Gálatas 1 — Esboço de Pregação
Gálatas 1
NOTAS CRÍTICAS E EXPLICATIVAS
Gl. 1:1. Paulo, um apóstolo. — Ele coloca seu próprio nome e apostolado em destaque, porque sua comissão apostólica precisa ser justificada contra os que a negam. Não de, por, homens, mas por, ou de, Jesus Cristo e Deus Pai. A fonte divina de seu apostolado é enfaticamente declarada, como também a autoridade infalível para o evangelho que ele ensinou.
O silêncio da consciênciaI. Há motivos, na própria natureza do caso, para questionar se na religião segundas intenções são melhores. Dificilmente acontecerá que o homem que não age imediatamente sob o impulso de orar, mas leva tempo para deliberar, se dedique solenemente ao dever de orar. Não é que o dever não resulte em ser deliberado; acontece apenas que os segundos pensamentos são piores do que os primeiros, por serem pensamentos adulterados e misturados pelo orgulho humano e pela corrupção. A melhor regra é a regra sobre a qual São Paulo agiu, a regra de não permitir nenhuma pausa, nenhum tempo para um segundo pensamento, entre a convicção de que uma coisa está certa e adotá-la, a convicção de que uma coisa está errada e evitá-la. “Imediatamente” e “não conferi carne e sangue”.II. É doloroso observar como os cristãos frequentemente ficam entre duas opiniões; quão perplexos eles estão quanto ao certo ou errado de certos cursos de ação; como eles correm para cá e para lá em busca de conselhos, perguntando os sentimentos de todos os seus conhecidos e mudando os seus próprios ao receberem respostas diferentes. Os primeiros toques do Espírito de Deus devem ser transitórios, a menos que sejam atendidos. Se você deseja manter o orvalho na grama, deve manter o sol longe da planta. Se você deseja manter a impressão no coração, você deve manter o mundo longe do coração. Segundos pensamentos tornam infiéis, quando primeiro teriam feito crentes. Segundos pensamentos crucificaram o Senhor Jesus Cristo, quando pela primeira vez teria crucificado a carne.H. Melvill, Penny Pulpit, No. 1585.
PRINCIPAIS HOMILIAS DO PARÁGRAFO. — Gl. 1:1-5
Credenciais apostólicas
I. As credenciais apostólicas reivindicam autoridade distintamente divina. — “Paulo, apóstolo, não dos homens, nem pelos homens, mas por Jesus Cristo e Deus Pai” (Gl. 1:1) Deve ter sido um momento doloroso quando Paulo percebeu pela primeira vez que mestres espúrios questionavam a validade de seu chamado apostólico, e uma decepção ainda mais dolorosa quando ele descobriu que seus convertidos gálatas deram crédito tão prontamente àqueles que o caluniaram. Seus temores foram despertados, não tanto por sua reputação pessoal, mas pelo dano à vida religiosa de seus convertidos, caso alimentassem suspeitas quanto ao caráter divino da verdade que haviam sido ensinadas. O dano deve ser resolvido de uma vez. Ele corajosamente e enfaticamente declarou que sua comissão era direta de Deus, e trazia a mesma marca divina dos outros apóstolos, cuja autoridade mesmo os falsos mestres não tinham a temeridade de negar. Sempre foi o papel do adversário sutil do homem se esforçar para eliminar o elemento divino da verdade e arrastá-lo para um nível humano comum. A verdade então perde sua estabilidade, começa a se mover em um fluxo de opiniões humanas confusas, e a alma mergulha na perplexidade e na dúvida. Tudo o que tende a corromper a verdade traz perigo para a paz e o progresso ascendente da alma. O poder do professor aumenta com uma convicção cada vez mais profunda da autoridade divina de sua mensagem.
II. Essas credenciais apostólicas reconhecem a unidade da fraternidade cristã. — “E todos os irmãos que estão comigo” (Gl. 1:2). Aqui está a indicação de que São Paulo não era indevidamente solícito com sua reputação pessoal. Enquanto insiste na fonte divina inquestionável de seu apostolado, ele não se arroga uma superioridade altiva sobre seus irmãos. Ele é um com eles em Cristo, na fé e na fidelidade à verdade, nos árduos trabalhos do trabalho pioneiro, na edificação e na consolidação da Igreja, e os une a si mesmo na sua saudação cristã. O sublime objetivo do evangelho é promover a fraternidade universal, trazendo os homens à união espiritual com Cristo, o Irmão mais velho. Cristo é a força unificadora da humanidade redimida. As categorias eclesiásticas são em grande parte expedientes humanos, necessários para manter a ordem e a disciplina. O grande Cabeça da Igreja promulgou a lei incontestável da igualdade religiosa: “Um é o vosso Mestre, o mesmo Cristo, e todos vós sois irmãos” (Mateus 23:8).
III. Essas credenciais apostólicas justificam o uso de uma saudação sublime e abrangente. — “Graça e paz a ti”, etc. (Gl. 1:3). Uma saudação como essa vinda de alguns lábios seria exagerada ou, na melhor das hipóteses, mera polidez exagerada. Mas vindo de alguém que estava em constante comunhão com a Fonte das bênçãos desejadas, e da qual ele recebeu seu chamado para o apostolado, é ao mesmo tempo digno, generoso e genuíno. Graça e paz incluem as melhores bênçãos que o Céu pode conceder ou o homem receber. Eles são divinos em sua origem e natureza — “da parte de Deus Pai e de nosso Senhor Jesus Cristo”. Graça é o fluxo espontâneo do amor divino na redenção da raça, e é mais preciosa porque não é merecida; e a paz é a experiência consciente dessa graça na alma crente — paz da dissensão externa e preocupação interna, paz de consciência, paz com Deus e o homem. As bênçãos que o apóstolo deseja, Deus está sempre ansioso para conceder. “Preencher nosso tempo com e para Deus é a maneira”, disse David Brainerd, “de nos levantarmos e deitarmos em paz. Ansiava que minha vida fosse repleta de fervor e atividade nas coisas de Deus. Oh, a paz, a compostura e a serenidade divina de tal estrutura! O céu deve diferir disso apenas em grau, não em espécie.”
4. Essas credenciais apostólicas são evidentes na declaração clara dos grandes princípios da salvação do evangelho. — “Quem se entregou pelos nossos pecados, para nos livrar”, etc. (Gl. 1:4-5). Nessas palavras, temos um epítome sugestivo de todo o evangelho. O homem é libertado do pecado e do presente século mau pelo auto-sacrifício de Jesus; e este método é “segundo a vontade de Deus” e traz glória incessante ao Seu nome. Este é o evangelho em poucas palavras, e envolve todos os grandes princípios de redenção que o apóstolo foi comissionado a declarar, e que ele desenvolve mais claramente no curso desta epístola. A libertação é divinamente fornecida, independentemente do esforço ou mérito humano. Os gálatas, ao buscarem retornar à escravidão legal, ignoraram os princípios básicos do evangelho e colocaram sua salvação em perigo. O apóstolo vindicou as credenciais de seu alto ofício por meio de fiel protesto e clara declaração autoritária da verdade divinamente revelada a ele. É uma marca de alto poder intelectual tornar claras as maiores verdades à mente mais humilde. O ensino cristão tem ainda mais peso quando associado a um caráter moral irrepreensível.
Lições: —1. Deus deve ser reconhecido com gratidão como o Doador de todo o bem. 2. Os dons especiais de um são para o benefício de todos. 3. É uma responsabilidade solene ser confiada a pregação do evangelho.
