Salmo 1 — Comentário do Livro de Salmos

Salmo 1 — Comentário do Livro de Salmos



Salmo 1 é um salmo de sabedoria apresenta um contraste vívido entre o caminho dos justos (vv. 1–3) e o caminho dos iníquos (vv. 4–6). Nenhum autor é nomeado e nenhuma circunstância é dada para a escrita deste poema. Provavelmente foi escrito no final da história de Israel. Com foco nas distinções de caráter e nos diferentes destinos dos justos e dos ímpios, este salmo serve como uma introdução a todo o Livro dos Salmos. Afirma que existe um caminho para a vida verdadeira; ignorar essa maneira é aceitar a morte tolamente (ver Provérbios 1:20–33). 

1:1 A palavra hebraica para homem neste contexto significa “pessoa”, sem referência ao gênero. Quem não anda: o paralelismo neste versículo fala de um envolvimento cada vez mais profundo com a maldade: “caminhando ao lado”, “estando com”, “sentado ao lado”. Da mesma forma, os termos para os ímpios são progressivos: ímpios, pecadores e os desdenhosos. A imagem desse versículo apresenta uma pessoa justa ideal - alguém que está no mundo, mas não é afetado pelo mundo. 

1:2 Mas o seu deleite: em vez de encontrar prazer em envolvimentos com pessoas más, a pessoa piedosa encontra seu profundo prazer nas coisas de Deus, particularmente na Palavra de Deus. A lei do Senhor se refere especificamente ao Pentateuco, os primeiros cinco livros do AT. A palavra hebraica para lei expressa a ideia de Deus apontando o caminho da vida em comunhão com ele (19:7-11). Meditar significa “murmurar” ou “falar consigo mesmo” (4:4). A meditação bíblica é focar a mente nas Escrituras. 

1:3 Como uma árvore: este símile apresenta a imagem de uma tamareira do deserto que foi firmemente plantada em um oásis bem regado (Jeremias 17:8). Tudo sobre a árvore é valioso e produtivo. Da mesma forma, os justos são valiosos e produtivos para Deus - pessoas em quem ele tem prazer (33:15; 147:11). Prosperar não é garantia do valor financeiro futuro dos justos; antes, a pessoa justa é sempre útil e produtiva para o Senhor. 

1:4, 5 Como a palha, o refugo que é levado pelo vento após a colheita dos grãos, os ímpios não têm estabilidade (35:5; 83:13). Quando o julgamento vier, os ímpios não permanecerão mais (5:5). Isso é semelhante à imagem do julgamento final no Sermão do Monte de Jesus (Mateus 25:31-46). 

1:6 A Bíblia fala de duas maneiras (Provérbios 2:8; 4:19), apenas uma delas leva a Deus. Este é um tema bíblico consistente, culminando nas célebres palavras de Jesus: “Eu sou o caminho” (João 14:6). O verbo conhecer, neste contexto, não se refere apenas à consciência de Deus, mas a um conhecimento íntimo e pessoal (101:4). Deus está intimamente envolvido com o caminho dos justos, mas não tem conexão com o caminho dos ímpios, exceto no julgamento (146:9).