Significado de Romanos 8

Romanos 8

Romanos 8 é frequentemente considerado um dos capítulos mais amados do Novo Testamento, e por boas razões. Neste capítulo, o apóstolo Paulo pinta um belo quadro da vida cristã e da esperança que está disponível aos crentes por meio do Espírito Santo.

Paulo começa enfatizando que não há condenação para os que estão em Cristo Jesus. Ele explica que, por meio de Jesus Cristo, os crentes foram libertos da lei do pecado e da morte. Isso significa que os crentes não estão mais sob condenação e receberam o dom da vida eterna.

Em Romanos 8, Paulo também enfatiza o papel do Espírito Santo na vida do crente. Ele diz que o Espírito de Deus vive em nós e nos ajuda em nossa fraqueza. O Espírito Santo intercede por nós quando não sabemos orar e nos ajuda a viver segundo a vontade de Deus.

Finalmente, Paulo conclui Romanos 8 enfatizando a segurança e a esperança disponíveis aos crentes por meio de Jesus Cristo. Ele diz que nada pode nos separar do amor de Deus que está em Cristo Jesus, nosso Senhor. Ele enfatiza que os crentes são mais que vencedores por meio daquele que nos amou, e que nada em toda a criação pode nos separar do amor de Deus.

Em resumo, Romanos 8 é um capítulo bonito e poderoso que enfatiza a esperança e a segurança disponíveis aos crentes por meio de Jesus Cristo. Paulo enfatiza que não há condenação para os que estão em Cristo Jesus, e que os crentes foram libertos da lei do pecado e da morte. Ele também enfatiza o papel do Espírito Santo na vida do crente e a esperança que está disponível para nós por meio de Jesus Cristo. A mensagem de Romanos 8 é uma mensagem de esperança, segurança e vitória por meio de nosso Senhor Jesus Cristo.

Comentário de Romanos 8

Romanos 8.1-30 Em Romanos 7.5, Paulo descreveu a vida na carne. Agora, ele descreve uma vida que segue em sentido oposto: a vida em novidade de espírito (Rm 7.6). A pessoa controlada pelo Espírito não está condenada pela Lei porque o seu passado foi perdoado. Pelo Espírito, o cristão recebe permissão para fazer aquilo que a Lei requer até que ocorra a sua esperada ressurreição final em glória (v. 1-11). O Espírito nos faz filhos de Deus (v. 12-17) e assegura a nós uma maravilhosa esperança futura (v. 18-30).

Romanos 8.1 Portanto. No original grego, essa palavra não faz alusão a uma conclusão formal, mas a uma conclusão informal de Romanos 7.25. Em contraste com a descrição vívida feita anteriormente à pecaminosidade, Paulo descreve a liberdade de viver no Espírito. Nenhuma condenação. Em Cristo, nós não estamos mais sujeitos a viver sob a sentença condenatória da Lei, mas o Espírito nos capacita a viver para Cristo.

Romanos 8.2 A lei do Espírito. O Espírito é uma referência ao Espírito Santo, que potencializa o nosso espírito renovado. Também é possível que a palavra seja uma referência ao espírito humano, o sopro de vida divino.

Romanos 8.3 A Lei tinha o poder de estabelecer o juízo sobre os pecados cometidos, mas era impossível a ela fazer qualquer coisa a respeito do pecado propriamente dito. Ela não tinha poder algum de expiar pecados. Deus realizou o que era impossível à Lei, enviando o seu próprio Filho ao mundo. Jesus veio em semelhança da carne do pecado. Jesus, como Deus, assumiu nossa natureza humana, uma natureza que era suscetível à tentação. Embora Ele tenha sido tentado, nunca cedeu à tentação. Ele nunca cometeu qualquer pecado.

Romanos 8.4 O propósito da vinda de Cristo foi fazer que a justiça da Lei se cumprisse em nós. O cristão cumpre integralmente a exigência da Lei o amor (Rm 13.8-10). Ou seja, estamos sob a Lei, mas estamos em Cristo e caminhamos segundo o Espírito.

Romanos 8.5 A palavra grega traduzida por segundo a carne inclui as vontades, pensamentos e emoções de uma pessoa. Também inclui suposições, valores, desejos e propósitos. Fixar a mente nas coisas da carne ou nas coisas do Espírito significa estar orientado para coisas nas quais colocamos o nosso foco, ou ser governado por elas.

Romanos 8.6 Paz (gr. shalom). E o fim do conflito intenso descrito no capítulo 7, bem como a harmonia e a tranquilidade que existem no interior do cristão; isto é, o resultado do ato de se render a Deus.

