Interpretação de Daniel 12

Daniel 12

Daniel 12 contém uma continuação da visão de Daniel 11 e insights proféticos adicionais, com foco no fim dos tempos e na ressurreição. Aqui está uma interpretação dos pontos-chave em Daniel 12:

1. O Tempo de Angústia (Daniel 12:1-2): O capítulo começa com uma referência a um tempo de angústia ou tribulação sem paralelo. Este período é descrito como “um tempo de angústia, como nunca houve desde que houve nação até aquele tempo” (Daniel 12:1). Contudo, também é mencionado que durante este tempo, o povo de Deus, aqueles cujos nomes estão escritos no livro, será libertado. Isto provavelmente se refere a um período de grande turbulência e sofrimento associado ao fim dos tempos.

2. A Ressurreição dos Mortos (Daniel 12:2-3): Daniel recebe a promessa de uma ressurreição futura: “E muitos dos que dormem no pó da terra ressuscitarão, uns para a vida eterna, e outros para vergonha. e desprezo eterno" (Daniel 12:2). Esta passagem fala de uma ressurreição geral dos mortos, onde tanto os justos como os ímpios serão ressuscitados. Os justos experimentarão a vida eterna, enquanto os ímpios enfrentarão vergonha e desprezo eterno.

3. Os Sábios Brilharão (Daniel 12:3-4): Aqueles que são sábios e perspicazes brilharão como o brilho do céu. Eles serão recompensados por sua fidelidade e compreensão. Isto sugere que aqueles que permaneceram fiéis à sabedoria e à verdade de Deus serão honrados e distinguidos no futuro.

4. O Selo do Livro (Daniel 12:4-13): O capítulo termina com Daniel sendo instruído a selar as palavras da visão porque elas pertencem a um futuro distante. Daniel fica curioso e procura entender mais, mas é instruído de que o significado dessas coisas permanecerá oculto até o tempo do fim. O anjo assegura a Daniel que ele descansará, mas ressuscitará para receber a herança que lhe foi atribuída.

Daniel 12 apresenta vários pontos interpretativos importantes:

1. O Fim dos Tempos: O capítulo centra-se no fim dos tempos, especificamente num tempo de tribulação e sofrimento sem precedentes. Este período é frequentemente associado a eventos escatológicos que levaram à Segunda Vinda de Cristo e ao julgamento final.

2. A Ressurreição: Daniel 12 contém uma das referências mais claras do Antigo Testamento à ressurreição dos mortos. Fala de um evento futuro onde tanto os justos como os ímpios serão ressuscitados para enfrentar os seus destinos eternos.

3. A recompensa pela sabedoria: A passagem destaca a importância da sabedoria e da compreensão face às provações e desafios do fim dos tempos. Aqueles que possuem sabedoria espiritual brilharão intensamente e receberão sua recompensa.

4. O Mistério do Plano de Deus: O capítulo sublinha o mistério do plano de Deus para a história humana. Embora alguns detalhes sejam revelados, muito permanece oculto até a hora marcada.

No geral, Daniel 12 serve como conclusão do Livro de Daniel, resumindo os temas proféticos do livro e apontando para o cumprimento final dos propósitos de Deus no fim dos tempos. Enfatiza a importância da fidelidade, da sabedoria e da compreensão em meio a circunstâncias desafiadoras e destaca a esperança da ressurreição e do destino eterno de todas as pessoas.

Profecia Relativa à Grande Tribulação de Israel (12:1). Veja Jr. 30:4-11. Neste tempo (cons. coment. sobre Dn. 11:36). Exatamente quando se desenrolam os acontecimentos de 11:36-45. Miguel. Veja Ap. 12:7; Js. 5:13-15; lI Rs. 6:15-17; Is. 37:35, 36; Mt. 26:53. Este é o período da angústia de Israel. Toda a referência que lhe é feita usa a linguagem superlativa (cons. também Mt. 24:21). É um castigo providencial através das perversas mãos do Anticristo preparando a vinda do Messias (cons. Jr. 30; 31; Ez. 20:33-38. Veja R. Culver, Daniel and the Latter Days, págs. 69-76). Embora seja especialmente a tribulação de Israel, é um tempo de indignação divina sobre toda a terra igualmente; portanto outros sofrerão também (Is. 26:20; Dn. 11:36; Ap. 16:10).

Profecia referente à Ressurreição dos Mortos (v. 2). Como o restante da profecia, este versículo relaciona-se com os israelitas. Considerando que a Escritura nada diz sobre uma ressurreição especial para Israel, a “primeira ressurreição” predita em Ap. 20:6, incluirá este grupo. Daniel 12:2 refere-se apenas ao Israel justo. Outras passagens que falam de três estágios na ressurreição (a de Cristo, a dos santos, a do restante dos mortos) são I Co. 15:20-24 (veja R. Culver, “A Neglected Millennial Passage from St. Paul”, Bibliotheca Sacra, Abril, 1956; C. F. Kling, trad. de D.W. Poor sobre I Co. IS: 20.24 em Lange’s Commentary) e Ap. 20. Veja também João 5:28, 29 ; Atos 24:15.