NOTAS SOBRE OS VERSOS
Gl. 1:1. O poder do evangelho. — 1. A graça gratuita frequentemente atinge os mais indignos, não apenas dando a salvação a si mesmos, mas tornando-os instrumentos para o reino de Cristo e trazendo a salvação de outros. 2. Os ministros fiéis e chamados de Cristo devem estar longe de ceder covardemente ou desmaiar sem coração sob as calúnias ousadas, amargas e injustas daqueles que questionam seu chamado, e assim enfraquecem sua autoridade e tornam a verdade de sua doutrina duvidosa, que devem confessar sua vocação contra todos os que a questionam. 3. O ofício de um apóstolo tinha isso peculiar a si mesmo, que a designação não era mediatamente pela eleição e sufrágios de homens, como na chamada de titulares de cargos comuns, mas imediatamente de Deus, de modo que a função dos apóstolos cessou com eles, e não passou por sucessão a um papa ou qualquer outro. 4. Os falsos apóstolos, para que pudessem abalar a verdade pregada por Paulo e estabelecer seu próprio erro contrário, alegaram que ele não era um apóstolo legítimo. Paulo refuta, mostrando que foi chamado por Cristo depois que ressuscitou dos mortos e tomou posse de Seu reino, de modo que seu chamado não tinha menos dignidade e glória nele do que se ele tivesse sido chamado por Cristo quando Ele era na terra. — Fergusson.
Gl. 1:2. A Igreja é uma Testemunha. — 1. Quanto mais eles são os quais Deus usa para expor a beleza da verdade para que possamos abraçá-la e segui-la, ou a deformidade e o perigo do erro que podemos fugir e odiá-la, mais devemos prestar atenção em como rejeitamos ou abraçar o que é pressionado sobre nós, pois haverá mais testemunhos de nossa culpa e subscrever a equidade do julgamento de Deus se não obedecermos. 2. Não devemos tropeçar nas muitas falhas pecaminosas que podem estar nas igrejas, a ponto de retirá-las da igreja, negar que sejam uma Igreja, ou separar-nos delas, se o seu erro não for contrário às verdades fundamentais, ou se erram por causa da fragilidade humana, e não obstinada e declaradamente.
Gl. 1:3. Saudação cristã. — 1. O misericordioso favor e a boa vontade de Deus devem ser buscados por nós em primeiro lugar, seja para nós mesmos ou para os outros, sendo uma misericórdia discriminativa entre os piedosos e os ímpios. 2. A paz deve ser buscada após a graça, e não esperada antes dela. Paz sem graça não é paz. Não pode haver paz com Deus ou Suas criaturas, nem prosperidade santificada, a menos que por meio de Jesus Cristo nos apoderemos do favor e da graça de Deus. 3. Graça e paz não podemos adquirir por nossa própria indústria ou esforço. Eles vêm de Deus, devem ser buscados Dele, e Sua bênção é mais confiável do que nossa própria sabedoria ou diligência. 4. Aqueles a quem pertencem a graça e a paz são os que reconhecem que Cristo é seu Senhor para comandá-los e governá-los, e se submetem a Ele no coração e na vida.
Graça e paz.
I. A graça não é um dom do homem, mas é de Deus e está em Deus. Significa Seu gracioso favor e boa vontade, pelos quais Ele se agrada de nós em Cristo.
II. A paz é um presente não em Deus, mas em nós. 1. Paz de consciência — quietude e tranquilidade mental decorrentes de um sentimento de reconciliação com Deus. 2. Paz com as criaturas — com os anjos, com os piedosos, com nossos inimigos. 3. Prosperidade e bom sucesso.
III. Considerando que Paulo começa sua oração com graça, aprendemos que a graça em Deus é a causa de todas as coisas boas em nós.
4. As principais coisas a serem buscadas são o favor de Deus em Cristo e a paz de uma boa consciência.
V. À medida que a graça e a paz se unem, aprendemos que paz sem graça não é paz. — Perkins.
Gl. 1:4-5. O Altruísmo de Jesus
I. Solicitando a auto-entrega. — “Quem se entregou”.
II. Sua auto-entrega foi uma expiação imerecida e inesperada. — “Pelos nossos pecados.”
III. Cria a esperança e a possibilidade de salvação imediata. — “Para que Ele possa nos livrar deste mundo mau presente.”
4. Foi uma revelação sugestiva do caráter divino. — “Segundo a vontade de Deus e nosso Pai.”
V. Deve evocar o espírito de louvor grato. — “A quem seja a glória para todo o sempre. Um homem.”
Gl. 1:4. Cristo nosso sacrifício
I. Considerando que Cristo é o doador de Si mesmo, segue-se que Sua morte e sacrifício foram voluntários.
II. Portanto, todo mérito e satisfação pelo pecado são reduzidos à pessoa de Cristo , e não há satisfações humanas pelo pecado, nem obras meritórias feitas por nós.
III. Cristo, nosso sacrifício, opera amor em nós. — Devemos em mente e meditação chegar à cruz de Cristo. 1. A consideração de Suas dores infinitas por nossos pecados deve gerar em nós uma tristeza segundo Deus. Se Ele se entristeceu por eles, devemos muito mais. 2. Este conhecimento é o começo da correção da vida. 3. É o fundamento de conforto para aqueles que verdadeiramente se voltam para Cristo.
4. Cristo deu a si mesmo para nos livrar deste mundo mau. —1. Devemos estar tristes com a maldade do mundo. 2. Não devemos nos moldar à vida perversa dos homens deste mundo. 3. Visto que fomos tirados deste mundo, nossa morada deve ser no céu. — Perkins.
O Dom de Cristo.
I. O presente. — “Ele se entregou”. Considere Cristo:1. Como o objeto de toda profecia. 2. A substância de cada tipo e sombra. 3. O assunto de cada promessa. 4. Ele foi qualificado para a obra de redenção. Divino, humano, imaculado.
II. O ato maravilhoso de Cristo. - “Ele se entregou pelos nossos pecados.” 1. Para o que Ele se deu. A todas as privações e tristezas da vida humana, à obscuridade e indigência, ao desprezo e infâmia, à dor e à angústia, a uma morte ignominiosa e dolorosa. 2. O propósito pelo qual Ele se deu. Para nos livrar da maldição, contaminação, domínio do pecado e dos efeitos do pecado neste mundo e na eternidade.
III. O desígnio da oferta de Cristo - “Para que Ele possa nos livrar do presente mundo mau.” De suas práticas más, seu espírito, do apego a ele, e da condenação a que será submetido.
4. A oferta de Cristo foi de acordo com a vontade de Deus. — 1. Foi a vontade de Deus que devemos ser salvos. 2. Cristo foi o agente designado. 3. O sacrifício de Cristo foi voluntário.
Gálatas 1:6-9
NOTAS CRÍTICAS E EXPLICATIVAS
Gl. 1:6. Eu me admiro que você tenha sido removido tão cedo. —Tão rapidamente removido; não tão cedo depois de sua conversão, ou logo depois que eu o deixei, mas tão logo depois que veio a tentação; tão prontamente e com tão pouca persuasão (cf. Gl. 1:7-9). É a inconstância dos gálatas que o apóstolo deplora. Um retrocesso precoce, como a visão contrária assume, não teria sido tão surpreendente como se tivesse ocorrido mais tarde.
Gl. 1:8-9. Qualquer outro evangelho. — O apóstolo está aqui afirmando a unidade, a integridade de seu evangelho. Não vai tolerar um rival. Não sofrerá nenhuma mistura estrangeira. Que ele seja amaldiçoado. - Dedicado ao castigo seus méritos de audácia. Em sua aplicação espiritual, a palavra denota o estado de alguém que está alienado de Deus pelo pecado.
