Estudo sobre Romanos 2:29

Estudo sobre Romanos 2:29

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Romanos 2:29

Agora, no v. 29a, ao visível é contraposto o invisível: Porém judeu é aquele que o é interiormente, e circuncisão, a que é do coração, no espírito, não segundo a letra (é circuncisão). É verdade que o mundo visível nos foi atribuído claramente por Deus como campo de atuação. Nesse campo devemos servir a ele e ao próximo – em que outro lugar o faríamos? Porém exatamente isso: O mundo visível é área de atuação do ser humano! Nesse sentido a circuncisão judaica acontece na esfera do visível, o que significa: É obra humana, “feita por mãos humanas” (nvi), como Cl 2.11 constata corretamente em relação à circuncisão judaica. É esse o ponto de vista desse versículo. A redenção não se situa na esfera do que se faz com as próprias mãos, do factível, disponível e explicável. Força humana jamais representa redenção. Isso constitui a tese fundamental de toda a carta aos Romanos. A partir dela temos de interpretar o “invisível” do v. 29. Está diante do visível assim como o Criador diante da criatura, como o misterioso governo de Deus diante da mera obra de pessoas. O verdadeiro ser judeu não se alicerça sobre uma intervenção cirúrgica numa parte do corpo, mas sim que o Onipotente interferiu no centro da existência e a criou diferente, dirigida para ele. É nesse sentido que aconteceu circuncisão do coração pelo Espírito.

Neste versículo já possuímos uma amostra do que se torna cada vez mais claro a partir de Rm 5.5, a saber, a pneumatologia da carta aos Romanos. Movido pelo profetismo do atc, Paulo dá testemunho da renovação escatológica do coração e da mão pelo Espírito messiânico. Por um lado também a lei é espiritual (7.14), mas o judaísmo “sempre resistiu ao Espírito Santo” (nvi) (At 7.51). Por assim dizer, expulsou da lei o Espírito, retendo somente a letra. O que Deus visa e preparou para nós não é esse “somente a letra”, esse lançar-se apenas sobre o princípio da literalidade, desde que preservada a execução correta. O decisivo não é que a prescrição seja minuciosamente atendida, mas que a verdade aconteça com veracidade. Do contrário, a verdade foi privada de sua alma.

De modo semelhante ao v. 10, Paulo conclui novamente com a previsão de um desfecho positivo do juízo final: cujo louvor não procede, no juízo final, dos homens, mas de Deus. São pessoas que não buscavam “glória que vem dos homens”, mas “a glória que vem do Deus único”e. Ou seja, os que nessa era apostaram no que de Deus era oculto, experimentarão como recompensa máxima a alegria pública dele a respeito deles.

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Romanos 2:29