Lucas 22 — Comentário Devocional

Lucas 22

Lucas 22 contém ensinamentos e eventos significativos em torno da Última Ceia e da prisão de Jesus. Aqui estão algumas lições que podem ser tiradas de Lucas 22:

1. A Última Ceia: A instituição da Ceia do Senhor nos lembra do sacrifício de Jesus e da importância de lembrar Sua morte e ressurreição. Ensina-nos sobre o significado da comunhão e da gratidão.

2. A disputa entre os discípulos: Jesus aborda o argumento dos discípulos sobre a grandeza, ensinando-os sobre a humildade e a verdadeira natureza da liderança através do serviço.

3. A Negação de Pedro Predita: Jesus prediz a negação de Pedro, mostrando-nos a realidade da fraqueza humana e a necessidade de humildade e confiança em Deus.

4. O Jardim do Getsêmani: A oração de Jesus no jardim revela Sua profunda angústia e submissão à vontade de Deus. Isso nos ensina sobre entregar nossos desejos a Deus em momentos de dificuldade.

5. Prisão de Jesus: A resposta de Jesus à Sua prisão exemplifica Sua obediência e disposição de cumprir o plano de Deus, mesmo diante da injustiça.

6. Negação de Pedro: A negação de Pedro destaca o perigo da autoconfiança e as consequências de não permanecer firme na fé.

7. Julgamento e zombaria de Jesus: O julgamento e a zombaria de Jesus mostram Sua inocência e o cumprimento de profecias sobre Seu sofrimento. Isto nos ensina sobre Sua missão redentora e o cumprimento das Escrituras.

8. O Ladrão Arrependido: A interação entre Jesus e o ladrão arrependido na cruz demonstra a graça de Deus e a oferta de salvação mesmo no último momento.

Em resumo, Lucas 22 ensina lições sobre o significado da Última Ceia, a humildade na liderança, a fraqueza humana, a entrega à vontade de Deus, a obediência diante da adversidade, o perigo da autoconfiança, a missão redentora de Jesus e a disponibilidade de A graça de Deus para a salvação.

Devocional

22.1 Exigia-se que todos os judeus do sexo masculino, com idade superior a 12 anos, fossem a Jerusalém para a Páscoa, que era antecedida por uma celebração de sete dias, chamada Festa dos Pães Asmos. Judeus de todas as partes do Império Romano iam a Jerusalém para participar dessas festas, celebrando um dos eventos mais importantes de sua história: a saí­da do Egito. Para saber mais sobre a Páscoa e a Festa dos Pães Asmos, veja a primeira nota Marcos 14.1.

22.3 A participação de Satanás na traição de Jesus não exime a responsabilidade de Judas neste episódio. Desiludido pelo fato de Jesus haver se disposto a morrer em vez de estabelecer seu Reino, talvez Judas tentasse, com sua traição, forçar o Mestre a usar o seu poder para provar que era o Messias. Também é possível que Judas, por não entender a missão de Jesus, não acreditasse mais que Ele fosse o escolhido de Deus. A despeito do que Judas tenha pensado. Satanás presumiu que a morte de Jesus daria um fim a sua missão e frustraria o plano de Deus. Entendemos que o Diabo, assim como Judas, não sabia que a morte e a ressurreição de Jesus eram, desde o princípio, as etapas mais importantes do plano de Deus. Para obter mais informações sobre Judas, veja seu perfil em Marcos.

22.7.8 A refeição da Páscoa incluía o sacrifício de um cordeiro, por causa da associação com o êxodo do Egito. Quando os hebreus se preparavam para partir. Deus lhes disse que matassem um cordeiro e marcassem com o sangue do animal os umbrais das portas de suas casas. Depois, deveriam preparar a carne, que lhes serviria de alimento. No episódio da última ceia. Pedro e João tiveram de comprar e preparar o cordeiro, pão sem fermento, ervas, vinho e outros alimentos cerimoniais.