PRINCIPAIS HOMILIAS DO PARÁGRAFO. — Gl. 1:6-9
I. É uma introdução à graça de Cristo. - “Admira-me que sejais tão afastados daquele que vos chamou para a graça de Cristo” (Gal 1:6). O verdadeiro evangelho é o apelo enfático de Deus ao homem para participar e se deleitar na graça de Cristo como o elemento e o único meio pelo qual sua salvação pode ser assegurada. A graça de Cristo, com sua persuasiva gentileza e vastos recursos redentores, está em vívido contraste com o formalismo sombrio e as exigências impossíveis do jugo de escravidão em que os gálatas estavam sendo tão tolamente seduzidos. Há apenas um evangelho que pode introduzir a alma em meio às influências salvadoras e colocá-la em contato com o Cristo vivo. Este único fato diferencia o evangelho de todos os meros métodos humanos e dá a ele um caráter único como o único agente corretivo para lidar com o pecado e a tristeza humanos.
II. A perversão de um evangelho não é um evangelho. - “Para outro evangelho que não é outro” (Gl. 1:6-7). 1. É uma caricatura do verdadeiro evangelho. - “E quer perverter o evangelho de Cristo” (Gl. 1:7). A perversão não está no único evangelho, que é impossível de perversão (pois a verdade é uma unidade incorruptível), mas na mente do falso mestre. Ele distorce e deturpa o verdadeiro evangelho ao importar nele sua própria filosofia corrupta, como o lobo fez com o cavalo do Barão Munchausen. Começando pela cauda, ele se meteu no corpo do cavalo, até que o barão levou o lobo para casa atrelado à pele do cavalo. O evangelho sofreu mais com a infusão sutil de erros humanos do que com a oposição aberta de seus mais violentos inimigos. 2. Isso ocasiona distração da mente. - “Há alguns que te incomodam” (Gl. 1:7). Um evangelho pervertido causa o maior estrago entre os jovens conversos. Eles são atacados antes de atingirem o estágio de estabilidade amadurecida. Suas concepções malformadas da verdade são confundidas com ideias capciosas, atraentes por sua novidade, e praticam-se travessuras que, em muitos casos, são um dano para toda a vida. O espírito que visa poluir um jovem iniciante no caminho da justiça é pior do que imprudente; é diabólico.
III. O propagador de um evangelho pervertido incorre em uma terrível maldição. - “Mas ainda que nós, ou um anjo do céu, preguemos outro evangelho,... seja anátema” (Gl. 1:8-9). Que ele seja dedicado à destruição, como alguém que odeia a Deus e um inimigo da verdade. A palavra denota a condição de alguém alienado de Deus por pecado persistente. Ele não apenas rejeita a verdade, mas deliberadamente planeja a ruína de outros. Ele colhe o fruto de sua própria semeadura. É impossível errar sem sofrer. Quanto maior o erro, mais sinal é a punição consequente. Todas as perversões da verdade são frutíferas em desastres morais. É um ato louco e suicida do homem lutar contra Deus.
Lições: — 1. Só pode haver um evangelho verdadeiro e infalível. 2. O melhor método humano para reforma moral é apenas uma caricatura da verdade. 3. O falso professor não escapará da punição.
NOTAS SOBRE OS VERSOS
Gl. 1:6-7. Remonstrância com revoltas contra o Evangelho.
I. O apóstolo reprova com mansidão e ternura de coração.
II. Ele enquadra sua reprovação com grande cautela e circunspecção. — Ele não diz, vocês de vocês mesmos se mudam para outro evangelho, mas vocês são removidos. Ele os culpa, mas em parte, e atribui a principal culpa aos outros.
III. A revolta foi um afastamento da vocação para a graça de Cristo. — 1. Eles logo foram levados embora. Isso mostra a leveza e inconstância da natureza do homem, especialmente na religião. A multidão de pessoas é como cera e está preparada para receber a marca e impressão de qualquer religião; e é a lei da terra que faz com que a maioria abraça o evangelho, e não a consciência. 2. Para que possamos perseverar constantemente na profissão de fé verdadeira, devemos receber o evangelho simplesmente para si mesmo. 3. Devemos ser renovados no espírito de nossas mentes e não sofrer omissões em nossos corações. 4. Devemos ser não apenas ouvintes, mas cumpridores da palavra nos principais deveres a serem praticados.
4. Os gálatas se revoltam contra outro evangelho, composto de Cristo e das obras da lei. — Aqui vemos a curiosa gentileza e delicadeza da natureza do homem que não pode se contentar com as coisas boas de Deus a menos que elas sejam moldadas em nossas mentes. Se eles nos agradam por um tempo, não nos agradam por muito tempo, mas devemos ter coisas novas. O apóstolo mostra que, embora seja outro evangelho na avaliação dos falsos mestres, não é outro, mas uma subversão do evangelho de Cristo. Existe apenas um evangelho, um em número e não mais. Só existe um meio de salvação por Cristo, por meio do qual todos serão salvos desde o início do mundo até o fim.
V. O apóstolo acusa os autores desta revolta de dois crimes. — 1. Eles incomodam os gálatas, não apenas porque fazem divisões, mas porque perturbam suas consciências estabelecidas no evangelho de Cristo. 2. Eles destroem o evangelho de Cristo. Eles não ensinaram uma doutrina totalmente contrária. Eles mantiveram o evangelho em palavras e colocaram um acréscimo a ele fora da lei - a salvação pelas obras. Eles perverteram e viraram de cabeça para baixo o evangelho de Cristo. — Perkins.
A perversão da verdade
I. Suplementa o evangelho com uma imitação sem valor. - “Outro evangelho que não é outro.”
II. É contrário ao propósito divino. - “Daquele que vos chamou à graça de Cristo”.
III. Cria um abismo entre a alma e Deus. - “Eu me admiro que vocês sejam tão logo afastados Dele”.
4. Desestabiliza a fé dos novos convertidos. - “Há alguns que te perturbam e querem perverter o evangelho de Cristo.”
Gl. 1:6. Esperanças decepcionadas na obra cristã. — 1. É dever dos ministros cristãos não apenas expor a pura verdade do evangelho, mas defendê-la convencendo os opositores e reprovando solidamente os que se deixam levar por erros contrários. 2. Os ministros, em todas as suas reprovações, devem usar de muita cautela e circunspecção, não omitindo nenhuma circunstância que possa justamente atenuar o pecado ou fornecer base de esperança de emenda. Por meio disso, a poção amarga de uma reprovação medicinal é muito adoçada e o paciente culpado é seduzido a recebê-la de maneira mais completa. 3. Os mais perspicazes podem ser enganados e desapontados em sua expectativa de coisas boas de alguns professores eminentes, e assim podem facilmente ficar aquém de sua esperança. 4. Como as consequências perigosas que se seguem ao erro devem ser apresentadas às pessoas para que possam fugir dele, assim também existem alguns erros na doutrina que não se separam menos de Deus do que profanação da vida, dos quais este é um - a manutenção da justificação pelas obras. 5. É comum que os sedutores introduzam seus erros por meio de algumas designações excelentes, como de novas luzes, um caminho mais puro do evangelho, e o que não, visto que aqui eles designam seu erro com o nome de outro evangelho. — Fergusson.
Gl. 1:7. A unidade inviolável do evangelho. — 1. Há apenas um evangelho, um em número e não mais, e apenas um caminho para a salvação, que é pela fé. 2. O efeito do erro é perturbar a paz da Igreja; paz entre si, os patronos do erro não sendo zelosos de nada, tanto quanto de ganhar muitos seguidores, para atingir o que eles têm escrúpulos de não fazer rendas lamentáveis e cismas deploráveis; paz interior de consciência, enquanto alguns estão perplexos e ansiosos quanto ao que escolher e recusar até que questionem toda a verdade, e outros que aceitem o erro pela verdade e assim fundamentem sua paz em um fundamento incerto. 3. A doutrina que sustenta que a justificação é em parte por Cristo e em parte pelo mérito das boas obras é uma perversão e derrubada total do evangelho, na medida em que contradiz o objetivo principal do evangelho, que é exaltar Cristo como nosso Salvador completo, Mediador e Resgate, e não apenas em parte. — Fergusson.