Romanos 8.7-11 Um cristão pode viver de acordo com a carne, tendo como resultado a morte (Tg 1.13-15), ou então pode ter o seu espírito renovado, para receber a vida. Nos versículos 7 a 11, Paulo elabora essas duas possibilidades, enquanto demonstra a possibilidade e o benefício de viver em conformidade com o Espírito.

Romanos 8.7 Viver segundo a inclinação da carne resulta em morte (v. 6). A razão disso é que a inclinação da carne é inimizade contra Deus. E a disposição para ser hostil aos desígnios divinos. Quem possui tal tendência nunca pode se submeter à Lei de Deus.

Romanos 8.8 Estar na carne é diferente de andar segundo a carne. Estar na carne significa ser um não-regenerado, ou ser um pecador. As pessoas nessas condições não podem agradar a Deus.

Romanos 8.9 Os cristãos já não vivem em conformidade com a carne, sob o controle da sua natureza humana pecadora. Em vez disso, por terem o Espírito habitando em si e os capacitando, eles podem viver de uma forma que agrade a Deus.

Romanos 8.10 Está morto por causa do pecado. Não é uma alusão à morte física, mas ao corpo desta morte, mencionado em Romanos 7.24 (v. 6). O problema que Paulo está tratando nesta passagem é: Como o corpo morto, onde habita o pecado, pode ser transformado em um veículo que expressa a vida de Deus?

Romanos 8.11 A solução para o problema da carne é o Espírito Santo. Ele vivificará o vosso corpo mortal. Ter uma mente espiritual significa superar a morte do corpo e receber a vida e a paz. Essa é a ressurreição dos mortos (Fl 3.11).

Romanos 8.12, 13 Se viverdes segundo a carne, morrereis. A morte descrita aqui não é de natureza física, porque aqueles que vivem segundo o Espírito morrem apenas fisicamente. E uma alusão à experiência daqueles que vivem uma vida apartada de Deus. Pelo Espírito. Caminhando de acordo com o Espírito (v. 4) e tendo uma inclinação espiritual (v. 6), o cristão pode mortificar as ações pecadoras e pode viver para Deus.

Romanos 8.14 Sermos guiados pelo Espírito de Deus é o mesmo que caminhar em conformidade com o Espírito Santo. Caminhar implica a participação ativa e o esforço do cristão. Ser conduzido sublinha o lado passivo, a dependência submissa de cada cristão ao Espírito. Esses são filhos de Deus. Aqueles que são conduzidos pelo Espírito são os filhos de Deus, e o Deus soberano, por sua vez, é o seu Pai (2 Co 6.18).

Romanos 8.15 Os cristãos são filhos de Deus porque eles receberam o Espírito de adoção. Na Roma Antiga, um filho adotado possuía todos os direitos de um filho nascido na família. Os cristãos foram adotados na família de Deus, o que os faz receber uma herança eterna. Aba. O próprio Jesus, ao orar a Deus, utilizou essa expressão aramaica para se referir ao Pai (Mc 14-36).

Romanos 8.16 Uma indicação adicional de que os cristãos são filhos dirigidos por Deus está no fato de que o Espírito Santo testifica com o seu espírito quanto a essa realidade espiritual. Quando, em oração, os cristãos clamam ao Pai em oração (v. 15), o Espírito Santo intercede por eles (v. 26).

Romanos 8.17 Herdeiros. Todos os filhos de Deus têm uma herança baseada na sua relação com Deus, herança de natureza incorruptível, imaculada, reservada no céu (1 Pe 1.4) A herança dos filhos de Deus inclui uma expectativa de vida eterna (Tt 3.4-7). Como herdeiros de Deus e co-herdeiros de Cristo, os filhos de Deus compartilham, agora, dos sofrimentos de Jesus (Fl 3.10) e, no futuro, compartilharão também da Sua glória (Fl 3.11-14).

Romanos 8.18 As aflições do presente são leves quando comparados com a glória que há de vir. Paulo chama os sofrimentos que passamos nesta vida de leve e momentânea tribulação, quando comparados ao peso eterno de glória mui excelente (2 Cor. 4.17). O plano de compensação divino é tal que aquele que suporta os sofrimentos receberá cem vezes tanto e herdará a vida eterna (Mt 19.29).

Romanos 8.19-27 A criação, ou criatura (v. 19-22), os cristãos (v. 23,24) e até mesmo o Espírito Santo (v. 25-27) agora gemem por causa da glória que há de vir.

Romanos 8.19 Ardente expectação significa, literalmente, “ assistir com o pescoço esticado” . A criatura está impaciente para ver a manifestação dos filhos de Deus.

Romanos 8.20 Porque a criação ficou sujeita à vaidade. Neste versículo, o termo vaidade significa vanidade, vácuo, sendo uma referência à maldição que recaiu sobre a criação (Gn 3.17-19).

Romanos 8.21 A criação ou criatura aguarda a glória vindoura porque ela também será libertada. A servidão da corrupção é uma alusão à futilidade descrita a partir do versículo 20. A natureza é sujeita à deterioração e à morte por causa do pecado.

Romanos 8.22, 23 A alusão às primícias do Espírito pode ser uma referência às primeiras obras do Espírito Santo (Rm 8.9-11), que é o penhor mais operoso da realidade que há de vir, bem como da redenção do nosso corpo. Caso contrário, as primícias pode ser uma palavra que está em aposição à palavra Espírito; se assim for, o termo as primícias é uma referência ao próprio Espírito. As primícias de uma colheita eram uma amostra da colheita que estava por vir. Sendo assim, o Espírito, ou a Sua operação, é a garantia de Deus de que maiores bênçãos estão para chegar. Em outro texto bíblico, o Espírito é chamado de penhor da nossa herança (Ef 1.14).

Romanos 8.24 Esperança é uma expectativa constante de uma realidade ainda não vista. Nós somos salvos por meio da fé, mas nossa esperança está no retorno de Cristo em Sua glória e na nossa completa libertação da natureza pecadora.

Romanos 8.25 Se nós estamos esperando algo que ainda não vimos, nós fazemos isso com paciência; quer dizer, nós estamos dispostos a suportar o presente.

Romanos 8.26 Há outras coisas que podem ser incluídas no conceito de fraquezas, mas, neste texto, a referência primária é à nossa ignorância. O contraste oferecido por Paulo neste versículo está entre a nossa inabilidade de saber orar e as orações efetivas feitas pelo Espírito por nós, ou em nosso favor. A ênfase está em que o Espírito ora por nós quando somos incapazes orar. Ele intercede junto por nós diante do trono de Deus (1 Jo 2.1). Mas a intercessão do Espírito se dá por gemidos inexprimíveis, de forma que ela está no campo daquilo que “não está expresso” ou daquilo que não é dito. Nenhum idioma é mencionado aqui, apenas os gemidos do Espírito.

Romanos 8.27, 28 Como filhos de Deus, nós nem sempre sabemos pelo que orar, ou como podemos orar melhor (v. 26). Podemos saber, porém, que quando oramos, por desígnio do próprio Deus, o Espírito aperfeiçoa o que falamos em oração. Todas as coisas contribuem juntamente para o bem daqueles que amam a Deus. A referência feita primeiramente a todas as coisas diz respeito às aflições deste tempo presente (v. 18). Todas as circunstâncias trabalharão juntas e cooperarão para o bem do cristão; ou seja, o cristão será moldado, no presente momento, por Jesus Cristo e, no porvir, reinará com Ele. Daqueles que amam a Deus. E uma referência àqueles que são chamados por seu decreto. Nosso amor é a nossa resposta à operação do Espírito Santo em nossa vida. Nós somos chamados de acordo com o seu propósito (NVI). Tudo o que Deus faz, inclusive a redenção, é para realizar Seu plano.

Romanos 8.29 Dantes conheceu. Isso significa que Ele conheceu anteriormente, o que é mais do que um mero conhecimento a respeito das pessoas e dos eventos. Ele conheceu as pessoas, não meramente conheceu a respeito delas. Essa expressão foi interpretada por alguns como uma referência à escolha gratuita e misericordiosa de Deus de certas pessoas, que receberam como presente a salvação independente de quaisquer obras que eles tenham feito. O Seu conhecimento dos eventos futuros e das pessoas, porém, não determina a Sua escolha (1 Pe 1.2). Pelo contrário, Ele escolheu os que seriam salvos a partir de Sua própria vontade e a partir de Seu próprio propósito. Somente Deus salva; as pessoas nunca ganharão a salvação mediante o exercício de quaisquer obras.

