Interpretação de Ester 4
Ester 4
IV. A Decisão de Ester. 4:1-17.
Ester 4
A grande tristeza
de Mordecai provocou a curiosidade de Ester, que então ficou sabendo a respeito
do decreto e do seu desejo que ela apelasse para o rei. Quando ela protestou
dizendo que isto poderia lhe ser fatal, Mordecai insistiu dizendo que era sua
responsabilidade diante de Deus. Ela prometeu ir ter com o rei se Mordecai se
lhe juntasse em um jejum de três dias.
1-3. Soube
Mordecai tudo quanto se havia passado (v. 1). Não só ele sabia de tudo o que tinha sido
publicamente anunciado, tendo em seu poder uma cópia do decreto (v. 8), mas
também sabia do acordo entre Hamã e o rei e a quantia exala do dinheiro que lhe
tinha sido prometida (v. 7). Isto agravou sua tristeza, pois ele provavelmente
compreendeu que fora pelo fato dele ter divulgado sua nacionalidade (3: 4) que
a ira de Hamã se desencadeara sobre o seu povo. Se cobriu. . . de cinza. Sinal
de tristeza assoladora (Jó 2:12; Dn. 9:3). Ninguém vestido de pano de saco
podia entrar pelas portas do rei (v. 2). O rei não toleraria tristeza ou
tragédia na sua presença (cons. Ne. 2:1, 2).
4-8. Quando soube da tristeza de Mordecai,
Ester enviou-file roupas apropriadas para que pudesse entrar na corte (cons. v.
2). Porém ele não as aceitou. Ele queria impressionar Ester com a
gravidade da situação e obter uma oportunidade de falar com ela. Então Ester
chamou a Hatá. É possível que Hatá fosse um judeu que soubesse do
relacionamento que havia entre Ester e Mordecai. De qualquer maneira ele acabou
sabendo, pois entre outras coisas Mordecai lhe disse que mandasse Ester fazer o
pedido ao rei pelo povo dela (v. 8).
9-12. Uma
sentença, a de morte (v.
11). Desde os tempos antigos, os reis medos recusavam a entrada na sala do trono
a pessoas que não fossem anunciadas a fim de intensificar sua dignidade e
proteger-se (Heródoto, 1.99; 3.118). Além disso, Ester não fora chamada a sua
presença por trinta dias e sem dúvida temia que a temporária falta de interesse
do rei nela pudesse prejudicar o sucesso de um pedido formal para uma
audiência. A única e outra possibilidade era aparecer à entrada da corte sem
ser anunciada e esperar uma atitude simpática do rei. Era para Ester um plano
extraordinariamente perigoso naquelas circunstâncias.
13, 14. Não
imagine que . . . só tu escaparás. Mordecai fê-la lembrar da posição perigosa na qual
ela própria se encontrava, especialmente porque sua recusa em ajudar o povo de
Deus nesta hora de crise traria o juízo divino sobre ela e sua família, enquanto
que o alívio e o livramento de outra parte se levantará para os judeus (v.
14). Mordecai conhecia a promessa de Deus e a história de Israel bem demais
para duvidar disso por um momento que fosse. Falando-se claramente, Deus podia
muito bem tê-la feito rainha da Pérsia por causa da crise que Ele sabia que
seria desencadeada através da ira de Hamã! Esta passagem é uma chave para o
significado básico de todo o livro, isto é, demonstrar a providência infalível
de Deus em benefício do Seu povo, Israel. Mordecai insinuou isto com bastante
clareza e seu pedido era irresistível.
15-17. Jejuar por
mim . . . por três dias (v.
16). Aqui não se menciona oração, mas está implícita (cons. Joel 1:14). Eu e
as minhas servas também jejuaremos. Possivelmente eram moças judias ou
prosélitas às quais Ester teria ensinado a orar. Se perecer, perecerei. Este
não é um fatalismo cego, ou uma resignação desesperada (cons. Gn. 43:14), mas
antes uma confiança na vontade e sabedoria divinas (cons. Jó 13:15; Dn. 3:17,18
).