Gl. 1:8. A inviolabilidade do cristianismo.
I. O significado e a construção do evangelho não podem ser vagos e indeterminados. — O caráter do evangelho foi alegado como sendo a verdade. Para os sofistas da época, essa era uma pretensão estranha e inovadora. Exigir fé em um testemunho apenas na medida em que esteja de acordo com os fatos, apenas na medida em que for apoiado por evidências, parecia-lhes uma afetação surpreendente. No caráter fixo, reconhecemos a verdadeira perfeição do evangelho. É o mesmo em todas as idades, não mudando a cada toque e variando sob todos os olhos, mas revelando as mesmas características e produzindo os mesmos efeitos. A menos que houvesse essa invariabilidade no sistema cristão, se uma determinação fixa de seu significado for impossível, não saberíamos como seguir a conduta e absorver o espírito dos primeiros cristãos. Essas luzes e exemplos da Igreja apenas nos enredariam em um semblante e uma atitude tão ridículos quanto profanos. Seria o anão tentando desnudar o braço de um gigante, um viandante aspirando à visão de um profeta. A verdade como é em Jesus está contida naquela palavra que é a própria verdade; ali é guardado como um caixão e santificado como um santuário. Nenhuma mudança pode acontecer. Ele carrega o caráter de sua primeira perfeição. Como o maná e a vara no recesso da Arca, é o pão incorruptível do céu, é o instrumento de força sempre vivo, sem uma forma alterada ou virtude substituída.
II. Sua origem e autoridade divinas não podem ser contestadas. — A história de Saulo de Tarso tem sido frequentemente citada com feliz sucesso na confirmação do Cristianismo. 1. Qual deve ter sido a força e a satisfação da convicção nutrida pelo escritor! A convicção tem a ver com fatos. Não se refere a nenhuma teoria favorita, nenhuma ciência abstrata, mas a ocorrências que ele provou por observação sensata e consciência perfeita. Maravilhas fervilhavam ao seu redor; mas sua própria transformação foi a maravilha mais notável de todas. Nada sem ele poderia ser igual ao que ele discerniu dentro de si. 2. Ao estimarmos a medida e a força de suas convicções, indague que peso e credibilidade devem ser permitidos a elas. Ponha sua conduta em qualquer tortura, seu desígnio em qualquer análise, e então determine se não estamos seguros onde ele está destemido, se não podemos decidir por aquilo que ele põe em perigo, se o anátema que ele ousa pronunciar não joga por aí nos a salvaguarda de uma bênção divina.
III. Sua eficácia não pode ser negada. — Não foi posto em operação até que inúmeros expedientes do homem tivessem sido frustrados. Filosofia, retórica, arte, uniram-se às superstições, radicadas em todos os hábitos e vícios da humanidade. As próprias ruínas que sobreviveram à queda do politeísmo - o friso com sua história mitológica, a coluna ainda se elevando com majestade inimitável, a estátua respirando um ar de divindade - lembram as fascinações que ela outrora poderia se orgulhar e dos auxiliares que poderia comandar. No entanto, essas eram apenas as condecorações do egoísmo mais indecentemente declarado, da licenciosidade mais brutalmente incontinente, da guerra a mais cruelmente sangrenta, da escravidão a mais barbaramente opressora. E o Cristianismo subverteu esses fundamentos de iniquidade; e ainda assim tão penetrante é sua energia, que não os atingiu tanto quanto eles afundaram diante dela. Alcança a vontade humana e renova o coração humano. E mil bênçãos que podem inicialmente parecer derivadas de uma fonte independente são realmente derramadas disso.
4. A autoridade e a força da presente dispensação da verdade divina não podem ser substituídas. — É final. Nele Ele falou cuja voz não será mais ouvida até que “abale não só a terra, mas também o céu”. Nenhuma outra manifestação sensata pode ser dada, a doutrina não deve ser simplificada, o ritual não deve ser definido em qualquer outra extensão, nada mais será concedido para aumentar suas bênçãos ou ratificar suas credenciais. Possuímos a luz verdadeira, o presente perfeito, a iluminação mais brilhante, a dádiva mais cara. Tal dispensação, constituída para coexistir com todo o tempo futuro, deve resistir a toda visão que imprima uma nova forma ou imponha uma natureza estranha a ela.
V. Nenhuma circunstância ou agência pode colocar em risco a existência e estabilidade da revelação cristã. — Quando a segurança do evangelho deve ser predita com mais confiança e mais fortemente verificada, o poder sobrenatural é restringido — uma maldição o envolve, uma “espada flamejante girando em todos os sentidos para proteger esta árvore da vida”. Fracos são nossos pensamentos presentes, confundem nossas percepções; vemos tudo por trás de uma nuvem e de forma desproporcional. Nossas convicções são mais como conjecturas e nossas especulações, sonhos. Mas logo sairemos desse estado de fantasias rudes e ideias imaturas. Sentimentos e sentimentos dignos preencherão nossas almas. Cada visão será como um raio de luz atingindo seu objeto, e cada música o próprio eco de seu tema. Então, compreenderemos adequadamente por que os apóstolos se indignaram e tremeram de horror com a ideia de “outro evangelho”, e por que até os próprios anjos devem ter sido amaldiçoados se lhes fosse possível divulgá-lo. — R. W. Hamilton.
Uma revelação sobrenatural. - Não pode haver qualquer dúvida, como fato histórico, de que o apóstolo Paulo afirmou ter recebido revelação direta do céu. Ele está tão certo dessa revelação que adverte os gálatas contra serem induzidos por qualquer evidência aparente a duvidar dela. Seria impossível expressar uma convicção mais forte, mais deliberada e mais solene de que ele havia recebido uma comunicação sobrenatural da vontade de Deus. - Dr. Wace, Bampton Lectures.
A melhor autoridade a ser obedecida. - Tendo surgido uma disputa sobre alguma questão de disciplina e ritual eclesiástico, o rei Oswi convocou em 664 um grande conselho em Whitby. Um grupo de disputantes apelou para a autoridade de Columba, o outro para a de São Pedro “Você possui”, clamou o intrigado rei a Colman, “que Cristo deu a Pedro as chaves do reino dos céus: Ele deu tal poder para Columba?” O bispo só pôde responder: “Não”. Então obedecerei ao porteiro do céu”, disse Oswi, “para que, quando eu chegar aos portões, aquele que tem as chaves sob sua guarda volte as costas para mim e não haja ninguém para abrir.”
Latitudinarianismo. - Referindo-se à política contemporizadora de Erasmo na Reforma, Froude diz: “A questão das questões é: a que toda esta filosofia latitudinaria, essa graciosidade epicurista cultivada, teria acontecido se deixada por si mesma, ou melhor, qual foi o efeito que estava produzindo inevitavelmente? Se você deseja remover um prédio antigo sem deixá-lo em ruínas sobre suas orelhas, você deve começar pelo topo, remover as pedras gradualmente para baixo e tocar a fundação por último. Mas o latitudinarismo afrouxa os princípios elementares da teologia. Ele destrói as instalações nas quais o sistema se baseia. Seria impossível dizer que isso em si seria indesejável; mas o efeito prático disso, como o mundo então existia, teria sido apenas transformar os instruídos em infiéis e deixar a multidão a uma superstição conveniente, mas degradante”.
