Estudo sobre Apocalipse 8:4-6

Estudo sobre Apocalipse 8:4-6

Estudo sobre Apocalipse 8:4-6

Apocalipse 8:4-6

A súplica, portanto, chega ao âmbito e às possibilidades de Deus pela força do Espírito Santo. Subiu… a fumaça do incenso, com as orações dos santos. Segundo o v. 3, era “muito” material de incenso, que por isso desenvolveu uma expansão extraordinária de fumaça diante dos olhos de João, simbolizando a força impetuosa das orações que investiam sobre Deus. Incessante e densamente elas penetram na suprema central de comando, à presença de (“perante”) Deus – uma verdadeira invasão de orações!

Através da mão do anjo é que essa elevação plenipotenciária das orações a Deus acontece. No judaísmo o serviço de mediação dos anjos pelas orações das pessoas era bem conhecido. O apocalipse grego de Baruque relata-o ao longo de seis capítulos. Comparando-se com ele o presente texto, chama a atenção a extrema continência. Aqui apenas se torna claro que as orações não são poderosas por si mesmas. Em si mesmas elas são fracas e inconvenientes (Rm 8.26), não dando motivo para se entoar uma ode a supostos “fortes braços de oração”, que efetuam coisas incríveis. Portanto, é tarefa da “mão do anjo” apontar para os braços de oração que na verdade são tão frágeis, aos quais, porém, o Espírito Santo estende sua mão. Sem essa “provisão do Espírito” (Fp 1.19) as mais belas orações são iguais a coloridas bolhas de sabão, que seguramente estourarão quanto mais subirem.

De imediato segue-se o segundo ato simbólico do anjo. E o anjo tomou o incensário, encheu-o agora com o fogo do altar. O pretérito perfeito “tomou” destoa da regra (como em Ap 5.7) e provavelmente visa conectar a segunda ação da forma mais estreita possível à primeira: encher o incensário e lançar a brasa ardente sobre a terra seguiu-se à mediação das orações, sucedendo-as desse modo não após tempo demorado ou reticente, mas imediatamente. “Não fará Deus justiça aos seus escolhidos, que a ele clamam dia e noite, embora pareça demorado em defendê-los? Digo-vos que, depressa, lhes fará justiça” (Lc 18.7,8). “Antes que clamem, eu responderei” (Is 65.24).

E o atirou à terra. Com freqüência, “atirar”, “lançar” constitui um ato de juízo, e o fogo evidencia ira e condenação para a terra. Logo que começar a série das trombetas, leremos novamente a respeito desse fogo lançado do alto. Consequentemente, a série de flagelos é um efeito das orações.354 De modo bem idêntico ao livro do Êxodo, a descida dos juízos do céu para a terra corresponde à subida das orações da terra até Deus. Esses juízos que descem no contrafluxo servem à implantação da soberania do Cordeiro. É dessa maneira que a igreja que ora faz história como sacerdotisa (Ap 1.6). Jesus já afirmou a respeito das orações de seus seguidores: “Vós fareis obras maiores que eu” (Jo 14.12 [tradução do autor]).

E houve trovões, vozes, relâmpagos e terremoto. Três desses sinais já foram estudados quando abordamos Ap 4.5. Fazem parte das referências aos primórdios de Israel (Êx 19.16). Entretanto, como em Ap 11.19; 16.18, formou-se o número quatro. Isso retrata os golpes que abrangem a terra toda e com os quais Deus luta para libertar seu povo que geme em todo o mundo da prisão ilegítima, como outrora no Egito.

Agora o trecho volta a desembocar claramente no seu começo: Então, os sete anjos que tinham as sete trombetas prepararam-se para tocar. Atingiu-se o alvo destes versículos, de prefaciar as visões das trombetas e lhes conferir determinada conotação, ou de indicar o ângulo do enfoque a partir do qual devem ser entendidas.

Índice: