Interpretação de Isaías 5

Isaías 5

5:1-7 Cronologicamente, esta é a primeira vez que a vinha aparece como símbolo de Israel. No V.T, a figura toma a aparecer em Jeremias 12:10 e no Salmo 80. No N. T. ela aparece na Parábola dos Lavradores Perversos (Evangelhos Sinóticos), e, com adaptação especial, no discurso de Cristo sobre a videira e os ramos (Jo. 15). Meu amado talvez se refira não a Deus (pois este termo, dôd, não foi usado desta forma em nenhum outro lugar), mas a algum amigo de Isaías que sofreu tal desapontamento em sua vinha. Contudo, a maneira pela qual o profeta se identifica com este “amado” em Is. 5:4 indica uma união mística entre eles que melhor se aplica ao relacionamento de um profeta com Deus cujo porta-voz ele é.

Que pecado indesculpável foi o de Israel, produzir fruto tão mau quando Deus lhe concedeu todas as vantagens possíveis em uma terra linda e fértil! Seu inevitável castigo devia ser a remoção de sua cerca protetora e a sua devastação pelos invasores.

5:8, 9 Culpado de ganância. Por execução de hipotecas e por forçar a venda de terras, os ricos proprietários adquiriam todas as fazendas vizinhas para formar grandes patrimônios. Mas tudo isso lhes seria arrancado: suas mansões seriam abandonadas em ruínas fumegantes e suas férteis terras ficariam quase estéreis quando os invasores estrangeiros acabassem sua obra sinistra.

5:11-17. Culpado de frívolos divertimentos e dissipação viciosa. Eles se levantavam cedo, não para começar o dia com Deus em oração, mas para começá-lo com suas garrafas de bebidas, em bebedeiras. E terminavam o dia com bebedices e música. Ignorando a Deus e a Seus santos propósitos para suas vidas, seu castigo temporal seria o cativeiro, o exílio e a fome (v.13); e o seu castigo eterno seria a destruição no Hades (sheol) com todas as suas espalhafatosas possessões. Seus lindos patrimônios reverteriam em simples pastagens (v. 17). A justiça de Deus receberia inteira vindicação no seu destino (v. 16).

5:18, 19. Culpado de materialismo cínico. Como adoradores de ídolos puxando o carro de um grande ídolo em uma procissão festiva, esses apóstatas arrastavam o ídolo de sua iniquidade, desafiando o Santo de Israel como se este fosse incapaz de intervir na história humana para exercitar a sua soberania.

5:20. Culpado de reverter os padrões da moralidade. Proclamavam a depravação do caráter como força viril e a impureza sensual como verdadeira virtude e poder.

5:21. Culpado de orgulho intelectual e auto-suficiência. Consideravam-se mais sábios que Deus e imaginavam-se mais experientes que as gerações do passado.

5:22. Culpados de indulgência alcoólica. Mediam a força pela dissipação e os excessos.

5:23. Culpados de corrupção. Vendiam a sua integridade por prata quando em exercício de cargos públicos e roubavam ao pobre inocente seus direitos legais nos tribunais.

5:24-30 Como planta murcha, podre nas raízes, que subitamente se desintegra na baga, ou como restolho seco que subitamente começa a queimar ao contato da fagulha mais insignificante, assim tão rapidamente Israel se desintegrada. Sua secura espiritual brotava de sua rejeição insolente da Palavra de Deus (v. 24). Por isso o Senhor estende a sua mão (v. 25); isto é, seu poder miraculoso seria voltado contra eles e não contra os seus inimigos. Seus cadáveres jazeriam como lixo nas ruas. Os agentes desta vingança seriam os invasores de uma terra distante (a Assíria e a Babilônia, por exemplo) – e não da Síria ou outras terras vizinhas, – e seus ataques seriam espetacularmente súbitos. Os guerreiros inimigos seriam ferozes e cruéis, e seus exércitos engoliriam a Palestina como a maré alta. (Estas especificações se cumpriram em Nabucodonosor depois de sua vitória em Carquemis, em 605 A.C.).

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