Gl. 1:9. O verdadeiro Evangelho a ser pregado e acreditado.
I. A repetição dessas palavras por Paulo significa que ele não tinha falado precipitadamente, mas deliberadamente , tudo o que havia dito antes.
II. Que o ponto apresentado é uma verdade infalível de Deus.
III. Para que possamos observar e lembrar o que ele disse como o fundamento de nossa religião - que a doutrina dos apóstolos é a única verdade infalível de Deus, contra a qual não podemos ouvir os Padres, Concílios ou os próprios anjos de Deus.
4. Eles são amaldiçoados que ensinam de forma diferente do que os gálatas receberam. —Assim como Paulo pregou o evangelho de Cristo, os gálatas o receberam. A grande falha de nossos tempos é que, embora o evangelho seja pregado, ele não é recebido de maneira adequada. Muitos não se preocupam em saber disso; e aqueles que o conhecem não lhe dão o assentimento da fé, mas apenas a sustentam. - Perkins.
Gálatas 1:10-12
NOTAS CRÍTICAS E EXPLICATIVAS
Gl. 1:11. Não depois do homem. —Não de acordo com o homem; não é influenciado por meras considerações humanas, como seria se fosse de origem humana.
Gl. 1:12. Mas pela revelação de Jesus Cristo. — Provavelmente isso aconteceu durante os três anos, em parte dos quais o apóstolo peregrinou na Arábia (Gl. 1:17-18), nas proximidades da cena da promulgação da lei: um lugar adequado para tal revelação do evangelho da graça que substitui a lei cerimonial. Embora ele não tivesse recebido nenhuma instrução dos apóstolos, mas do Espírito Santo, quando os encontrou, seu evangelho concordou exatamente com o deles.
PRINCIPAIS HOMILIAS DO PARÁGRAFO. — Gl. 1:10-12
A Origem sobre-humana do Evangelho
I. O evangelho não é construído sobre princípios humanos. — “Mas eu vos certifico, irmãos, que o evangelho que foi pregado por mim não é segundo o homem” (Gl. 1:11). Seu caráter é como a mente humana jamais teria concebido. Quando foi proclamado pela primeira vez, era o enigma dos religiosos e o ridículo dos eruditos - “pedra de tropeço para os judeus, e loucura para os gregos”. É totalmente oposto ao desvio das tendências humanas. Seu objetivo supremo é efetuar uma transformação completa da natureza humana. Não para destruir essa natureza, mas para renová-la, elevá-la e sublima-la. Por seu princípio de amor abnegado, sua insistência na unidade essencial da raça, seus métodos para lidar com os males do mundo, sua elevada moralidade e suas afirmações inflexíveis de superioridade, o evangelho transcende todos os esforços da engenhosidade humana. Agostinho, o pai da teologia ocidental no século V, dividiu a raça humana em duas classes - aquela que vivia de acordo com o homem e a outra que vivia de acordo com Deus. O evangelho é a única revelação que ensina aos homens como viver de acordo com Deus.
II. O evangelho não agrada aos gostos humanos. — “Pois eu agora persuade os homens, ou Deus? ou procuro agradar aos homens? porque, se ainda agradasse aos homens, não seria servo de Cristo” (Gl. 1:10). Os adversários do apóstolo insinuaram que ele era um aparador, observando a lei entre os judeus e ainda persuadindo os gentios a renunciá-la; tornando-se todas as coisas para todos os homens para que ele possa formar um partido próprio. Tal insinuação foi baseada em uma concepção totalmente errada do evangelho. Longe de ser lisonjeiro, Paulo pregou um evangelho que humilhava os homens, exigindo arrependimento e reforma. Frequentemente, entrava em conflito com gostos e opiniões populares; e embora o apóstolo fosse um homem de amplas visões e simpatias, ele sempre foi o fiel e intransigente servo de Cristo. A opinião pública pode estar extremamente enganada e há o perigo de superestimar sua importância. É a nobre função do pregador criar uma opinião pública saudável e cristianizá-la, e ele só pode fazer isso por meio de uma representação escrupulosa e constante da mente de Cristo, seu divino Mestre. O sábio Focion era tão sensível ao quão perigoso era ser tocado com o que a multidão aprovava que, após uma aclamação geral feita quando ele estava fazendo um discurso, ele se voltou para um amigo inteligente e perguntou surpreso: “Que lapso eu cometi?” George Macdonald disse uma vez: “Quando alguém aprende a buscar a honra que vem somente de Deus, ele não aceita a honra que vem do homem muito levianamente.”
III. O evangelho tem uma origem nitidamente sobre-humana. — “Porque nem o recebi de homem, nem fui ensinado, mas pela revelação de Jesus Cristo” (Gl. 1:12). A recepção do Paul do evangelho não era apenas uma revelação de Cristo para ele, mas ao mesmo tempo uma revelação de Cristo no -lo. O veículo humano foi preparado espiritualmente para a recepção e compreensão da mensagem divina; e essa transformação moral não apenas o convenceu do caráter sobre-humano do evangelho, mas também o capacitou com autoridade para declará-lo. O evangelho carrega consigo a força auto-evidente de sua origem divina em seu efeito sobre o pregador e o ouvinte. Ainda é um enigma para o mero estudante intelectual; somente quando é recebido no mais íntimo da alma, com a ajuda do Espírito Santo, sua verdadeira natureza é apreendida e desfrutada.
Lições: — 1. O homem em toda parte está em extrema necessidade do evangelho. 2. A mente humana é incapaz de construir um evangelho salvador. 3. O evangelho é ineficaz até que seja recebido como um dom divino.
NOTAS SOBRE OS VERSOS
Gl. 1:10. Fidelidade no Ministério
I. A natureza própria do ministério não é a palavra ou doutrina do homem, mas de Deus. —Os ministros são ensinados a manejar sua doutrina com modéstia e humildade, sem ostentação, com reverência e com consideração pela majestade de Deus, cuja doutrina eles proferem
II. O dispensar da palavra não deve ser para agradar aos homens, mas a Deus. —Os ministros não devem aplicar e moldar sua doutrina aos afetos, humores e disposições dos homens, mas manter uma boa consciência e cumprir seu ofício.
III. Se procuramos agradar aos homens, não podemos ser servos de Deus. - Aquele que deseja ser um fiel ministro do evangelho, deve negar o orgulho de seu coração, esvaziar-se de ambição e dedicar-se inteiramente a buscar a glória de Deus em seu chamado. - Perkins.