22.10 Comumente, as mulheres, e não os homens, iam ao poço, para apanhar e levar água para casa. Por esta razão, foi fácil identificar esse homem mesmo em meio a uma multidão.

22.14-18 A Páscoa era a comemoração da saída de Israel do Egito. Naquela ocasião, o sangue de um cordeiro nos umbrais das portas salvou os primogênitos hebreus da morte. Este acontecimento pressagiou a obra de Jesus na cruz. Como o Cordeiro imaculado de Deus, seu sangue seria derramado, a fim de salvar seu povo do castigo da morte pelo pecado.

22.17, 20 Lucas mencionou duas taças de vinho, enquanto Mateus e Marcos mencionaram apenas uma. Na refeição tradicional da Páscoa, o vinho é servido quatro vezes. Entendemos que Cristo comparou o pão a seu corpo e o vinho a seu sangue quando ofereceu a quarta e última taça.

22.17-20 De um modo geral, os cristãos têm diferentes interpretações acerca do significado da comemoração da Ceia do Senhor. Existem três opiniões principais: (1) o pão e o vinho se tornam realmente o corpo e o sangue de Cristo (pelo fenômeno conhecido como “transubstanciação”); (2) o pão e o vinho permanecem inalterados, contudo Cristo está espiritualmente presente pela fé; (3) o pão e o vinho permanecem inalterados, e a Ceia é um memorial do sacrifício de Cristo. Não importa a opinião de cada grupo, todos os cristãos concordam que a Ceia do Senhor comemora a morte de Cristo na cruz para nos redimir e aponta para a vinda de seu Reino em glória. Quando participamos da Ceia, mostramos a nossa profunda gratidão pela obra de Cristo a nosso favor, e nossa fé é fortalecida.

22.19 Jesus pediu aos discípulos para comerem o pão que era partido em memória dEle. O Senhor desejava que se lembrassem de seu sacrifício, a condição para o perdão dos pecados e para a comunhão da qual continuariam a desfrutar através da obra do Espírito Santo. Embora o significado exato da Ceia do Senhor (que alguns chamam de Comunhão) tenha sido fortemente debatido ao longo da história da Igreja, os cristãos ainda tomam o pão e o vinho em memória de seu Senhor e Salvador Jesus Cristo. Não negligencie a participação na Ceia do Senhor! Deixe que esta celebração o faça lembrar do que Cristo fez a seu favor!

22.20 Na época do AT, Deus concordou em perdoar as faltas do pecador se este levasse animais para serem sacrificados pelos sacerdotes. Quando este sistema sacrificial foi inaugura do, o acordo entre Deus e seu povo foi selado com o sangue de animais (Êx2 4 .8). Mas o sangue em si não tirava o pecado (só Deus pode perdoar pecados), por isto o sacrifício de animais era repetido dia após dia, ano após ano. Contudo. Jesus instituiu uma nova aliança entre Deus e seu povo. Sob este novo pacto, Jesus morreria no lugar dos pecadores. Diferentemente do sangue de animais, o sangue de Jesus (por Ele ser plena mente homem e plenamente Deus, santo e imaculado) remove ria os pecados de todos aqueles que depositassem sua fé nEle. O sacrifício de Jesus jamais seria repetido; permaneceria válido por toda a eternidade (Hb 9.23-28). Por isso, os profetas esperaram ansiosamente por essa nova aliança, que cumpriria o antigo acordo sacrificial (Jr 31.31 34), e João Batista referiu-se a Jesus como “O Cordeiro de Deus que tira o pecado do mundo” (Jo 1.29).

22.21 A partir dos relatos de Marcos e João, sabemos que o traidor de Jesus foi Judas Iscariotes. Embora os outros discípulos estivessem confusos com as palavras do Mestre. Judas entendeu o que Ele quis dizer.

