Miqueias 3 — Explicação das Escrituras

Miqueias 3 enfoca a liderança de Israel, criticando os governantes, profetas e sacerdotes por sua falha em cumprir suas responsabilidades e defender a justiça. O capítulo começa denunciando os governantes que exploram seu poder para ganho pessoal, destacando seu desrespeito pela justiça e retidão. Miqueias ressalta que suas ações levarão à destruição de Jerusalém. O capítulo então repreende os profetas que entregam mensagens falsas para ganho pessoal, contrastando seu engano com a garantia da verdadeira profecia. Miquéias afirma que Deus silenciará essas vozes enganosas.

Além disso, Miqueias se dirige aos sacerdotes que distorcem seus papéis para benefício pessoal, condenando sua falta de integridade e fidelidade aos seus deveres sagrados. Apesar de sua corrupção, Miqueias reconhece que os verdadeiros profetas continuarão a falar francamente, mesmo diante da oposição. O capítulo culmina com uma descrição da destruição iminente de Jerusalém devido à maldade dos líderes. Apesar desse julgamento, Miqueias apontou para uma futura restauração e renovação esperançosa. Em Miqueias 3, os temas de prestação de contas, as consequências da corrupção e a persistência da verdade de Deus por meio da profecia genuína são centrais. O capítulo serve como um chamado para que os líderes retornem à retidão e comprem suas sagradas responsabilidades.

DENÚNCIA DE GOVERNANTES, FALSOS PROFETAS E SACERDOTES (Cap. 3)
3:1–4 Os governantes da casa de Israel são condenados por sua injustiça, injustiça e cobiça. Eles trataram os pobres com muita crueldade. Eles odiavam o bem e amavam o mal. Em vez de serem pastores de ovelhas, como os governantes devem ser, esses políticos eram lobos, transformando as ovelhas em carne para a panela e carne para o caldeirão. Eles eram o oposto de Davi, um pastor literal que veio para pastorear uma nação (1 Sam. 17:15; 2 Sam. 5:2, 7:7). Quando a calamidade vier, Deus não ouvirá seus gritos de socorro.

3:5–7 Os falsos profetas cantavam “Paz” para aqueles que os pagavam bem e prediziam guerra para aqueles que não pagavam. Portanto, Deus negaria a eles o conhecimento de Sua vontade. Eles não receberiam nenhuma resposta de Deus.

3:8–12 Em contraste, Miquéias foi capacitado pelo Espírito do SENHOR para declarar a mensagem de Deus a Israel e Judá (Jacó). Os governantes, sacerdotes e profetas mercenários pensaram que estavam seguros, mas Miquéias anunciou que Jerusalém seria reduzida a montes de escombros.

Notas Adicionais:

3.4 Naquele tempo. A hora do castigo: a invasão dos assírios.

3.5 Paz. Os cartomantes e adivinhadores “profetizam” a felicidade para o cliente que lhes paga bem; assim também eram os falsos profetas que, como os mendigos, amaldiçoam aos que nada lhes dão (cf. v. 11).

3.8 Estou cheio do poder. Ao contemplar a obra dos falsos profetas, Miqueias, um aparte; proclama a natureza do verdadeiro profeta, vocacionado por Deus, recebendo uma missão específica e poder para cumpri-la; estas palavras, juntamente com Am 3.7, definem a palavra “Profeta”. Pelo poder do Espírito Santo, Miqueias continua a obra começada por Amós, uns vinte anos antes, reverberando a ganância, a injustiça, a falta de caridade e a desobediência à vontade de Deus.

3.10 A prosperidade aparente do município, que ostentava obras públicas luxuosas, ganhava-se à custa dos pobres sitiantes, espoliados e despojados de seus bens para enriquecerem os injustos ociosos.

3.11 Adivinham por dinheiro. A parte licita dos que se dedicavam à obra religiosa era o dízimo, que lhes garantia o sustento enquanto se dedicavam totalmente à sua vocação. Atos religiosos individualmente cobrados levam a abusos, e a uma atitude de cinismo.

3.12 Historicamente, esta foi a primeira profecia sobre a destruição de Jerusalém, e causou tão grande impressão que foi conservada como exemplo da autoridade profética até de falar contra aquela cidade. O cumprimento final da profecia ocorreu em 70 d.C., mas a punição específica aqui referida foi adiada pela misericórdia divina na época da destruição de Samaria (722 a.C.) e só aplicada em 587 a.C.