Que esta passagem descreve uma ressurreição seletiva é assunto pacífico não somente entre muitos mestres premilenialistas, mas também entre alguns amilenialistas (por exemplo, Keil). Veja R. Culver, Daniel and the Latter Days, págs. 172-176; Tregelles, Remarks, in loco.

Profecia Relativa às Recompensas Finais (v. 3). Sábios. Veja 11:33, 35; 12:10. Cons. Pv. 11:30; I Co. 9:19; Tg. 5:20; I Pedro 2:19-25; 4:12-16. Veja também I Co. 3:19-23; 9:25; II Co. 5:8-10; Fp. 4:1; I Ts. 2:19; II Tm. 2:5; 4:8; Tg. 1:12; I Pedro 5:4.

Profecias Finais e Instruções (vs. 4-13).

12:4. Encerra as palavras e sela o livro. Nenhuma referência ao obscurecimento do significado. Uso paralelo indica que está relacionada com a proteção e autenticação da mensagem. Veja uma concordância. Muitos o esquadrinharão, e o saber se multiplicará. Os olhos das pessoas percorrerão a profecia e a compreensão aumentará. Está se tratando da disposição do livro e o seu futuro.

12:5. Daniel (como os apóstolos, Atos 1:3-6) sabia que a revelação estava se aproximando do fim. Ele ficou imaginando quando todos esses acontecimentos teriam lugar (cons. Atos 1:7, 8). Outros dois. Duas figuras angélicas, uma das quais deve ter sido o Gabriel das visões anteriores.

12:6. Sobre as águas. Aqui o abismo que separa as criaturas (anjos) do Criador aparece na visão. O homem vestido de linho parece ser o próprio Filho de Deus pré-encamado (cons. Ap. 1:13-20), observe que as últimas questões se referem a ele.

12:7. A consumação terá lugar quando os três tempos e meio (3 anos e meio; 1.260 dias, 42 meses) tão frequentemente mencionados nas profecias anteriores de Daniel tiverem se esgotado. Este versículo é base importante para sustentar a interpretação futurista não só de Dn. 9:27 (a septuagésima semana), mas das porções principais do Apocalipse. A última metade das semanas de anos é um aspecto importante na profecia, porque nela se realizam os principais acontecimentos da consumação. A majestosa cena do juramento reaparece no Ap. 10:5-7. Observe que o centro do interesse profético ainda é o precioso povo santo de Deus (e de Daniel).

12:8. Daniel ainda não era um ás da interpretação profética. Não pode haver um especialista em profecias até que estas se transformem em história (cons. Jo. 2:22).

12:11. Este versículo leva a profecia do meio da septuagésima semana de Daniel 9 até os primeiros trinta dias do Milênio que vem a seguir, talvez o fim de algum período de “operação de limpeza”.

12:12. Isto leva a profecia sessenta e cinco dias além do fim da “semana”. Será que atinge o pleno estabelecimento do reinado do Messias depois de sessenta e cinco dias de operação preliminar inicial? O Milênio, se for uma verdadeira administração do governo celeste na terra de maneira visível, exigirá tempo para o processo administrativo começar a operar.

12:13. Tu, porém, segue o teu caminho até o fim; pois descansarás, e, ao fim dos dias, te levantarás. Um homem com a avançada idade de Daniel não pode vestir uma roupa especial e subir até a colina mais próxima para aguardar a vinda do Senhor. E nós também não. Antes, todos devemos como Daniel, servir fielmente até o fim.
Vamos, pois, estar de pé e agindo
com o coração preparado pra lutar –
Ainda realizando, ainda persistindo,
Aprendendo a viver e a esperar.
Longfellow.
Pois descansarás. À luz do restante da Bíblia, estas palavras significam simplesmente que Daniel, como todo crente verdadeiro, encontrará um tipo real de repouso na sepultura (cons. Is. 57:2), seu espírito se regozijando na presença de Deus, onde ele veria a sua face (Ap. 22:4; Lc. 16:19-22). O estado intermediário, isto é, o período entre a morte e a ressurreição, não é nenhum purgatório doloroso, como a Igreja Romana ensina, nem um estado de sono inconsciente do corpo e alma. É antes “partir e estar com Cristo” (Fp. 1:23), ‘‘no paraíso” (Lc. 23:43). É um período de descanso, como lemos aqui, no seio de Abraão (Lc. 16:22) e um período de conforto (Lc. 16:25).

E ao fim dos dias... para receber a tua herança. Nem Daniel nem qualquer outro santo jamais ficará perdido no “campo de batalha do mundo, no bivaque da vida” – antes ele se levantará na glória da ressurreição. Semeados em corrupção, colhidos em incorrupção; abatidos em desonra, elevados em honra; humilhados em derrota, exaltados em vitória; sepultados em tristeza, ressuscitados em alegria, nós nos levantaremos para receber a nossa herança. Há uma “coroa de justiça” guardada e que o Senhor nos dará naquele dia.

Com esta calma nota de alegria sem medida, o livro de Daniel chega ao fim.

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