Interpretação de Deuteronômio 8
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A Lei do Maná. 8:1-20.
O ponto focal deste capítulo é o versículo 17, com o
seu quadro de um Israel futuro repousando em Canaã, e congratulando-se consigo
mesmo. A lembrança da orientação providencial de Deus durante os quarenta anos
no deserto (v. 2 e segs.) forneceria o corretivo para tal vaidade.
1-6. O versículo 1 é outro resumo introdutório das intimações e sanções da
aliança (veja também 4:1; 5:1; 6:1).
2. No que se referia à geração sobrevivente, a peregrinação do deserto
fora planejada como um período de exame para te provar – (v. 2b; cons. 13:3) e
de instrução necessária (v. 3c). Fora uma disciplina paternal e contribuíra
para suas bênçãos definitivas (v. 5 ; cons. 16c).
3. E te sustentou com o maná. O significado da humilhação de Israel,
por Deus (v. 2), é ilustrado pela referência à Sua extraordinária provisão de
cada necessidade durante os quarenta anos (vs. 3:4; cons. 29: 5,6),
particularmente enviando o maná (veja Êx. 16, esp. v.4). A humilhação consistiu
da privação e então da provisão do “o que é isto?”, o desconhecido, o
sobrenatural pão do céu, que compeliu o povo a reconhecer sua dependência de
Deus (cons. Dt. 8:16a,b).
A moderna exegese naturalista identifica o maná
bíblico com excreções de cochonilhas semelhantes ao mel encontradas em moitas
de tamargueiras na região do Sinai. Seja qual for o papel explícito que foi ou
não foi representado por essas excreções, o pão do céu era, nada mais nada
menos que um produto claramente miraculoso em sua natureza e maneira de
provisão. Mais ainda, uma simples mudança de um gênero de alimento normal e
apetitoso para outro, por mais exótico que fosse, jamais teria humilhado Israel
nem lhe teria ensinado a verdade que o maná ensinou: não só de pão viverá o
homem, mas de tudo o que procede da boca do Senhor, disso viverá o homem.
Deus conduziu Israel a uma situação na qual a vida
derivava e tinha de ser diariamente buscada no pão celestial, o fruto de um
exercício criativo diário da palavra de Deus. Este era um lembrete eficiente de
que a criatura não existe como um ser auto-suficiente, sustentada pelos frutos
de uma terra que também não existe e produz independentemente de Deus. Ele
depende sempre e basicamente da palavra divina que deu vida a ele e ao seu
mundo. Além disso, Deus propôs a ensinar a Israel que a vida do homem,
diferentemente da vida animal, não consiste em apenas uma vitalidade física que
o pão, quer terreno ou celestial, possa sustentar. Por isso ele providenciou o
pão do céu de tal maneira que fosse necessária uma resposta ético-religiosa
diante de Sua palavra preceptiva. Esta resposta foi apropriadamente focalizada
sobre a guarda do sábado, o sinal da fidelidade do homem à aliança como também
o lembrete do papel de Deus como Criador. Assim, o maná ensinou Israel que só
quando o homem permanece obediente sob a palavra soberana do Senhor, a fonte
máxima da vida, é que ele encontra vida verdadeira e duradoura (cons. 30: 20).
7a. Boa terra. A lembrança da lição do deserto foi necessária a esta
altura, pois Deus estava conduzindo Israel para dentro de uma terra onde os
produtos normais da natureza proporcionariam um padrão de vida comparavelmente
exuberante (vs. 7-10a).
9b. Cujas pedras são ferro. No substrato de arenito da Palestina
existem veios de cobre e ferro, e descobriram-se antigas minas onde esse
arenito emerge à superfície no Arabá.
11. Guarda-te não te esqueças. Embora todos esses produtos naturais
deviam ser gratamente aceitos como presentes de Deus, exatamente como o maná
sobrenatural (v.10b), a fartura e tranqüilidade embotaria a percepção que
Israel tinha de Deus (v. 12: 13).
14. ... e eleve o teu coração. O orgulho suprimiria as lembranças de
dias mais humildes de escravidão, escorpiões e sede; dias quando o livramento e
a sobrevivência exigiram a intervenção divina através de meios desconhecidos
até então (vs. 15, 16). Eles deviam se precaver de negar assim o Senhor por
causa da auto-bajulação. A mesma verdade que tivera de ser aprendida
antigamente quando os estômagos estavam vazios, seria relevante no futuro
quando os estômagos estariam cheios: a fonte da vida do homem é a palavra de
Deus – é ele o que te dá força (17,18a). A beatitude de Israel devia-se
somente à fidelidade divina ao seu juramento convencional (v.18b; cons. Gn.
15). Ao mesmo tempo o Senhor interviria na vida daqueles que violassem a
aliança com as maldições que eles invocassem.
20. Assim perecereis. Repudiar a eleição de ser propriedade peculiar do
Senhor e identificar-se com os cananitas anatematizados em sua iniqüidade
idólatra, resultaria na identificação de Israel com os pagãos e o seu destino.