Estudo sobre Romanos 5:19-21

Estudo sobre Romanos 5:19-21

Estudo sobre Romanos 5:19-21

Romanos 5:19-21

Novamente Paulo se empenha, como na primeira metade de Rm 5, pela esperança cristã. É por isso que ele dá uma forma futura à comparação. Porque, como, pela desobediência de um só homem, muitos se tornaram pecadores, assim também (no juízo final), por meio da obediência de um só, muitos se tornarão justos. Paulo permanece concentrado nas grandes linhas: duas vezes “um por muitos (todos)”! Agora ficam fora da consideração detalhes do caminho da desgraça, bem como do caminho da salvação. Contudo, diferente do v. 18, o âmago dos termos bem genéricos de lá, “ofensa” e “ato de justiça”, é desnudado, a saber como desobediência e obediência.

“Obediência” constitui um termo condutor geral da Bíblia. De acordo com Gn 3.5, Adão sucumbiu à tentação de querer ser, pela desobediência, como Deus. Jesus, em contraposição, de acordo com Fp 2.8, revelou sua obediência e, por meio dela, sua verdadeira natureza de imagem de Deus (Gn 1.27). Nós levamos a vida sob a irradiação mundial desses dois modelos. No entanto, eles não estabelecem um equilíbrio entre si. Ao obediente, Deus concedeu, pela ressurreição dentre os mortos, o nome acima de todos os nomes e, em conseqüência, a vitória! É em direção desse triunfo da graça que Paulo está rumando.

Entrementes, Paulo formula o sentido corretamente entendido da lei. Sobreveio a lei (de Moisés) para que avultasse a ofensa. A palavra “sobreveio” não define a lei como um incidente negativo. De modo algum Paulo deprecia a lei, como será confirmado pelo trecho de Rm 7.7ss. Contudo, ela tampouco representa a revelação central de Deus de eternidade a eternidade. Deus a introduziu, antes, na história de Israel, a fim conduzir este povo à profundeza da própria existência. Pelo mandamento unívoco amadureceu a sentença sobre a inimizade contra Deus (v. 13; 4.15). Pela lei, portanto, justamente não aumentou a santidade, mas o pecado, e isto não em termos numéricos, mas em termos essenciais. Ele se expandiu até a medida máxima. A lei é um “multiplicador no lado da desgraça” (O. Kuss, pág 225).

Com estas palavras, Paulo reata com seu testemunho jamais compreensível do amor de Deus pelos seus inimigos, nos v. 6-10. Mas onde abundou o pecado, (ali) superabundou a graça. De forma intencional Deus seleciona o palco de sua ação: “onde – ali”. Ele não intentava um triunfo barato. Por isso, ele superou o pecado ali onde ele havia se expandido ao extremo e onde se mostrava com toda a sua indesculpabilidade. Ali, nas profundezas de seu povo Israel, ele está nas alturas, revelando graça sobremaneira: mais que copiosamente.

É sobre essa graça super-dimensionada que se alicerça a certeza de nossa esperança. A fim de que, como o pecado reinou (como rei) pela morte, assim também reinasse a graça (como rainha) pela justiça para a vida eterna, mediante Jesus Cristo, nosso Senhor. O meio para essa troca de governo foi a justiça. Seu alvo foi vida verdadeira, inviolável, ou seja, eterna. A linha final, proferida em alto e bom som, “por Jesus Cristo, nosso Senhor”, já ocorreu no começo (v. 1), no meio (v. 11) e retorna neste final. Ela proporciona coesão ao capítulo todo.

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Romanos 5:19-21