Miqueias 2 — Explicação das Escrituras

Miqueias 2 continua o discurso profético de Miquéias, abordando as injustiças sociais e a exploração predominante na sociedade. O capítulo abre com a condenação daqueles que arquitetam esquemas para se apropriar de terras e propriedades, deixando os vulneráveis sem abrigo. Miqueias destaca o descontentamento de Deus com aqueles que desrespeitam os princípios de justiça e equidade. O capítulo repreende aqueles que declaram “paz” enquanto promovem práticas desonestas e exploram os pobres. Miquéias profetiza que seus ganhos ilícitos serão retirados, enfatizando as consequências de suas ações.

Além disso, Miqueias 2 desafia os falsos profetas que fornecem conforto enganoso ao povo, denunciando suas mentiras e contrastando suas mensagens enganosas com sua própria verdade profética. Em meio à escuridão predominante, o capítulo termina com uma promessa de restauração e redenção para o remanescente do povo de Deus. Miqueias prevê uma reunião e libertação, retratando Deus como seu pastor que os conduzirá para fora do cativeiro. Dessa forma, Miqueias 2 continua a enfatizar temas de justiça social, as consequências da injustiça e a perspectiva esperançosa de restauração divina para aqueles que se voltam para Deus.

A PERDA DOS OPRESSORES RICO (2:1-11)
2:1–5 As razões para o julgamento são recitadas aqui. Os ricos desapropriaram os pobres de suas casas e terras pela violência. Como resultado, essa propriedade seria tirada dos ricos por um invasor estrangeiro, e eles não teriam mais nada.

2:6, 7 O povo disse a Miqueias para não profetizar tais coisas desagradáveis porque a desgraça não os alcançaria. Mas Miqueias respondeu que eles não deveriam dizer: “O Espírito do Senhor está restrito? Essas obras de julgamento são Suas obras? Suas palavras não fazem bem àquele que anda retamente?”

2:8–11 Por causa de seus pecados, Seu povo havia se tornado um inimigo de Jeová — roubando as roupas dos pacíficos e expulsando mulheres e crianças de suas (…) casas. Eles deveriam se levantar e partir para o exílio, pois a terra que poluíram os destruiria. Qualquer falso profeta que defendesse o vinho e a bebida forte seria rapidamente aceito por esse povo.

III. A PROMESSA DE RESTAURAÇÃO (2:12, 13)
Após o julgamento, Deus reuniria o restante de Israel do exílio. Um destruidor (o SENHOR) quebraria qualquer coisa que impedisse sua restauração.

Notas Adicionais:

2.1 Maquinam o mal. O contexto sugere que o mal que está sendo cogitado é um modo legalmente viável de extorquir os bens do pobre, evitar os deveres cívicos e as exigências da consciência, de fazer grandes negociatas com lucros injustos e burlar as leis. O castigo divino, portanto, também vai ser “projetado”, v. 3.
 
2.6 Babujeis. Vem do verbo nãtaph, “gotejar”, e aqui aparece na forma causativa “causar o gotejar”, “destilar”, “discursar”. Os ouvintes, aqui, desejam silenciar a pregação do profeta.
 
2.7 Minhas palavras fazem o bem. Para aqueles que andam retamente, as palavras de Deus são agradáveis, trazendo inspiração e consolação. Quando seu conselho é rejeitado é que elas se tornam desagradáveis.
 
2.8 Roubais a capa. Se a referência se trata da injustiça social, então são os credores cruéis, que exigem até as roupas particulares como penhor pelos empréstimos (cf. Êx 22.25-28) e que aqui se comparam aos assaltantes em praça pública, que roubam até à luz do dia.
 
2.9 Os perseguidores eram rápidos em exigir a desapropriação e o despejo dos pobres também seriam desapropriados do favor divino, da sua herança celestial (v. 10). Tendo recusado a mensagem da Palavra de Deus, evitando a misericórdia, não lhes haveria mais possibilidade de escutar nem entender nada além das palavras dos bêbados, (v. 11).
 
2.13 O que abre caminho. Heb põreç lit. “quebrador”, que se refere ao carneiro que dirige o rebanho, rompendo caminhos novos. Profeticamente, podemos ver uma alusão a Jesus, o Bom Pastor, vindo adiante dos fiéis para romper novos caminhos de vitória, de fé, de amor, de salvação, atravessando os obstáculos até chegar aos céus.