Gálatas 3 — Comentário Devocional
Gálatas 3
Gálatas 3 continua a fornecer aplicações importantes para a vida dos cristãos. Aqui estão algumas conclusões importantes de Gálatas 3:
1. Justificação Somente pela Fé:
Gálatas 3 reafirma a doutrina cristã central de que somos justificados pela fé em Jesus Cristo, e não pelas nossas próprias obras ou esforços. Esta é uma verdade fundamental que nos lembra de confiar na graça de Deus e confiar na obra consumada de Cristo na cruz para a nossa salvação.
2. A promessa a Abraão:
Neste capítulo, Paulo destaca como a promessa feita a Abraão foi cumprida em Cristo. Isto demonstra a fidelidade de Deus e Seu compromisso com Suas promessas. Como crentes, podemos encontrar encorajamento em saber que Deus cumpre as Suas promessas e podemos confiar nos Seus planos para as nossas vidas.
3. Liberdade da Maldição da Lei:
Gálatas 3 ressalta que Cristo nos redimiu da maldição da lei. Isto significa que não estamos mais sob a condenação da lei, mas somos livres para viver em obediência a Deus por amor e não por medo. Isso deve nos levar a viver com uma sensação de liberdade e gratidão.
4. Filhos de Deus:
O capítulo também enfatiza que por meio da fé em Cristo nos tornamos filhos de Deus e herdeiros de Suas promessas. Esta verdade lembra-nos a nossa identidade como filhos e filhas amados de Deus, o que deve impactar a forma como vemos a nós mesmos e aos outros.
5. Unidade em Cristo:
Gálatas 3 ressalta que em Cristo não há distinção entre diferentes grupos de pessoas. Somos todos um em Cristo Jesus. Isto chama-nos a quebrar as barreiras do preconceito e da discriminação, promovendo a unidade e a igualdade entre todos os crentes.
6. Viver pelo Espírito:
Paulo discute o papel do Espírito Santo na vida dos crentes. Ele nos encoraja a andar pelo Espírito e não satisfazer os desejos da carne. Isto nos desafia a cultivar uma vida caracterizada pelos frutos do Espírito, como amor, alegria, paz, paciência, bondade, bondade, fidelidade, gentileza e autocontrole.
7. O Direito como Tutor:
Gálatas 3 descreve a lei como um tutor que nos leva a Cristo. Ensina-nos que o propósito da lei era apontar-nos para a nossa necessidade de um Salvador. Isto lembra-nos de abordar a lei com uma perspectiva adequada, compreendendo as suas limitações na provisão da salvação.
Em resumo, Gálatas 3 enfatiza as verdades fundamentais da justificação pela fé, a nossa identidade como filhos de Deus e o papel do Espírito Santo nas nossas vidas. Chama-nos a viver em liberdade, unidade e obediência a Deus, ao mesmo tempo que abraçamos as Suas promessas e confiamos na Sua graça. Esses princípios são aplicáveis à nossa vida diária à medida que procuramos andar na fé e viver a mensagem do evangelho.
Devocional
3.1 Os crentes da Galácia tinham ficado fascinados com os argumentos dos falsos mestres, quase como se estivessem enfeitiçados. A magia era muito comum nos dias de Paulo (At 8.9-11; 13.6,7), e os mágicos usavam tanto as ilusões de ótica como o poder de Satanás para realizar milagres. As pessoas sentiam-se atraídas pelos seus misteriosos ritos sem reconhecer neles o perigo de sua fonte ou origem.3.2, 3 Alguns crentes da Galácia podem ter estado em Jerusalém para a Festa de Pentecostes e recebido o Espirito Santo. Sabiam, no entanto, que não haviam recebido o Espírito de Deus somente por obedecerem às leis judaicas. Paulo insistia que da mesma forma como haviam iniciado sua vida cristã, pelo poder do Espírito, deviam também crescer por esse mesmo poder. Os gálatas haviam retrocedido quando decidiram insistir em obedecer às leis. Devemos entender que crescemos espiritualmente por causa da obra de Deus em nós, através de seu Espírito, e não porque respeitamos determinadas regras.
3.5 Os gálatas sabiam que haviam recebido o Espírito Santo porque creram, e não porque obedeceram à lei mosaica. As pessoas ainda se sentem inseguras em sua fé, porque parece ser fácil ter fé; portanto, tentam se aproximar de Deus pela obediência aos regulamentos. Embora certas disciplinas (o estudo da Bíblia e a oração) e serviços possam nos ajudar a crescer, estes não devem tomar o lugar do Espírito Santo em nós ou tornarem-se um fim em si mesmos. Ao fazer essas perguntas. Paulo esperava que os gálatas voltassem a enfocar a Cristo como o fundamento de sua fé.
O Espírito Santo dá aos cristãos o grande poder de viver para Deus. Alguns cristãos, porém, querem mais do que isso; querem viver em um estado de perpétua excitação. O tédio da vida cotidiana os leva a concluir que alguma coisa está espiritual mente errada. Muitas vezes, a maior obra do Espírito Santo é a de nos ensinar a persistir, a continuar fazendo as coisas certas mesmo quando já perdemos o interesse ou a inspiração em relação a elas. Os gálatas rapidamente se afastaram da mensagem das Boas Novas de Paulo em direção aos ensinos dos mestres recém-chegados à cidade. O que mais precisavam era receber do Espírito Santo a virtude da persistência. Se a vida cristã lhe parece comum, você pode estar precisando que o Espírito de Deus lhe dê um pouco de estimulo. Cada dia é um novo e diferente desafio para aqueles que querem viver para Cristo.
