Interpretação de Isaías 44

Isaías 44

44:1-5. Apesar da apostasia de Israel, era o povo escolhido por Deus e objeto de Seu favor imerecido.

44:2. Desde o começo – desde o ventre – Ele o tinha escolhido para Seu povo peculiar, concedendo-lhe o título de Jesurum (E.R.C.), o Justo (cons. Dt. 32:15; 33:5, 26) – um penhor de sua final conversão à santidade do Evangelho. Circunstâncias no reinado de Manassés (quando baías sem dúvida recebeu estas revelações) talvez parecessem indicar um afastamento completo e permanente da fé. Mas aqui Deus explicitamente prediz que o futuro Israel receberia a Água Viva e o próprio Espírito Santo derramado sobre os israelitas (destacadamente no Pentecostes, em Atos 2).

44:6-8. Deus apresenta novamente o Seu desafio a um mundo adorador de ídolos, declarando a Sua existência eterna e a Sua singularidade de Deus único e verdadeiro. Novamente Ele torna a apontar as predições realizadas (um fenômeno peculiar às Escrituras hebraicas) como um tipo de evidência da autoridade divina que nenhuma religião inventada por homens jamais poderia produzir. A nação judia é testemunha desse cumprimento de profecias, fornecendo provas a todo o mundo de que somente Jeová é Deus, e de que não há segurança em nenhum outro a não ser nEle.

44:9-20. Jeová denuncia a loucura do politeísmo e a cegueira dos idólatras diante da verdade que é absolutamente óbvia. (Esta prolongada exposição de fatos era sem dúvida destinada a fortalecer os judeus contra as seduções do paganismo durante o longo cativeiro na Babilônia.)

44:9. As suas coisas preferidas. Os ídolos que esses pagãos preferiam, todos enfeitados de ouro e pedras preciosas. As testemunhas. Os próprios devotos espiritualmente cegos.

44:11. Envergonhados, quando o terrível juízo de Deus viesse sobre eles, e suas cidades e impérios desmoronassem, ainda que eles fossem fiéis devotos ou companheiros (habarîm) de seus ídolos.

44:15-17. Com sarcasmo e sem misericórdia o Senhor aponta para a rematada loucura de se fazer um deus com uma substância usada para acender o fogo. (John Knox, ao censurar a idolatria da Missa, parafraseou esta passagem com efeito devastador: “Com parte da farinha vocês fazem pão para comer, com os resíduos vocês fazem um deus diante do qual caem de joelhos”).

44:20. O idólatra alimenta a sua alma com cinza; isto é, com degradante e revoltante indignidade. Do mesmo modo, no reino filosófico, os agnósticos rejeitadores da Bíblia provam cegueira semelhante às leis óbvias e inescapáveis da causa e efeito (por exemplo, que o mecanismo do Universo exige um Mecânico para formá-lo). Mas nem os idólatras nem os modernos livre-pensadores podem responder à pergunta sumamente importante: “Como posso ser salvo?

44:21-23. Eis aqui uma promessa de misericórdia para a nação que permanece fiel à verdade divina. Os muitos e lamentáveis pecados dos judeus poderiam ser cancelados, e eles poderiam vir a Deus em busca de perdão, uma vez que Ele operaria a sua redenção (indicando um Messias como sua expiação). Diante dessas Boas Novas os anjos dos céus cantariam com alegria e também os santos do V.T. que se encontrassem no Sheol à espera da ressurreição de Cristo. Até a criação não humana, que aguarda ansiosamente a “manifestação dos filhos de Deus” (Rom. 8:19), participariam desse regozijo triunfal.

44:24-28. Jeová apresenta-se como 1) o criador onipotente, que preparou Israel desde a eternidade para ser o Seu povo redimido; e 2) o Soberano onisciente da história, que destrona a sabedoria insignificante dos filósofos e sábios deste mundo, denunciando a ilusão de sua vã imaginação. As pessoas mundanas jamais teriam acreditado que Jerusalém e o seu santo Templo seriam completamente reconstruídos setenta anos depois que os caldeus os demoliram; contudo a cidade e o Templo foram restaurados exatamente como Deus previna. Essas pessoas materialistas também deveriam ter zombado da possibilidade de que uma Judá repovoada pudesse ser reconstruída pelos descendentes dos exilados por Nabucodonosor; contudo Jeová realizaria até mesmo isto. A menos passível de cumprimento, à mente de um incrédulo, era a predição de que os judeus pudessem ser libertados por um pagão não israelita como Ciro; e, contudo, assim aconteceu 150 anos depois que o Senhor o predisse.

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