Romanos 8.30 Deus não só conheceu de antemão e predestinou os cristão (v. 29), mas também os chamou os cristãos para pregar a mensagem do evangelho (2 Ts 2.14). Porém, esta não é a chamada geral do evangelho a todas as pessoas. Se fosse, nós seríamos forçados a aceitar o universalismo, a visão de que todo o mundo será salvo. Em vez disso, esses que são chamados por Deus foram de antemão conhecidos, predestinados; Deus os justificou. Essa vocação é uma referência ao trabalho do Espírito no interior do coração dos eleitos de Deus, fazendo-os ter a convicção em Cristo (At 16.14). Ser justificado significa ser declarado íntegro. Finalmente, Deus os glorificou. Embora a glorificação esteja no futuro, ela é declarada aqui no tempo passado. Todos aqueles que foram de antemão conhecidos por Deus, no passado da eternidade em que Deus vive, têm certeza quanto ao futuro de tal forma que o apóstolo fala da sua glorificação como um ato já realizado.

Romanos 8.31 Paulo faz quatro perguntas retóricas, todas elas feitas para elucidar a questão do propósito eterno de Deus. Que diremos, pois, a estas coisas? Em essência, este versículo é a conclusão que Paulo apresenta para os oito primeiros capítulos de Romanos. Essa pergunta significa: Qual será a nossa resposta ao que foi dito? Paulo continua, dizendo: Se Deus é por nós, quem será contra nós? Essa não é uma das quatro perguntas retóricas, mas é a resposta à primeira pergunta feita. Paulo apenas responde que ele tem confiança plena de que o propósito eterno de Deus será realizado porque Deus é Deus. Quem será contra nós! Não significa que nós não temos nenhum adversário. Os versículos 35 e 36 listam um grande número de adversários. Paulo deseja afirmar que não há nenhuma acusação que seja tão grande que possa contrariar o propósito eterno de Deus.

Romanos 8.32 Paulo responde à pergunta retórica do versículo 31 com uma nova pergunta. Considerando que Deus nos fez o maior bem, pois entregou o Seu próprio Filho, não nos dará também com ele todas as coisas?

Romanos 8.33 Essa é outra pergunta retórica, equivalente a uma negação enfática. Os escolhidos recordam o plano eterno de Deus (v. 28-30). Se Deus, o Juiz Supremo, justificar-nos, então quem poderá agir contra nós e prosperar, ou ter sucesso em sua empreitada?

Romanos 8.34 Cristo quem morreu [...] também intercede por nós. A partir do momento em que Cristo nos justificou e passou a interceder por nós, ninguém mais pode nos condenar. A morte do Senhor Jesus em nosso favor teria pouco proveito caso ela fosse considerada separadamente da Sua valorosa ressurreição. E o Deus vivo que garante, seguramente, o cumprimento do propósito eterno de Deus. Assim, Ele está sentando agora à destra de Deus, cheio de glória e soberania, e de onde Ele é eternamente exaltado. O Senhor Jesus intercede por nós, junto a Deus Pai, pela autoridade que é inata à Sua divindade. Por causa da Sua morte vitoriosa, da Sua ressurreição vitoriosa, da Sua ascensão vitoriosa aos céus e da Sua intercessão vitoriosa por nós, o Senhor Jesus selou o propósito eterno de Deus. Em todo universo não há nada que possa prover maior garantia que a obra perfeita de Cristo.

Romanos 8.35 Se ninguém pode se opor a nós e prosperar (v. 31), ou nos acusar (v. 33), ou ainda nos condenar (v. 34), então é fato visível que nós temos uma relação pessoal com Deus. Devido a esse relacionamento, ninguém pode nos separar do amor de Cristo por nós. A enumeração de adversidades constantes neste versículo cobre a gama de experiências que poderiam parecer desafios consideravelmente grandes à realidade do amor de Cristo.

Romanos 8.36 Ovelhas para o matadouro. Aqueles que amam a Deus (Sl 44-17-22) sempre têm de enfrentar a morte, dia após dia (2 Co 4-11).

Romanos 8.37 As provações e as dificuldades listadas no versículo v. 35 não apenas não podem nos separar do amor de Cristo, mas também nos tornam mais do que vencedores, pois elas nos forçam a depender cada vez mais de Deus.

Romanos 8.38, 39 Absolutamente nada poderá separar o cristão do amor de Deus. O apóstolo usa de grande esforço para escolher as palavras que descrevem a certeza absoluta da existência do amor de Deus em favor do cristão. Nada é tão difícil ou perigoso, nem a morte, nem a vida, que possa nos separar de Deus. Se Deus, o único ser não-criado, é por nós, nada neste mundo pode nos separar dele, o que torna a nossa segurança nele absoluta.

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