3.6-9 O principal argumento dos judaizantes era que os gentios precisavam se tornar judeus antes de se tornarem cristãos. Paulo expôs a falha desse argumento quando mostrou que os verdadeiros filhos de Abraão são aqueles que têm fé, e não aqueles que obedecem à lei. O próprio Abraão foi salvo pela fé (Gn 15.6), Todos os crentes, em qualquer época e de qualquer nação, compartilham a bênção de Abraão. Essa é uma promessa que traz muito conforto, uma grande herança para nós e um sólido fundamento para nossa vida.
3.10 Paulo cita Deuteronômio 27.26 para provar que, ao contrário do que os judaizantes afirmavam, a lei não pode nos justificar ou salvar pode somente condenar. Transgredir apenas um mandamento leva as pessoas ã condenação. E como todos nós alguma vez já desobedecemos aos mandamentos, estaríamos sujeitos a essa condenação. A lei nada pode fazer para revertê-la (Rm 3.20-24). Mas Cristo tomou sobre si a maldição da lei quando foi pendurado na cruz. E Ele o fez para que não tivéssemos que suportar nossa própria punição. A única condição é aceitar a morte de Cristo em nosso lugar como o meio para alcançarmos a salvação (Cl 1.20-23).
3.11 Tentar ser agradável a Deus somente com nosso esforço não trará o resultado esperado. Boas intenções, como “Farei melhor da próxima vez” ou “Nunca mais farei isso geralmente terminam em fracasso. Paulo menciona a declaração de Habacuque (Hc 2.4) de que confiar em Deus — crendo em sua providência para nossos pecados e vivendo cada dia sob seu poder— poderá quebrar esse ciclo de insucessos.
3.17 Deus manteve a promessa feita a Abraão (Gn 17 7,8) o não a revogou, embora milhares de anos tenham se passado. Ele salvou Abraão pela fé e abençoou o mundo por meio do patriarca ao enviar o Messias como um de seus descendentes. As circunstâncias podem mudar, mas Deus permanece constante e não quebra suas promessas. Ele prometeu perdoar nossos pecados através de Jesus Cristo, e podemos ter a certeza de que o fará.
3.18.19 A lei tem duas funções. Sob o aspecto positivo, ela revela a natureza e a vontade de Deus, além tio indicar ás pessoas como devem viver. Sob o aspecto negativo, ela indica os pecados das pessoas, mostrando que é impossível agradar a Deus tentando obedecer plenamente a todas as suas leis. A promessa de Deus a Abraão tratava da fé deste homem, e a lei está focalizando duas ações. A aliança com Abraão mostra que a fé ó a única forma de salvação, enquanto a lei mestra como devemos obedecer a Deus sob a forma de um grato reconheci mento. A fé não invalida a lei, mas quanto mais sabemos a respeito de Deus, mais percebemos como somos pecadores. Então, somos levados a depender somente de nossa fé em Cristo para nossa salvação.
3.19-20 Quando Deus fez a promessa a Abraão, ele estava sozinho, sem os anjos ou Moisés como mediadores. Embora não seja mencionado no livro do Êxodo, os judeus acreditavam que os Dez Mandamentos haviam sido dados a Moisés pelos anjos (Estevão referiu-se a esse detalhe em seu discurso, ver At 7.38.53). Paulo estava mostrando a superioridade da salvação e o crescimento (pela fé em relação á tentativa de alcançar a salvação apenas observando as leis judaicas. Cristo é o único e o melhor caminho que nos foi dado por Deus para chegarmos até Ele (1 Tm 2.5).
3.21, 22 Antes de sermos libertos pela fé em Cristo, estávamos presos pelo pecado, derrotados pelos erros passados e sufoca dos por desejos que sabíamos ser errados. Deus sabia que éramos prisioneiros do pecado, mas nos proporcionou um caminho para a libertação — a fé em Jesus Cristo. Sem Ele, estamos nas garras do pecado. E somente aqueles que colocam sua fé em Cristo poderão um dia fugir do erro. Olhe para Cristo — Ele está estendendo sua mão para libertá-lo.
3.24, 25 A imagem da lei como uma entidade protetora é semelhante à de um tutor que supervisiona uma criança. Mas não precisamos mais desse tipo de supervisão. A lei nos ensina a necessidade da salvação; a graça de Deus nos de essa salvação. O AT ainda se aplica aos nossos dias, pois nele Deus revela sua natureza. sua vontade para a humanidade, suas leis morais e suas diretrizes para a vida cotidiana. Mas não podemos ser salvos pela obediência á lei; devemos, antes, confiar em Cristo.
3.28 Alguns judeus diziam a cada novo dia: “Senhor, eu te agradeço por não ser gentio, escravo ou mulher”. O papel da mulher foi realçado pelo cristianismo. A fé em Cristo transcende essas diferenças e torna todos os crentes uma única pessoa em Cristo. Procure se assegurar de que não esteja impondo distinções que foram eliminadas por Jesus. Como todos os crentes são seus herdeiros, ninguém é mais privilegiado ou superior aos outros.
E uma inclinação natural sentirmos nos constrangidos ao lado de pessoas que são diferences de nós e procurarmos estar mais próximos daquelas com as quais temos mais afinidades. Mas quando permitimos que nossas diferenças nos separem de nossos companheiros de fé, estamos ignorando os ensinos bíblicos, que são bastante claros a esse respeito. Podemos procurar valorizar pessoas que não são exatamente como você ou seus amigos, e poderá descobrir que tem muito em comum com elas.
3.29 A promessa original feita a Abraão tinha o propósito de incluir todo o mundo, não somente o patriarca e seus descendentes (ver Gn 12.3). Todos os crentes participam dessa promessa e são abençoados como se também fossem filhos de Abraão.