O Espírito Santo no Novo Testamento

O Espírito Santo no Novo Testamento


ESPÍRITO SANTO, NOVO TESTAMENTO, ESTUDOS BÍBLICOS E TEOLÓGICOS
No Novo Testamento há uma simetria incomum e completa do ensino com respeito a obra do Espírito de Deus em relação ao próprio Messias, e à fundação do reino messiânico. O modo mais simples de apresentação deve traçar o curso das atividades progressivas do Espírito, ou ensinamentos sobre essas atividades, como estes nos são apresentadas na literatura do Novo Testamento, como temos agora, tanto quanto a natureza do assunto nos permitir. Isto, naturalmente, mexe em certa medida, com a ordem cronológica em que os livros do Novo Testamento foram escritos, uma vez que em alguns casos, como no Evangelho de João, um livro muito mais antigo, contém ensinamentos recentes sobre o Espírito.

1. Em relação à Pessoa e Obra de Cristo

(1) Nascimento de Jesus


Em Mat 1:18 Maria é achada com criança “do Espírito Santo” (ἐκ πνεύματος ἁγίου, ek pneúmatos hagı́ou); um anjo conta a José que aquele “que é concebido nela é do Espírito Santo” (Mat 1:20), tudo isso é declarado como cumprimento da profecia de que um virgem daria luz a um filho cujo nome seria Emanuel (Isa 7:14). Em Lucas 1:35, o anjo diz a Maria que o Espírito Santo (pneuma hagion) viria sobre ela, e o poder do Altíssimo (δύναμις Ὑψίστου, dúnamis Hupsı́stou) a encobriria. Aqui, “Espírito Santo” e “poder do Altíssimo” são expressões paralelas significando a mesma coisa; no primeiro caso enfatizando a fonte Divina e no segundo caso a santidade “do santo que a de nascer” (Lucas 1:35). Em conexão com a apresentação do bebê no Templo, Simão é descrito como aquele em quem o Espírito Santo descansa, para quem a revelação foi feita através do Espírito e que entrou no Templo no Espírito (Lucas 2:25-28). Assim, também, Ana, a profetiza fala em relação ao bebê, evidentemente no pensamento de Lucas, debaixo da influência do Espírito Santo (Lucas 2:36).

Decorre do exposto, fica claro que as passagens em Mateus e Lucas significam expor, em primeiro lugar, a origem sobrenatural, e, em segundo lugar, a impecabilidade do bebê nascido de Maria. O ato do Espírito Santo é considerado como criativo, embora as palavras empregadas signifiquem "gerado" ou "nascido" (γεννηθεν, gennēthen, Mateus 1:20 e γεννωμενον, gennomenon, Lucas 1:35). Não há nenhum indício nas histórias da natividade sobre a existência pré-temporal de Cristo. Esta doutrina foi desenvolvida mais tarde. Nem há qualquer sugestão na Imaculada Conceição ou impecabilidade de Maria, a mãe de nosso Senhor. O Dr. C. A. Briggs tem estabelecido uma teoria da impecabilidade de Maria, um pouco diferente da visão católica romana, no sentido de que as profecias do Antigo Testamento anunciam a purificação da linhagem de Davi, e que Maria foi o ponto culminante do processo de purificação, que, assim, tornou-se sem pecado (Encarnação do Senhor, 230-34). Isso, no entanto, é especulativo e sem substancial mandado bíblico. A impecabilidade de Jesus não foi devido à ausência de pecado de sua mãe, mas devido a origem divina da sua natureza humana, o Espírito de Deus.

Em Heb 10:5, o escritor faz referência ao corpo sem pecado de Cristo como meios de um sacrifício perfeito pelos pecados. Não é feita nenhuma referência direta ao nascimento de Jesus, mas a origem de seu corpo é atribuída a Deus (Heb 10:5), embora não especificamente ao Espírito Santo.

Fonte: International Standard Bible Encyclopedia de James Orr, M.A., D.D., Editor General


Mais estudos bíblicos sobre o Espírito Santo:

Cf. Espírito Santo na Carta aos Romanos
Cf. Blasfêmia Contra o Espírito Santo
Cf. Batismo com Espírito Santo
Cf. A Promessa do Derramamento do Espírito Santo
Cf. Espírito Santo no Messias
Cf. O Espírito Santo no Ministério de Jesus
Cf. O Espírito Santo em Relação à Divindade