Interpretação de Isaías 21 e 22
Isaías 21
Sentença VII. A
Babilônia Será Derrotada e Seus Ídolos Destruídos. 21:1-10.
1. O deserto do
mar. A
planície aluvial da Babilônia, formada pelo Eufrates e o Tigre com seus
diversos tributários. Numerosos pântanos e lagos pouco fundos sempre se
formavam quando os canais de drenagens eram negligenciados ou ficavam
avariados.
2. O pérfido... destruidor (comerciante)
aqui mencionado é a Babilônia caldaica, amadurecida para o juízo. Elão.
Pérsia. O Elão era mais conhecido como Pérsia no tempo de Isaías, e foi mais
tarde incorporado ao território da Pérsia propriamente dita.
3,4. Para um homem
com a natureza compassiva de Isaías, a visão da sangrenta carnificina nas
cidades invadidas da Babilônia, quando os exércitos de Ciro forçavam o caminho
para a Capital, teve um efeito profundamente perturbador, como o de um terrível
pesadelo.
5. Na visão
profética ele viu os príncipes da Babilônia, descuidados em seu falso
sentimento de segurança, banqueteando-se com Belsazar.
7. Uma tropa. Contingentes da
cavalaria e homens a camelo eram pane característica dos exércitos medo-persas.
8. Então gritou
como um leão. Tão
intenso foi o sentimento do atalaia profético.
9. Este é o
primeiro pronunciamento de juízo sobre a civilização degenerada e idólatra que
a Babilônia representava; a última se encontra em Apocalipse 14 e 17.
10. Isaías viu a
Babilônia totalmente derrotada e batida, como trigo sobre a eira.
Sentença VIII.
Derrota de Edom; Vitória de Israel. 21:11,12.
11. Dumá. Edom. Ao que
parece um jogo de palavras agourento, segundo o qual a sílaba principal do nome
se encaixa em uma palavra que significa silêncio (usado em relação ao
reino dos mortos no Sl. 94:17; 115:17). Isaías, como o atalaia, anuncia aos
idumeus do Monte Seir que a manhã do livramento está ralando para Israel, mas a
noite da derrota e da escravidão logo cairá sobre Edom. Que os idumeus,
portanto, busquem a Jeová em arrependimento e fé.
Sentença IX.
Dedã e Quedar Serão Derrotadas. 21:13-17.
Aliados aos filisteus,
esses árabes do norte saquearam Jerusalém no reinado de Jeorão (cerca de 845
A.C.). Mais tarde foram derrotados por Uzias. Mas aqui são advertidos dos
golpes mortais que receberiam dos assírios (como Senaqueribe, por exemplo) e
dos caldeus (como Nabonidus, que fez de Tema sua segunda capital).
Isaías 22
Sentença X.
Previsão da Queda de Jerusalém; Eliaquim Substitui Sebna. 22:1-25.
A. A mundana
Jerusalém Será Destruída. 22:1-14.
Jerusalém está
localizada sobre duas ou três colinas no meio de vales rodeados por notáveis cadeias
de montanhas. Como cenário das revelações concedidas aos profetas de Deus, esse
local foi apropriadamente intitulado o Vale da Visão. Os jerusalemitas,
do alto dos telhados de suas casas, descortinariam a aproximação dos exércitos
atacantes da Babilônia. Apesar do iminente perigo, os judeus se entregaram aos
frívolos prazeres e à indulgência carnal. E se deparariam com a tragédia total.
Seu rei (Zedequias) tentada inutilmente fugir da cidade. Destruição lamentável
seria destinada à cidade e ao povo (v. 4).
5-11. O profeta dá
detalhes do cerco que está por vir (589-587 A.C.), no qual os soldados súditos
de Quir lutariam nas fileiras dos persas do Elão (cons. 21:2). Os arranjos
materiais para a defesa da cidade (a refortificação das brechas e a guarda do
precioso reservatório de água) seriam inúteis, porque os judeus se recusariam a
confiar no seu Deus, sua única defesa garantida contra o mundo.
12-14. A insistência
do Senhor a que se arrependessem foi recebida com cinismo e indulgência carnal
crassa. Mas o amor paternal de Deus não pode ser assim tão espalhafatosamente
ignorado e desprezado sem as mais severos conseqüências. Este oráculo deve
certamente se referir ao começo da invasão de Senaqueribe, quando Judá errou e
preferiu confiar na ajuda do Egito, enfrentando a vingança da Assíria. Foi
preciso os horrores da invasão de 701 A.C. para fazer Jerusalém se arrepender e
renovar sua submissão a Deus.
B. Um Corrupto
Oficial Substituído por um Servo Público Piedoso 22:15-25.
À luz do
contexto precedente, parece que podemos presumir que Sebna, o tesoureiro real,
era um líder da facção pró-Egito nos conselhos de estado. Na confiança de que
sua posição era segura, ele ordenou que lhe preparassem uma suntuosa tumba, não
percebendo que poderia ser demovido de seu cargo, morrendo pobre em uma terra
distante. (Em 701 ele foi realmente substituído por Eliaquim, de acordo com II
Reis 18:18, embora ainda fosse secretário do serviço governamental.) Mas
Eliaquim (Deus estabelecerá) era um verdadeiro e devotado seguidor de
Deus e portanto representa o remanescente dos verdadeiros crentes que se
opuseram à aliança com o Egito idólatra.
22, 23. A chave da
casa de Davi refere-se à posição de alta confiança e
influência que Eliaquim desfrutava como primeiro ministro de Ezequias (Ezequias
era da dinastia de Davi). Sua posição era tão firme quanto uma estaca na
parede de uma casa, e sua glória e prosperidade passariam à sua família e
descendentes. Muitos interpretam o versículo 25 como uma predição da queda
final de Eliaquim. Mas à vista do lugar firme do versículo 23 (o qual,
certamente, foi declarado pelo próprio Deus) parece melhor entender isto como
referindo-se não a Eliaquim, mas a outros que falsamente se supunham tão
seguramente estabelecidos quanto ele, mas que não deram seus corações a Jeová
como ele fizera, e que portanto um dia seriam destituídos.
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