Miqueias 5 — Explicação das Escrituras

Miqueias 5 continua com revelações proféticas, destacando o local de nascimento e o significado do futuro Messias. O capítulo começa predizendo o nascimento do Messias em Belém, enfatizando Suas origens humildes, mas sua natureza eterna. Miquéias descreve Seu papel como pastor e governante de Israel, trazendo paz e segurança. A influência do Messias se estenderá muito além de Israel, impactando também as nações. O capítulo fala de purificação, libertação e restauração para o remanescente de Deus, destacando sua força e triunfo sobre seus inimigos.

Além disso, Miqueias 5 aborda a ameaça assíria e prevê a vitória final de Israel, retratando Deus como seu protetor. O capítulo enfatiza a fidelidade de Deus em meio à infidelidade humana, destacando Sua soberania e o cumprimento de Suas promessas. Combinando os temas do nascimento do Messias, restauração de Israel e a garantia da fidelidade de Deus, Miqueias 5 oferece uma mensagem de esperança, apontando para um futuro de renovação, vitória e intervenção divina.

A PROMESSA DA VINDA DO MESSIAS (cap. 5)
5:1 O versículo 1 parece descrever a situação da nação na época em que Miquéias estava escrevendo. Israel, aqui significando Judá, é instruído a se preparar para um cerco pelos babilônios, que tratarão o rei com insolência e grosseria. Isso pode se referir ao insulto de Ezequias de Senaqueribe ou à humilhação de Zedequias de Nabucodonosor.

5:2 O versículo 2 antecipa o nascimento daquele que seria o governante em Israel, cujas origens são desde os tempos antigos, desde a eternidade. Essas palavras apontam para a eternidade do Messias e, portanto, Sua divindade. Como havia duas Belém na Terra Santa, Miquéias especifica Belém Efrata, seis milhas ao sul de Jerusalém. Este versículo pretende ser um contraste com o versículo 1. Embora a situação contemporânea de Israel possa ser desanimadora, tudo mudaria quando o Messias viesse.

5:3 Três estágios na história de Israel são descritos aqui: (1) Por causa de sua rejeição ao Senhor Jesus, ele é abandonado. Isso descreve sua condição atual na Era da Graça. (2) Em seguida, um tempo de trabalho aguarda a nação, isto é, o Período da Tribulação. (3) Depois dessas dores, Israel dá à luz. Isso se refere ao “remanescente crente da nação ainda incrédula” (Scofield). Este remanescente de Israel será reunido à terra, e Cristo reinará sobre Seu povo.

5:4–6 O cuidado do pastor de Cristo por Israel e Seu domínio mundial são apresentados no versículo 4. Quando o futuro exército assírio atacar Jerusalém, o Messias levantará líderes capazes suficientes para expulsá-los. A expressão “sete pastores e oito homens principescos” não deve ser entendida como significando que haveria literalmente apenas quinze líderes levantados para resistir “ao assírio”. Quando um número é seguido pelo próximo número mais alto em uma estrutura poética,4 o significado é que existe um número adequado ou completo de tudo o que ocorre no contexto.

5:7–9 Então Israel será um canal de bênçãos para todos. A nação será tão invencível quanto um leão - bem capaz de esmagar os adversários de Deus.

5:10–15 Naquele dia, Israel terá sido purificado. Não confiará mais em cavalos e carros ou cidades fortificadas. Feiticeiros e adivinhos serão abolidos. Imagens esculpidas e pilares sagrados — santuários pagãos — serão destruídos. As nações inimigas serão punidas com a vingança de Deus.

Notas de Estudo:

5.2 E tu, Belém-Efrata. A Belém próxima a Jerusalém, onde nasceu Davi, rei ideal de Judá e de Israel, e onde haveria de nascer o Messias, o Senhor Jesus Cristo (Mt 2.5-6). Sete séculos antes do nascimento de Cristo, o profeta é bem explícito em indicar o lugar desse acontecimento, dando-lhe seu antigo nome aramaico, Efrata, além do nome hebraico Belém ambos significando “Casa de Pão”. Tanto a divindade como a humanidade de Cristo são claramente apresentadas neste versículo: como Homem, nasceu na estrebaria em Belém; como Deus, existia “desde os tempos antigos, desde os dias da eternidade” (cf. Is 7.13-14; 9.6-7).

5.3 Portanto, o Senhor os entregará. Refere-se ao juiz mencionado no v. 1; os israelitas que rejeitaram a Cristo, o juiz, serão entregues à desgraça. Ao remanescente são oferecidos perdão e reintegração dentro desta nação escolhida (cf. Rm 11.26).

5.5 Este será a nossa paz. Cristo possibilitou a paz entre nós e Deus quando derramou Seu sangue na cruz (Ef 2.15-16); Ele é a nossa paz, (Ef 2.14); Ele traz paz ao coração, no novo nascimento (Rm 5.1; Jo 14.27); na Sua volta, Ele trará paz para o mundo (Is 9.7; Sl 72.3, 7).

5.6 Portas. O lugar onde se assentava o concílio local da cidade.

5.7 O restante de Jacó. Quando o reino messiânico do Senhor Jesus Cristo for estabelecido em Jerusalém, este restante, a nação de Israel, terá um duplo caráter: como o orvalho (v. 7), será o canal da bênção divina na pregação do evangelho do reino; como o leão (v. 8), será o, instrumento da ira de Deus sobre aqueles que desobedecem ao Senhor. Homens. A graça de Deus (cf. a Sua promessa a Abraão de que sua descendência seria uma bênção para o mundo inteiro) é a garantia disto (Gn 12.2).

5.10 Teus carros de guerra. Antes de Israel se tornar nação organizada, com um território estabelecido, recebeu a advertência de que não devia “multiplicar cavalos”, ou seja, entrar em alianças políticas internacionais e constituir-se uma nação belicosa (Dt 17.16). Muitos dos profetas tinham de repetir esta advertência (Is 31.1; Sl 33.17; Os 10.13). Na época que precedeu a destruição de Jerusalém pelos caldeus (587 a.C.), tanto Ezequiel como Jeremias advertiam o povo que confiar nos exércitos e na política era separar-se do caminha da bênção de Deus.

5.12-14 Desviar-se dos caminhos de Deus também na vida diária foi uma das causas tanto da destruição de Somaria como da de Jerusalém (e Miqueias estava pregando para ambas). Desobedecer a Deus de maneira tão deliberada na prática da idolatria, aqui descrita, só podia levar o povo à destruição (2 Rs 17; Ez 6.1-14; 8.1-18). Se o povo escolhido tinha a primazia na responsabilidade, e também a primazia nos castigos, as nações pagãs não escapariam, v. 15. Grandes trechos de Isaías, Jeremias e Ezequiel descrevem profeticamente a destruição final das nações pagãs da época, e a história subsequente comprova a realidade destes pronunciamentos.