Interpretação de Isaías 49

Isaías 49

Enquanto a Seção I trata especialmente com a Doutrina de Deus, a Seção II trata principalmente da Doutrina da Salvação. A salvação vem só de Deus e através do ministério do Servo de Jeová. Ela inclui o livramento da penalidade do pecado e uma nova vida de proteção, alegria e paz. Tem um alcance mundial.

49:1-7 O encargo divino do Servo como Profeta é o que se apresenta. Embora dirija-se ao Servo chamando de “Israel” no versículo 3, devemos entender este nome como aplicando-se Àquele sobre quem o relacionamento da aliança se baseia e sobre quem repousam todas as promessas da aliança, Aquele em cuja pessoa se cumpriram todas as expectativas divinas de um povo santo.

49:1 Desde o ventre. Sem dúvida uma alusão à anunciação do anjo à Virgem Maria (Lc. 1:31-33). Suas palavras, como espada afiada, perfurariam a consciência dos pecadores e administrariam o julgamento também (Ap. 19:15).

49:4 Cristo, o Servo, teria momentos de desânimo, quando enfrentasse a incompreensão quase que universal e até mesmo a de seus discípulos. Mas mesmo então ele encontrada satisfação principalmente em “fazer a vontade daquele que me enviou” (Jo. 4:34). Seu encargo seria duplo: 1) restaurar Israel diante de Deus, isto é, o Remanescente dos verdadeiros crentes que formariam a Igreja de Jerusalém do período do N. T. (como também os judeus cristãos deste presente período e do reavivamento dos últimos dias); 2) levar a luz da salvação de Deus a todas as nações da terra.

49:7 Em sua humilhação Ele seria desprezado e rejeitado, até mesmo por Sua própria nação, os judeus. Mas em Sua exaltação, depois da vitória da ressurreição, Ele seria finalmente adorado como o Senhor, até mesmo pelos reis dos pagãos.

49:8-13 O profeta descreve a alegria daqueles a quem Cristo libertará.

49:8 No tempo aceitável. Uma referência antecipada da “plenitude dos tempos” quando o Cristo encarnado ofereceu-se ao Pai e foi libertado da malícia dos demônios e homens. Na hora da expiação no Calvário, Ele cumpriu a afiança da graça estabelecida com Abraão e sua descendência. Na força dessa expiação vindoura Deus restaurada fisicamente os exilados ao seu desolado patrimônio em Judá, e repovoada espiritualmente a herança perdida de Israel, confiando a uma “nação que produza os devidos frutos”.

Do versículo 9 em diante, a referência é principalmente espiritual e pertence ao livramento da escravidão do pecado por meio do poder do Evangelho, seu suprimento de alimento e bebida para as almas, e sua proteção das pressões, da tentação e da oposição do mundo hostil. Até mesmo nos altos (v. 9), isto é, nas colinas arenosas desnudas do deserto semi-árido, Deus os alimentará com abundância. Isto é, os tempos da aflição serão usados para o enriquecimento espiritual deles. As barreiras montanhosas (v. 11) que Ele colocará em seu caminho, quando vencidas pela fé, provarão ser degraus para a glória. Para o forte núcleo dos primeiros cristãos judeus na Palestina juntar-se-iam outros convertidos vindos de todos os gentios, até mesmo de uma região tão remota quanto a China (a mais provável identificação para Sinim do v. 12, embora o Elão e o Sião também tenham sido sugeridos). O versículo 13 mostra que o alcance dessa ação é mundial e que aqui se tem em vista a Dispensação da Igreja.

49:14-26 O Senhor oferece a Israel confiança renovada à vista do seu desânimo. Na desgraça e miséria do Cativeiro, seria fácil para Israel sentir-se abandonada por Deus. Eis porque a afirmação encorajadora (vs, 15, 16) que o amor paterno de Deus ultrapassa o de uma mãe humana. Os destruidores caldeus passariam para o esquecimento e no devido tempo os convertidos pagãos viriam a Israel para se submeterem ao seu Deus, e para reconhecer o Messias como seu Salvador e Rei. Assim multidões de novos cidadãos preencheriam totalmente os espaços deixados pelos judeus que seriam mortos nas guerras dos caldeus, macabeus e romanos. O Israel espiritual, que depois da vinda de Cristo seria o Israel cristão, se encheria de feliz incredulidade diante deste tremendo influxo de gentios regenerados. É muito provável que sejam os gentios convertidos os mencionados no versículo 22, afluindo para a cruz e demonstrando preocupação terna e amorosa para com seus correligionários judeus. Até a realeza gentia se colocaria sob a influência do Messias e demonstraria reverente preocupação para com a Terra Santa e o seu povo, orgulhando-se de servir de protetores e guardiões da Igreja de Cristo.

49:24 A presa deveria ser seus prisioneiros de direito, ou aqueles que “o valente” capturou em uma luta honesta.

49:25 Esses valentes e tiranos eram, em primeiro lugar, os caldeus, mas também os gregos seleutas, que se ocupariam em frequentes guerras mortíferas quando dinastias rivais lutassem pela supremacia.

49:26 Esses opressores se tornariam bêbedos com o seu próprio sangue. Aqui novamente o cumprimento da profecia demonstra ao mundo a soberania do poder de Deus Jeová.

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