O Servo de Cristo
I. Não há nada de desonroso na ideia de um servo absolutamente considerado. - Pelo contrário, pode haver nele muitas coisas nobres e veneráveis. Nada pode ser mais desprezível do que uma afetação de independência que se ressente ou se envergonha do nome de um servo. E muitos que desprezam os servos devem ser informados de que eles próprios são tão inúteis que ninguém pensaria em honrá-los contratando-os para o serviço. Foi uma honra para Cristo que Seu Pai O empregasse dessa maneira para a obra de nossa salvação e dissesse: “Eis o meu Servo, a quem escolhi”; e a maior honra dos pregadores do evangelho é que eles são os ministros, isto é, os servos, tanto de Cristo quanto de Sua Igreja. Há casos, sem dúvida, em que a servidão é degradante. O mestre pode ser infame; embora, mesmo então, a condição do servo não seja desonrosa, a menos que ele seja empregado em trabalho infame. Muitos servos criaram nomes honrados para si mesmos ao fazerem um bom trabalho sob os péssimos mestres. Matthew Henry disse bem que não há nada mesquinho a não ser o pecado, e com tal mesquinhez e desonra é afetado todo homem que não é servo de Cristo. Para todos nós, existe a escolha de apenas duas condições; não há um terceiro e neutro. A alternativa é um servo do Filho de Deus ou um escravo do pecado. Pode não ser do pecado em suas formas mais hediondas, na forma em que tiraniza o bêbado, o homem lascivo ou o ambicioso, mas mesmo em sua forma mais branda e menos ofensiva, quando pode reinar apenas com o poder que exerce sobre o adorador da riqueza ou do aplauso humano; ainda assim, é uma vassalagem degradante. Que nenhum homem mundano, então, tenha piedade ou despreze o discípulo do evangelho como alguém a quem a superstição escraviza, embora fosse admitido como uma escravidão; ele mesmo trabalha sob uma autoridade infinitamente mais opressiva e degradante. De quem aparece a maior liberdade e a menor opressão, aquele que é governado pelas leis salutares do evangelho, ou aquele que é o esporte e vítima de sua própria ignorância e paixões, ou da opinião do mundo, a qual, no à custa da violação de sua própria consciência, ele se sente compelido a se submeter ignominiosamente? A pergunta não precisa de uma resposta. Há tudo de honroso em um serviço, tudo de desonroso em outro. Somente aquele homem é verdadeiramente um homem livre que é um servo de Cristo.
II. O servo de Cristo. — Outros professam que são servos de Deus; o cristão responde que ele é um servo de Cristo. Talvez não haja nada pelo qual sua fé seja mais distintamente caracterizada do que isso.”Ele não é, então, um servo de Deus?” alguém pode perguntar, seja no espírito de um objetor desdenhoso ou no de um inquiridor atônito que ainda não conhece o belo mistério da salvação cristã. Quando outros professam que são servos de Deus, e quando o cristão responde que ele é um servo de Cristo, isso significa que ele não é um servo do Pai eterno? Essa é a questão; e nossa resposta é que, servindo a Cristo, ele se aprova não apenas o melhor servo de Deus, mas o único cujo serviço é genuíno. Ao servir a Cristo, ele serve a Deus, porque Deus assim o designou e ordenou. Ele ordenou que sejamos servos de Seu Filho; e se não servimos a Seu Filho, então resistimos à Sua ordenação, de modo que não servimos a Seu Filho nem a Si mesmo.
III. O cristão é servo de Cristo, não por aluguel, mas por compra. —Esta é uma circunstância que exige nossa consideração mais cuidadosa. No caso de empregado contratado, há limitação do direito do patrão, nos termos do contrato, quanto à espécie e quantidade de mão-de-obra a ser exigida. Existe também um prazo determinado, findo o qual o direito ao serviço cessa e a remuneração do serviço é exigível por lei. Há uma grande diferença no caso de um servo comprado ou, conforme expresso de outra forma, um escravo. Ele é propriedade de seu mestre, e deve ser tratado inteiramente de acordo com o critério de seu mestre. Não há limitação quanto à quantidade ou natureza do trabalho que ele pode exigir. O tempo de serviço é vitalício, não podendo ser reclamada qualquer retribuição pelo trabalho, por mais pesado e prolongado que seja. Nossa condição de servo em relação a Cristo é deste tipo: Ele não nos contrata, mas nos comprou - comprou-nos por Seu sangue e nos tornou Sua propriedade, para sermos usados de acordo com Sua vontade soberana. Mas isso está longe de ser tudo. Nosso gracioso Mestre muitas vezes afunda, por assim dizer, a consideração de Seus serviços anteriores - de Sua humilhação, Sua privação, Suas feridas e agonia pelas quais ele nos salvou da punição e angústia - e raciocina e trata conosco como se fôssemos servos contratados e poderia merecer algo de Suas mãos, animando-nos em nosso trabalho, exibindo para nossa esperança aquela coroa de glória que Ele conferirá a todos os que forem fiéis até a morte. Bendita servidão - a servidão do cristão! Servidão da paz! Servidão de honra! Servidão da liberdade! Servidão de vitória e glória eterna! 1. O cristão, como servo, submete sua mente à autoridade de Cristo - submete-a a Ele a respeito de suas opiniões; ao proferir Sua palavra, renuncia a seus próprios julgamentos e preconceitos e se afasta do ensino da filosofia do mundo e do sacerdócio com desprezo, dizendo: “Você não tem parte em mim. Cristo é o Senhor da minha consciência; Eu vou ouvi-lo.” 2. Como servo de Cristo, o cristão sujeita seu corpo ao Seu controle e regulação na satisfação de seus apetites e em prover seu conforto e adorno; seus lábios no que falam; suas mãos no que eles fazem; seus ouvidos naquilo que ouvem; seus olhos naquilo que leem e olham; e seus pés em todas as suas viagens e movimentos. 3. Como servo de Cristo, ele rege sua família de acordo com a mente e a lei de seu Mestre. 4. Como um servo de Cristo, ele conduz seus negócios de acordo com a lei de Cristo , com a mais estrita honestidade, e para o fim de Cristo, distribuindo seus lucros em uma proporção - direi uma grande proporção; não, direi uma proporção muito grande - para a manutenção e educação de sua família, e alguma provisão de uma herança para eles, e até mesmo uma proporção considerável para a satisfação de seus próprios gostos. Não é um grande subsídio para um escravo? Mas, oh, alguns de vocês! você se apodera de tudo - perversamente apropria-se de tudo para si mesmo, ou parte, e isso com rancor, murmúrio e carranca, com apenas uma fração mínima para os pobres do Mestre e a Igreja do Mestre! Escravos, de fato! Escravos da avareza e sua filha, a crueldade! 5. Como um servo de Cristo, o país do cristão é de Cristo , a ser regulamentado, na medida em que sua influência e voto possam se estender, pelo governo de Cristo, para os fins de Cristo. - W. Anderson, LL. D.
Gl. 1:11-12. O Evangelho e a Chamada para pregá-lo
I. É necessário que os homens estejam certos e certificados de que a doutrina do evangelho e da Escritura não é do homem, mas de Deus. — Que a Escritura é a palavra de Deus há dois testemunhos. 1. Um é a evidência do Espírito de Deus impressa e expressa nas Escrituras, e esta é uma excelência da palavra de Deus acima de todas as palavras e escritos de homens e anjos. 2. O segundo testemunho é dos profetas e apóstolos, que foram embaixadores de Deus extraordinariamente para representar Sua autoridade perante Sua Igreja, e os escritores do Espírito Santo para estabelecer a verdadeira e adequada palavra de Deus.
II. É necessário que os homens estejam seguros em suas consciências de que o chamado e a autoridade de seus professores são de Deus. - Chamar homens para o ministério e dispensação do evangelho pertence a Cristo, o único que dá o poder, a vontade, a ação; e a Igreja não pode fazer mais do que testificar, publicar e declarar a quem Deus chama.
III. O evangelho que Paulo pregou não era humano - ele não o recebeu, nem foi ensinado pelo homem; e o pregou não por humanos, mas por autoridade divina. 1. Cristo é o grande profeta e doutor da Igreja. Seu ofício é: (1) Manifestar e revelar a vontade do Pai no tocante à redenção da humanidade. (2) Para instituir o ministério da palavra e para chamar e enviar ministros. (3) Para ensinar o coração interior iluminando a mente e exercendo a fé na doutrina ensinada. 2. Existem duas maneiras pelas quais Cristo ensina aqueles que devem ser professores. (1) Por revelação imediata. (2) Pela instrução normal nas escolas por meio e ministério de homens.
4. Os que estão para ser professores devem primeiro ser ensinados , e devem ensinar aquilo que primeiro eles próprios aprenderam. Eles devem ser ensinados primeiro, e isso por homens onde a revelação é insuficiente. Este é o fundamento das escolas dos profetas. Todos os homens devem orar para que Deus prospere e abençoe todas as escolas de ensino onde esse tipo de ensino é usado. - Perkins.
