Estudo sobre Romanos 5:13-15

Estudo sobre Romanos 5:13-15

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Romanos 5:13-15

No entanto, como judeu, Paulo sabe que o surgimento das leis de Moisés também criou diferenças. A revelação de Deus no Sinai indubitavelmente agravou em Israel a situação do pecador. Porque até ao regime da lei (também já) havia pecado no mundo, mas o pecado não é levado em conta quando não há lei. Foi somente na esfera da lei que a culpa podia ser desmascarada muito bem como inimizade contra Deus e, assim, tornar-se algo consciente. A culpa foi formulada em termos jurídicos, i. é, o processo legal agora estava em andamento. O pecador está como que detido para investigações (Gl 3.23). Por isto, Paulo já havia estabelecido em Rm 2.12 a diferença entre pecado sem e sob a lei. Porém nesse ponto ele interrompe uma abordagem mais detalhada.

Diante do flagrante domínio mundial da morte, persiste também a unidade da espécie humana sob o pecado. Entretanto, reinou a morte (como uma rainha) desde Adão até Moisés, mesmo sobre aqueles que não pecaram à semelhança da transgressão de Adão, o qual prefigurava aquele (Adão) que havia de vir. Em Adão, assim como depois novamente em Israel, havia o mandamento expresso que estimulou ao pecado. Apesar disso, valia também para o tempo intermediário: Tudo peca, tudo morre. Assim, assegura-se o “todos – todos” do v. 12. Na escravização não há que fazer divisão entre gentios e judeus (Rm 3.9,23). Não só os gentios, mas também os judeus encontram-se “em Adão” (1Co 15.22). Acontece, porém, que, na Bíblia, Adão não é nenhum personagem sem promessa. Com a humanidade toda seguindo-o em seu sulco, ele ruma em direção a um futuro, o “último Adão” (1Co 15.45). Ele constitui o antítipo do novo representante da humanidade, que outra vez não pertence somente a Israel. Obviamente a contraposição Adão – Cristo é arriscada. Tem utilidade somente quando há percepção de uma tríplice desigualdade.

De forma imensurável o ato da graça suplantou o ato maléfico, porque os dois autores, em papéis comparáveis, são diferentes na posição. Todavia, não é assim o dom gratuito como a ofensa; porque, se, pela ofensa de um só, morreram muitos, muito mais a graça de Deus e o dom pela graça de um só homem, Jesus Cristo, foram abundantes sobre muitos. A ação de Adão e suas conseqüências, a saber, o senhorio da morte, estenderam-se, falando de maneira figurada, até o céu, uma vez que exerciam seu poder estribados em direito divino (cf a segunda nota sobre Rm 3.24). É neste ponto que residia o cerne de sua resistência: Deus diz pessoalmente um não ao pecador (Gn 2.17). Por isto, nenhuma fórmula que pessoas recitem a si mesmas ou umas às outras, ou que resulte de belas idéias, será eficaz. Quem quisesse acabar com esse poder da morte, teria de acabar com Deus. Única saída: o próprio Deus age, entra em cena a “graça de Deus num só homem, Jesus Cristo”. Seu poder avança para níveis incompreensíveis para nós. Ela quebra o âmago do poder da morte.

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Romanos 5:13-15