22.24 O acontecimento mais importante da História estava prestes a acontecer, e os discípulos ainda discutiam sobre seu prestigio no Reino! Olhando para trás, vemos que este não era o momento para se preocuparem composições. Mas envolvidos com suas preocupações, eles não perceberam o que Jesus tentou dizer sobre a aproximação de sua morte e ressurreição. Quais são as suas principais preocupações hoje? Daqui a vinte anos, quando você olhar para trás, estas preocupações parecerão in significantes e impróprias? Tire os olhos de si mesmo e prepare-se para a segunda vinda de Cristo.

22.24-27 O sistema mundano e muito diferente do celestial. Os líderes terrenos são frequentemente egoístas e arrogantes em sua caminhada até o ápice (embora alguns reis no mundo antigo até tenham dado a si mesmos o título de “Benfeitor”, que significa “amigo das pessoas”). Mas entre os cristãos, o líder deve ser a pessoa que serve melhor. Existem diferentes estilos de liderança: uns lideram por meio da oratória; outros, da administração, alguns por meio de relacionamentos, mas todo líder cristão precisa ter um coração de servo. Pergunto às pessoas a quem você lidera como pode servi-las melhor!

22.31, 32 Satanás queria esmagar Simão Pedro e os outros discípulos como se fossem grãos de trigo. Esperava encontrar apenas joio e desfazer-se dele. Mas Jesus assegurou a Pedro que sua fé, embora hesitante, não seria destruída; seria renova da, e Pedro se tornaria um poderoso líder.

22.33, 34 Jesus disse aos discípulos que um deles o trairia e que a calamidade aguardava o traidor (22.22). Então, o Mestre revelou a Pedro que ele negaria conhecê-lo; porém, mais tarde. Pedro se arrependeu e recebeu a incumbência de apascentar os cordeiros de Jesus (Jo 21.15). Negação é um erro quase tão ruim quanto a traição. Mas Judas e Pedro tiveram destinos completamente diferentes, porque o ultimo se arrependeu.

22.35-38 Nesta passagem. Jesus inverteu seu antigo conselho relativo a viagens (9.3). Os discípulos deveriam levar bolsas, dinheiro e espadas, pois enfrentariam ódio e perseguição; precisavam estar preparados. Quando Jesus disse “basta” aos discípulos, ensinou-lhes que não estava na hora de pensar em usar espadas. Seja qual for o caso, a menção de uma espada apontou para o fato de que logo enfrentariam tribulações.

22.39 O monte das Oliveiras está localizado a leste de Jerusalém, Jesus subiu em direção sudoeste, para um bosque de oliveiras chamado “Getsêmani”, que significa “prensa de óleo”.

22.40 Jesus pediu aos discípulos que orassem para que não caíssem em tentação, porque sabia que logo os deixaria. Também tinha conhecimento de que precisavam de forças extras, para enfrentar as tentações que estavam adiante: a de fugir ou negar o relacionamento que tinham com Ele. Os discípulos estavam prestes a ver Jesus morrer. Ainda pensariam nEle como o Messias? A tentação mais forte dos discípulos, sem dúvida, se ria pensar que haviam sido enganados pelo Mestre.

22.41,42 Estaria Jesus tentando abandonar sua missão? Não é errado expressar os nossos verdadeiros sentimentos a Deus. Jesus, como homem, expôs o medo das provações iminentes, mas também reafirmou seu compromisso de fazer a vontade do Pai. O cálice se referia à terrível agonia que Jesus enfrentaria, não era apenas o horror da crucificação, mas, pior do que isto, a separação total do Pai que o Filho teria de experimentar, ao tomar sobre si na cruz os pecados da humanidade.

22.44 Apenas Lucas nos revelou que o suor de Jesus se tornou gotas de sangue. Jesus estava em extrema agonia, mas não desistiu nem cedeu. Ele foi adiante, dando prosseguimento à missão para a qual tinha vindo.

