Miqueias 7 — Explicação das Escrituras

Miqueias 7 conclui o livro com reflexões sobre a corrupção e a decadência moral da sociedade, juntamente com uma mensagem de esperança e restauração. O capítulo alterna entre expressões de confiança na salvação de Deus e lamentações sobre a escuridão predominante. Micah destaca a deterioração moral do povo e reconhece sua própria vulnerabilidade. Em meio a esse cenário, ele encontra esperança na compaixão e salvação de Deus. O capítulo enfatiza a importância do arrependimento genuíno, da humildade e da confiança em Deus.

Além disso, Miqueias 7 transmite uma mensagem da fidelidade de Deus apesar da infidelidade humana, lembrando o povo de Sua soberania e amor duradouro. Miqueias fala da eventual restauração de Deus, do perdão e do cumprimento de Suas promessas. O capítulo termina descrevendo um futuro triunfante, prevendo a derrota dos inimigos e a restauração de Israel. Miqueias 7 encapsula temas de arrependimento, restauração e confiança na firmeza de Deus, oferecendo uma mensagem de esperança em meio aos desafios e um chamado para voltar a Deus em devoção genuína.

A NAÇÃO LAMENTA SEU ESTADO TRISTE (7:1-10)
7:1, 2 Miquéias aqui toma seu lugar com a nação e intercede a Deus. A cidade foi despojada de homens fiéis e retos; violência e assassinato abundam. A triste situação é comparada a colher uvas da safra e não encontrar nenhum cacho para comer.

7:3–6 Os governantes e juízes pedem suborno; seu castigo está próximo. Não se pode depender de ninguém. Amigos, vizinhos e até parentes traem uns aos outros.

7:7–10 Somente o SENHOR é confiável. O restante fiel da nação adverte seu inimigo... para não se alegrar muito com eles. A calamidade é resultado dos pecados do povo, mas o Senhor ainda restaurará os Seus, para desespero de seus inimigos.

BÊNÇÃO FUTURA PARA ISRAEL (7:11–20)
7:11–12 Em seguida, Jerusalém é abordada. Seus muros seriam reconstruídos e seus limites muito ampliados. Os exilados retornariam das terras de seu cativeiro, e o mundo pagão seria punido por sua maldade.

7:13 Este versículo parece estranho à primeira leitura. A desolação da terra provavelmente se refere aos resultados do julgamento dos gentios pelo fruto de suas ações. Isso ocorre pouco antes da restauração prometida. Deve-se notar que a palavra hebraica traduzida como “terra” (eretz) também pode significar “terra”.

7:14–17 O versículo 14 é uma oração dirigida ao Senhor, pedindo comida e cuidado do pastor. O Senhor assegura a Seu povo que fará coisas tão maravilhosas por eles que as nações gentias ficarão envergonhadas e se curvarão diante Dele.

7:18–20 Miquéias encerra sua profecia com um cântico de louvor a Deus, exaltando Sua misericórdia, perdão, compaixão, fidelidade e amor inabalável.

Notas Adicionais:

7.4 O dia anunciado par tuas sentinelas.
Uma sentinela é um profeta de Deus (cf. Ez 33.7). O dia do julgamento, do qual tantos profetas tinham falado, estava se aproximando. Para Samaria, veio dentro de uma década; para Jerusalém, levou mais do que um século; mas o julgamento final de todos os homens ainda está no futuro (Hb 9.27).

7.6 Esta expressão começou a ser uma realidade na época de Jesus quando uns aceitavam inteiramente, e outros rejeitavam (Mt 10.34-36).

7.7 Eu, porém, olharei para o Senhor. O profeta mesmo continua a confiar em Deus, enquanto a nação, ao seu redor, incorre na prática do paganismo. Como parte legítima do remanescente fiel, é ele que tem de interceder em favor da sua nação, fazendo sua confissão e sua oração em conjunto com a nação pecaminosa (vv. 8-20).

7.8 Levantar-me-ei. Cf. Pv 24.16, que fala do cair em aflições.

7.9 A pessoa piedosa vê a adversidade apenas como espécie de disciplina diária.

7.14 Basã e Gileade. Sendo um território pacífico de pastagens, aqui simboliza a época do Messias, de Cristo, o Bom Pastor.

7.18 Os ídolos forjam-se como representações de divindades. A mente humana tenta tecer religiões, mas o perdão e a misericórdia são atributos exclusivos do próprio Deus; e só Ele os revela.

7.19 Nas profundezas do mar. Esta expressão simboliza um lugar de onde nada poderia voltar. Os pecados perdoados por Deus nunca mais poderão nos acusar, por muito que Satanás assim o queira; seu castigo, suas consequências eternas, até suas marcas no caráter, o próprio Deus apaga pelo sacrifício de Cristo na Cruz (Rm 8.31 -49).