O Evangelho, uma Revelação Divina.
I. Não é construído pela engenhosidade humana. - “O evangelho que a meu respeito foi pregado não procede do homem” (Gl. 1:11).
II. Não deriva nenhuma autoridade do homem. - “Porque nem a recebi de homem” (Gl. 1:12).
III. Não é adquirido por mera cultura mental. - “Nem fui ensinado.”
4. É uma revelação direta e especial do céu. - “Mas pela revelação de Jesus Cristo.”
Garantia apostólica do caráter sobrenatural do Evangelho. - 1. É costume dos adversários da verdade, quando nada têm a dizer com razão contra a própria doutrina, lançar reprovação sobre aqueles que a pregam e questionar seu chamado e autoridade para pregar, para que possam, pelo menos indiretamente refletir sobre a doutrina. 2. Como ninguém pode assumir a responsabilidade de dispensar a palavra de Deus publicamente a outros sem um chamado de Deus, então há vários tipos de chamados: um de homens e comum quando Deus chama pela voz e consentimento dos homens; outro de Deus e extraordinário, o apelo da Igreja não intervindo. 3. É exigido de um apóstolo que tenha o conhecimento infalível da verdade do evangelho, e isso não totalmente pela ajuda de meios humanos, como aprendemos nas escolas e pelo estudo particular, mas principalmente pela inspiração imediata do Espírito de Deus. Paulo mostra que o evangelho não foi ensinado a ele pelo homem; e isso ele diz não para deprimir o aprendizado humano, mas para evitar a calúnia de seus adversários, que alegavam que ele mal conhecia o evangelho por meio de instruções comuns apenas de homens, e por isso não era apóstolo. - Fergusson.
Gálatas 1:20-24
NOTAS CRÍTICAS E EXPLICATIVAS
Gl. 1:24. Eles glorificaram a Deus em mim. — Não diz, acrescenta Crisóstomo, maravilharam-se comigo, elogiaram-me, ficaram maravilhados de admiração por mim, mas atribui tudo à graça. Eles glorificaram a Deus em mim. Quão diferente, ele sugere aos gálatas, o espírito deles do seu.
PRINCIPAIS HOMILIAS DO PARÁGRAFO. — Gl. 1:20-24
Deus glorificado em seu servo
I. Pela indubitável veracidade de suas declarações. - “Ora, o que vos escrevo, eis que diante de Deus não minto” (Gal 1:20). As afirmações do apóstolo contradiziam categoricamente as alegações de seus inimigos. Eles insinuaram que Paulo era apenas um mensageiro das autoridades da Igreja em Jerusalém, e que tudo o que ele sabia do evangelho havia sido aprendido com os doze. Longe de ser este o caso, é evidente que por vários anos ele tinha pregado o evangelho, e não tinha visto nenhum dos doze, exceto Pedro e Tiago, e isso apenas por quinze dias em Jerusalém, cerca de três anos após sua conversão. “No caso presente”, observa o Professor Jowett, “é uma questão de vida ou morte para o apóstolo provar sua independência dos doze”. Tendo dito tudo o que pode para fundamentar seu ponto, ele conclui com um apelo solene a Deus quanto à sua veracidade: “Eis que diante de Deus não minto.” O apóstolo nunca faz um apelo como este levianamente, mas apenas em apoio a uma verdade vital que ele está especialmente ansioso para fazer cumprir (Rom 9:1 ; 2Co 1:17-18 ; 2Co 1:23 ; 1Th 2:5).
“Quando a ficção se torna agradável aos olhos,Os homens acreditarão, porque amam a mentira;Mas a própria verdade, se turva com uma carranca,Deve haver alguma prova solene para passá-la para baixo.”(Churchill).
A manutenção vigorosa e fiel da verdade traz glória a Deus.
II. Por sua atividade evangelística. — “Depois vim para as regiões da Síria e da Cilícia” (Gl. 1:21). Durante esta viagem, muito provavelmente as igrejas foram fundadas, mencionadas no Ato 15:23 ; Act 15:41.”O trabalho de um homem”, diz George Macdonald, “não cai sobre ele por acaso, mas é dado a ele fazer; e tudo que é bem feito pertence ao reino de Deus, e tudo que é mal feito ao reino das trevas.” Deus é o objetivo sublime de toda atividade humana, e nossas faculdades nunca podem ser mais nobremente empregadas do que para expor Sua vontade, desdobrar Seu gracioso caráter, promover os interesses de Seu reino e empenhar-se em promover Sua glória entre os filhos dos homens. O homem nunca é tão grande, tão luminoso, tão grandioso como quando está trabalhando para Deus com a luz e a ajuda de Deus; e toda essa obra é uma revelação do caráter e dos propósitos de Deus, aberta aos olhos de todos os que a verão.
III. Pela reputação de sua vida mudada. — “E era desconhecido de cara às Igrejas:… só tinham ouvido que aquele que nos perseguia no passado, agora pregava a fé que outrora destruíra” (Gl. 1:22-23). A conversão de Saulo de Tarso foi um dos eventos mais marcantes do início da história da Igreja. Foi uma maravilha para todos os que conheceram sua vida anterior. Foi um testemunho irrespondível do poder do evangelho e um argumento que tem sido usado em todas as épocas para ilustrar a possibilidade da salvação do pior dos pecadores. Diz-se que o duque da Borgonha nasceu terrível. Ele se entregaria a tais paroxismos de raiva que aqueles que o aguardavam tremeriam por sua vida. Ele era de coração duro, apaixonado, incapaz de suportar a menor oposição aos seus desejos, apreciador do jogo, da caça violenta, das gratificações da mesa, abandonado aos seus prazeres, bárbaro e nascido para a crueldade. Com isso foi unido um gênio do tipo mais extraordinário; rapidez de humor, profundidade e justiça de pensamento, versatilidade e agudeza de espírito. O prodígio foi que em um curto espaço de tempo a graça de Deus o fez um novo homem. Ele se tornou um príncipe afável, gentil, moderado, paciente, modesto, humilde, austero apenas consigo mesmo, atento aos seus deveres e consciente de sua extensão. Se pudéssemos colocar a mão no volante do expresso escocês, correndo cinquenta ou sessenta milhas por hora, e pará-lo, deveríamos realizar um milagre surpreendente. Mas é isso que Deus faz em Seus milagres de conversão. Ele colocou Sua mão poderosa no volante da vida de Paulo e não apenas interrompeu sua louca carreira, mas o fez girar na direção oposta. O perseguidor se torna um pregador.
4. Pelo reconhecimento de Seu chamado divino. — “E glorificaram a Deus em mim” (Gl. 1:24). A tentativa de menosprezar a autoridade de Paulo foi obra de alguns descontentes, que procuraram arruinar sua influência a fim de estender a sua própria. As igrejas de Jerusalém e da Judéia, embora muitas delas não tivessem visto o apóstolo, reconheceram e louvaram a Deus pela obra divina realizada nele e por ele. Alguns falsos mestres podem fazer muito mal, mas não podem destruir a obra de Deus, nem impedir seu pleno reconhecimento. O servo fiel pode com segurança deixar sua reputação nas mãos de Deus. Ela eleva a humanidade, especialmente a humanidade cristianizada, a uma dignidade especial, quando se descobre que Deus é glorificado no homem.
Lições: — 1. O evangelho eleva o homem ao transformá-lo. 2. O trabalhador consciencioso tem Deus ao seu lado. 3. Deus é glorificado pelo trabalho obediente.
