumprimento principalmente na reunião universal
neotestamentária dos pecadores de toda a raça humana, exilada do Paraíso, de
volta ao Senhor Jesus Cristo entronizado na Jerusalém celestial.
3a. Mudará a tua sorte. Te fará voltar do teu
cativeiro (E.R.C.)
refere-se a uma mudança radical de condição.
9. O Senhor teu Deus te dará abundância em toda obra.
Junto com os dons da regeneração,
conversão e santificação através dos quais os rebeldes são transformados em
servos fiéis, o Messias lhes dará um mundo novo de prosperidade e paz por
herança (vs. 3a, 5, 9; cons. 28:4, 62). O restaurado reino teocrático de Canaã
está sendo usado como figura típica para a realidade antitípica, o eterno reino
de Deus no universo renovado. Isto será garantido pelo juízo divino, pois
enquanto o povo de Deus está destinado a herdar a terra, Seus inimigos serão
atormentados com todas as maldições (v. 7). A salvação messiânica é, portanto, um
novo êxodo e uma nova conquista, uma renovação da aliança como mediador foi
Moisés e Josué, primeiro no Sinai e depois em Moabe e no Ebal e Gerizim.
E.
Decisão Radical. 30:11-20.
11-14. O Senhor não exigiu de Israel algo incompreensível ou inatingível (v.
11). O dever de Israel não estava escondido em algum lugar alto e inacessível
(v. 12) ou além de alguma barreira insuperável (v. 13). Observe o uso
semelhante que Paulo fez dessas questões proverbiais em Rm. 10:5, 6. 14. Esta
palavra está mui perto de ti. Existem coisas secretas e incompreensíveis que
pertencem a Deus (cons. 29: 29a; Sl. 131:1), mas a exigência da aliança
refere-se às coisas reveladas e dadas ao povo de Deus para serem obedecidas
(cons. 29:29b; 6:6,7; 11:18, 19; 31:19). Conforme Jó afirmou, conhecimento
ilimitado pertence a Deus somente, mas ao homem Deus designa, por sua porção de
sabedoria, o temor do Senhor, que é o aspecto principal da aliança (Jó 28,
espec. v. 28).
15-20. Moisés concluiu a apresentação das bênçãos e maldições da aliança com
um apelo de memorável simplicidade e sublimidade. Ele fez Israel se lembrar de
que em sua experiência como um reino, bênçãos e obediência seriam inseparáveis,
como também a rebelião e a maldição (vs. 16-18).
15. A vida e o bem, a morte e o mal. O resultado era tão simples e radical
como a vida e a morte (cons. 19b). Amar o Senhor, obedecê-Lo e permanecer-Lhe
fiel – essa devia ser a sua vida (v. 20; cons. 6: 1-5).
19. Os céus e a terra tomo hoje por testemunhas
contra ti. Uma das
divisões padrão nos tratados seculares de suserania era a que continha a
invocação dos deuses do Senhor e do vassalo como testemunhas sagradas do
juramento da aliança. É significativo que o tratado deuteronômico contenha pelo
menos este paralelo retórico do aspecto (cons. 4:26; 31:28; 32:1). O Senhor
era, é claro, a Testemunha divina como também o Suserano desta aliança.
Repetidas vezes Moisés traçou a origem da obra da salvação que Deus realizava
através dele, às promessas feitas sob juramento a Abraão (v. 20c).