22.46 - Esses discípulos estavam dormindo. Quão trágico é que muitos cristãos ajam como se dormissem profundamente no que se refere a demonstrar sua devoção a Cristo e seu serviço a Ele. Não seja insensível ou despreparado para a obra de Cristo!

22.47 O beijo era e ainda é a saudação tradicional entre os homens em certas localidades do mundo. Nesse caso, foi também o sinal combinado para indicar quem era Jesus (Mt 26.48). É irônico pensar que um gesto de saudação sena o meio de traição. Foi um gesto vazio devido á deslealdade de Judas. Será que alguma de suas práticas religiosas tornou-se vazia? Também traímos a Cristo quando nosso serviço e nossa doação não são sinceros ou executados somente com a finalidade de exibição.

22.50 No Evangelho de João, lemos que o homem que cortou a orelha do servo do sumo sacerdote foi Pedro (Jo 18.10).

22.53 - Os líderes religiosos não prenderam Jesus no Templo por medo de uma revolta popular. Foram prendê-lo secretamente, de noite, sob a influência do poder das trevas, do próprio Satanás. Embora parecesse que Satanás estava prevalecendo, tudo estava acontecendo de acordo com o plano de Deus. Estava na hora de Jesus morrer.

22.54 Jesus foi imediatamente levado para a residência do sumo sacerdote, embora fosse noite. Os líderes judeus estavam com pressa, queriam realizar a execução antes do sábado e dar prosseguimento à celebração da Páscoa. Esta residência era um palácio, tinha muros externos e havia um pátio, onde servos e soldados se aqueciam ao redor de uma fogueira.

22.55 As experiências de Pedro nas horas seguintes mudariam sua vida. Ele passaria de um seguidor desanimado a um discípulo arrependido, e finalmente ao tipo de pessoa que Cristo pôde usar para colaborar na edificação de sua Igreja. Para mais informações sobre Pedro, veja seu perfil em Mateus.

22.62 Pedro chorou amargamente não só porque percebeu que havia negado seu Senhor, o Messias, mas também porque foi afastado de um amigo muito querido, uma pessoa que o amou e o ensinou por três anos. Pedro disse que nunca negaria seu Mestre, apesar da predição deste (Mc 14.29-31; Lc 22.33.34). Mas quando se sentiu assustado. Pedro fez o contrário do que havia prometido corajosamente. Impossibilitado de defender seu Senhor sequer por 12 horas. Pedro falhou como discípulo e como amigo. Precisamos estar cientes de nossos pontos fracos, para não nos tornarmos excessivamente confiantes ou auto-suficientes. Se falharmos com Jesus, devemos nos lembrar que Ele pode usar os que reconhecem seus fracassos. Daquela experiência humilhante. Pedro aprendeu muitas coisas que o ajudariam mais tarde ao assumir a liderança da jovem Igreja.

22.70 De fato. Jesus concordou ser o Filho de Deus, quando simplesmente disse “Vos dizeis que eu sou”, em resposta ã pergunta do sumo sacerdote. A expressão “Eu sou” foi usada por Deus para se definir no AT (Êx 3.14). O sumo sacerdote reconheceu a reivindicação de Jesus e acusou-o de blasfêmia. Para qualquer outro homem que reivindicasse deidade teria sido uma blasfêmia, mas no caso de Jesus era a verdade. O pecado de reivindicar ser Deus ou de atacar a autoridade e a majestade de Deus era punida com a morte. Os líderes judeus tiveram a evidência que queriam para condenar Jesus por blasfêmia.

Índice: Lucas 1 Lucas 2 Lucas 3 Lucas 4 Lucas 5 Lucas 6 Lucas 7 Lucas 8 Lucas 9 Lucas 10 Lucas 11 Lucas 12 Lucas 13 Lucas 14 Lucas 15 Lucas 16 Lucas 17 Lucas 18 Lucas 19 Lucas 20 Lucas 21 Lucas 22 Lucas 23 Lucas 24