Estudo sobre Romanos 5:9-11

Estudo sobre Romanos 5:9-11

Estudo sobre Romanos 5:9-11



Romanos 5:9-11

Retornando aos v. 2-4, Paulo fundamenta mais uma vez a esperança cristã pela redenção definitiva. Logo, muito mais agora, sendo justificados pelo seu sangue, seremos por ele salvos (do tribunal) da ira. Portanto, Paulo é capaz de enaltecer sem restrições o amor de Deus, não tendo o menor pensamento de suprimir a doutrina do juízo final para todos (cf Rm 2.16). Quem não estiver preparado para acompanhá-lo, terá de percorrer mais uma vez os capítulos anteriores.

Paulo repete o enfoque do v. 9, porém o enriquece. Porque, se nós, quando inimigos, fomos reconciliados com Deus mediante a morte do seu Filho, muito mais, estando já reconciliados, seremos salvos pela sua vida. O linguajar anterior, de pecadores condenados e sua sentença misericordiosa de libertação (v. 8,9) movimenta-se por concepções oriundas da sala do tribunal. Ao passar a falar de reconciliação, Paulo não deixa a lógica jurídica, porém alterna para a esfera do direito internacional: nações cancelam suas hostilidades, negociando condições de paz (Lc 14.31,32). A ênfase transfere-se, assim, para a restauração da comunhão rompida. Fomos reconciliados com Deus. Quanto aos pormenores, cabe observar 2Co 5.18-2112.

A qualificação em relação ao v. 9, finalmente, evidencia-se também na circunstância de que agora, à semelhança de Rm 4.25, é colocado ao lado de “mediante a morte do seu Filho” o segundo elemento: “pela sua vida”. Ambos – o poder da morte e a força da ressurreição de Jesus – atuam conjuntamente. Por sua morte conquistou-se o bem decisivo e supremo, mas justamente pela seguinte razão: quanto mais o Senhor vivo não “dará todas as coisas” (Rm 8.32), não nos salvará de uma aflição à outra e, por fim, também da aflição derradeira, o juízo final. Esse amor do Pai de nosso Senhor Jesus Cristo não inclui nenhum esfriamento, pelo contrário, inclui somente o prolongamento até o fim. Por mais nitidamente que Paulo testemunhe o juízo final, isso não cria na comunidade um clima de medo, mas de confiança, sim, de alegria.

Paulo sintetiza o gloriar-se da comunidade. Não apenas isto (que somos salvos do tribunal da ira vindoura com base na nossa reconciliação na cruz), mas também nos gloriamos em Deus por nosso Senhor Jesus Cristo, por intermédio de quem recebemos, agora, a reconciliação. A confiança cristã na vida é alimentada de duas fontes: do “então” de Deus (v. 6) e do “agora” de Deus (v. 9,10). Então Deus foi muito grande por nós, quando ainda éramos contra ele, mas também o agora dos reconciliados não representa uma espera vazia num recinto vazio, mas está cheio de experiências espirituais da graça presente (v. 2).

Índice:
Romanos 5:9-11