Comentário de João 18:14-15
18:14 - Ora, Caifás era aquele que tinha dado conselho aos Judeus,… Os principais sacerdotes e Fariseus, que se encontraram no conselho sobre Jesus, João 11:47, o conselho que ele deu foi...
Que era conveniente que um homem devesse morrer pelo povo;... E que foi dado conselhos de má vontade e malícia para apanharem Cristo, e para evitar, como ele pensou, que o povo dos judeus fosse destruído pelos romanos, embora as palavras tivessem um sentimento muito bom, do que ele não entendia.[1] O povo por quem Cristo estava para morrer, não era todas as pessoas do mundo, nem só do povo dos judeus, nem todos eles, mas todos os escolhidos de Deus, a quem Deus escolheu para ser o seu povo especial e peculiar,[2] e deu a Cristo como tais: para estes é que Cristo deveria morrer, e assim fez, e não meramente como um mártir, nem para confirmar a sua doutrina para eles, ou como um exemplo para ensinar-lhes mansidão, paciência e coragem, mas lugar deles, como substituto deles, como uma garantia para eles, e que era conveniente que ele deveria, em tal sentido, morrer por eles, por causa da sua garantia nos compromissos, que ele poderia fazer satisfação com a lei e a justiça de Deus, e obter a salvação de seu povo, e envia o Espírito para fazer aplicação da mesma para eles.
18:15 - E Simão Pedro seguia Jesus,... É certo que primeiro ele fugiu com o resto, e o abandonou, dado que todos fizeram, apesar de sua resolução de permanecerem com ele, porém, ele estava muito desejoso de saber o que seria de Jesus, e qual seria a causa das coisas; com esta visão que o seguiam, e não para negá-lo, porém, foi esta a consequência. Outros evangelistas dizem que ele o seguiu de longe, a distância, Mat. 26:58; o que mostrou temor da sua parte, e ainda assim segui-o em todas as descobertas amor e zelo. Seguir a Cristo é uma propriedade de suas ovelhas,[3] e é altamente louvável, especialmente o ato de segui-lo nos sofrimentos; um maior caráter uma pessoa não pode ter, além do que de ser um seguidor de Jesus, no exercício da graça, no exercício do direito, levando a cruz, e ainda assim, não parece que Pedro o fez assim bem em seguir Cristo agora;[4] pois Cristo tinha alertado a ele sobre da sua confiança, tinha-lhe feito entender que ele deveria negá-lo,[5] e que ele iria abandoná-lo, assim como fizeram os demais; o que, apesar disso, ele assistiu, no qual, depois disso, foi repreendido, João 18:8;
E assim fez um outro discípulo, e aquele discípulo que era conhecido ao sumo sacerdote. Isto é pensado ser o apóstolo João, porque ele frequentemente fala de si mesmo sem mencionar o seu nome, e estes dois, Pedro e João, estavam, em geral, em conjunto, e é certo que João esteve presente na cruz de Cristo, no momento da crucificação, e que é suposto ser conhecido do sumo sacerdote, por transportar pescado para a sua casa, e vender para ele, assim Nonnus diz, que ele era conhecido por seu comércio de pesca: mas não é provável que ele fosse conhecido, ou poderia ser conhecido pelo sumo sacerdote, de modo a ter qualquer intimidade com ele, nem é provável que ele, sendo um Galileu, se aventuraria a isso; ele foi descoberto pela sua linguagem, e estaria sido igualmente em perigo com Pedro, ou antes, fossem alguns dos discípulos de Cristo, que não haviam abertamente professado ele, um dos principais governantes que acreditava nele, mas, por medo dos fariseus, não tinha o confessado, pode ser Nicodemos, ou José de Arimatéia, ou o homem em cuja casa Cristo tinha comido a Páscoa. Na versão Siríaca, ele é chamado um dos outros discípulos, não dos doze, mas outros. No entanto, através do seu conhecimento do sumo sacerdote, ele...
Entrou com Jesus no palácio do sumo sacerdote;… Não de Anás, mas de Caifás; pois Cristo tinha sido trazido da casa de Aná para a de Caifás, onde os Escribas e anciãos foram ajuntados.
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Notas
[1] Cf. João 11:51, 52. N do T.
[2] Cf. 1 Pedro 2:9; Tito 2:14. N do T.
[3] Cf. João 10:4. N do T.
[4] Cf. João 13:36. N do T.
[5] Cf. João 13:37, 38. N do T.