Agradável aos homens.I. A libertação do medo dos homens e da necessidade de sempre buscar agradar aos homens pode ser tomada como uma descrição geral da liberdade dos cristãos; enquanto, por outro lado, a necessidade de agradar aos homens representa, por assim dizer, de uma maneira muito típica, a não liberdade de um homem natural não redimido. Todas as relações sociais envolvem um desejo e uma tentativa de agradar, de ser considerado por outras pessoas como tendo um certo valor nelas e como tendo um valor correspondente para elas. Isso é uma coisa necessária e, portanto, é claro, não é em si uma coisa errada. O respeito pelos outros e a devida consideração pelo respeito que os outros podem nos prestar é uma base necessária da vida social. Se houver algum homem na terra por quem você perdeu todo o respeito, pode ter certeza de que a culpa é sua, não menos do que a dele. É claro, então, que a escravidão do medo do homem e da escravidão, o desejo de agradar aos homens, não é a mesma coisa que consideração pela estima de nossos semelhantes, com verdadeiro respeito por eles. A verdadeira tirania de agradar aos homens que permeia a sociedade natural é esta: somos constantemente constrangidos a fazer algo, não porque a ação tenha algum valor para Deus ou para o homem, mas simplesmente porque o uso e os costumes exigem isso de nós, e se nós caso contrário, devemos ofender, ser mal compreendidos e assim por diante. A consideração pelo que nossos vizinhos vão dizer ou pensar nos constrange a fazer coisas que sabemos não são nosso trabalho correto, coisas que são realmente um desperdício da força que Deus nos deu. Mas o que devemos observar aqui é que essa escravidão é parte da escravidão do pecado.II. Como seremos libertados deste jugo de servir aos homens? Observe que, mesmo em um estado de natureza, a escravidão para agradar aos homens não afeta igualmente a todos. A maioria das pessoas tem um trabalho árduo definido a fazer, e têm que fazê-lo sem olhar para a direita ou para a esquerda; mas isso não é uma libertação verdadeira, porque a obra consome toda energia da vida, separa o obreiro de toda comunhão humana e, assim, o coloca sob uma escravidão mais exasperante. Então, por outro lado, quando eu terminar o meu dia de trabalho, parte da vida permanece, e essa parte com certeza se tornará mais ou menos sujeita a agradar aos homens. A única verdadeira libertação é o plano de vida grande o suficiente para ocupar tanto as horas de trabalho quanto as de lazer, um esquema no qual um homem pode encontrar o trabalho do seu dia disposto e claramente colocado diante dele, de modo que ele possa se dedicar a fazer não se deixa influenciar pelo que os homens podem dizer ou pensar, e ainda com a certeza de que apenas fazendo esta obra, e fazendo-a sem agradar aos homens, ele realizará uma verdadeira e plena comunhão de vida com seus semelhantes; e isso, eu digo, nenhum homem pode perceber até que se torne um servo de Cristo. A verdadeira vida só pode ser uma vida para Deus e em Deus; mas então uma vida para Deus e em Deus só é possível em Cristo, pois por mais nobre e claro que seja o plano que Deus na lei e na providência possa nos apresentar, o pecado pode nos impedir de seguir o plano. Devemos ter o perdão dos pecados, a promessa do Espírito Santo, a certeza de uma graça divina forte o suficiente para vencer o pecado, de um poder envolvendo nossa vida e nos mantendo perto de Deus, apesar de todas as nossas fraquezas e todos os nossos pecados ; e isso só podemos ter em uma relação pessoal de fé com Cristo nosso Salvador.(W. Robertson Smith, Christian World Pulpit, vol. xii., p. 241.)
NOTAS SOBRE OS VERSOS
Gl. 1:20. Verdade autoconsciente. - 1. Os servos mais escolhidos de Cristo podem ser vistos como mentirosos e indignos de confiança, mesmo por aqueles a quem são enviados, e ainda assim eles não devem desistir de pregar sabendo que a palavra falada por eles ainda obtém crédito de alguns, e irá gerar confiança em si mesmo de outros, e para o resto irá selar sua condenação e torná-los indesculpáveis. 2. Não é ilegal para os cristãos prestar juramento, desde que haja as seguintes condições: (1) Que o que juramos é verdade. (2) Que há razões importantes para fazer um juramento. (3) Que juramos apenas em nome de Deus, e não pelas criaturas, visto que ninguém, a não ser Deus, pode testemunhar os segredos do coração. — Fergusson.
Gl. 1:21-24. A prova auto-evidente de um mensageiro divinamente comissionado: 1. Visto em trabalhos e viagens desinteressados (Gl. 1:21-22). 2. Visto em uma mudança notável de caráter e conduta (Gl. 1:23). 3. Visto em que a glória de sua obra é atribuída a Deus (Gl. 1:24).
Provas práticas de apostolado
I. Paulo foi de Jerusalém para a Síria e Cilícia. — 1. Porque ele foi ordenado especialmente para ser o apóstolo dos gentios. 2. Porque Cilícia era seu próprio país e seu amor por ele era grande. Se algum apóstolo acima dos demais é o pastor e bispo universal da Igreja em todo o mundo, esse é Paulo e não Pedro.
II. Paulo era conhecido dos judeus cristãos apenas por ouvir dizer, porque é o ofício de um apóstolo não construir sobre o fundamento de outro ou suceder qualquer homem em seu trabalho, mas plantar e fundar a Igreja do Novo Testamento.
III. Vendo que a intenção do diabo e dos homens iníquos é destruir a fé, devemos ter um cuidado especial com nossa fé. — 1. Devemos olhar para que nossa fé seja uma fé verdadeira. 2. Devemos manter e encerrar nossa fé em algum lugar seguro e seguro - no armazém ou tesouro de uma boa consciência. 3. Nosso cuidado deve ser aumentar a fé para que nosso coração possa estar arraigado e alicerçado no amor de Deus.
4. Nosso dever é santificar e glorificar o nome de Deus em todas as Suas obras. — Escolher glorificar e louvar a Deus é um grande pecado. — Perkins.
Gl. 1:24. Deus é glorificado em homens bons. — Somos ensinados a honrar a Deus no homem e o homem em Deus. Somos ensinados a evitar, por um lado, toda a idolatria da criatura e, por outro, aquela severidade cínica, ou indiferença ingrata ao Autor de todo bem no homem, que subestima ou negligencia as excelências que devem ser defendidas até admiração por serem imitados por nós e pelos outros. Cada um desses extremos rouba a Deus Sua receita justa de louvor grato. Em que consiste a idolatria das criaturas, a não ser em honrar e confiar nas excelências naturais e adquiridas das criaturas, com exclusão de Deus? Mas então não há sabedoria, força ou excelência no homem? Como seria um absurdo negar isso, seria afetação fingir que não o percebemos. Não admire e não negue essa sabedoria, reconheça essa eficiência e não tente rebaixar sua estimativa; glorifique apenas a Deus que opera tudo em todos. Se Ele escolheu qualquer um deles para ser mais eminentemente Seus instrumentos para a promoção de Seus propósitos de misericórdia para a humanidade, Ele o faz em virtude de Sua soberania. Se ele continua suas vidas úteis, enquanto você tem sua luz, regozije-se na luz e glorifique Aquele de quem ela vem como sua origem e fonte; e quando Ele escolher apagar essas estrelas de Sua mão direita na escuridão da morte, ainda O glorifique. Quanto a nós, isso é para nos lembrar de nossa dependência dEle, que apontou sua órbita e os investiu com seus diferentes graus de glória; e quanto a eles, embora seu brilho desapareça desses céus visíveis, é que pode ser reacendido em glória superior no reino de seu Pai. — R. Watson.