Interpretação de Ester 7
Ester 7
VIl. O Segundo Banquete de Ester. 7:1-10.
Ester 7
Ester pediu ao
rei que salvasse o seu povo da destruição e ousadamente acusou Hamã de ser o
adversário. O rei foi para o jardim tomado de fúria diante da descoberta, e
retornou para encontrar Hamã rogando a Ester que salvasse a sua vida.
Acusando-o de atacar a rainha, ordenou que Hamã fosse enforcado na mesma forca
que mandara construir para Mordecai.
1-6. Fomos
vendidos, eu e o meu povo. Encorajada
pela súbita mudança na sorte de Mordecai, Ester finalmente identificou-se com o
povo de Israel que fora vendido (3:9; 4:7) “para nos destruírem, matarem, e
aniquilarem” (as mesmas palavras de 3:13). Se ainda como servos e como
servas nos tivessem vendido, calar-me-ia, porque o inimigo não merece que eu
moleste o rei. Literalmente, embora o inimigo não se compare ao prejuízo
do rei. Mesmo que o hebraico não seja bastante claro para nós hoje em dia,
provavelmente significa que o castigo de Hamã envolveria muito menos prejuízo
financeiro para o rei do que a destruição de trilhares de judeus. Pelo
contrário, Contudo, Ester ficaria em silêncio se os judeus fossem vendidos como
escravos, pois isso sem dúvida traria muito lucro inicial para o rei (F.U.
Shultz, “Ester”, em Lange's Commentary). Quem é esse . . . cujo coração
o instigou a fazer assim? (v. 5). Esta era a resposta pela qual Ester e
Mordecai tinham orado. O rei tomando conhecimento pela primeira vez que sua
rainha era judia, sentiu-se esmagado pelo pensamento de que ela e o seu povo
estaVam condenados à destruição por um decreto inalterável. A bem da verdade,
ele no começo consentira na conspiração de Hamã sem muita deliberação
(3:10,11); mas é difícil imaginarmos que ele não soubesse quem era o
responsável pelo início desse pogrom dois meses antes (cons. 3:7; 8:9).
Talvez ele propositadamente se abstivesse de voltar-se contra Hamã a fim de que
toda a perversidade do ato em si fosse primeiramente enfatizada. O
adversário e inimigo é este mau Hamã (v. 6). Ester desenvolveu o seu caso
cuidadosamente antes de finalmente citar Hamã.
7. Enquanto o rei tomado de raiva se
retirava para o jardim a fim de recobrar seu auto-controle, Hamã rogava a Ester
por misericórdia, percebendo que não encontraria mais o favor do rei a não ser
por intermédio dela. Um dia antes tivera de conduzir um judeu em cortejo
triunfal pelas ruas da cidade e agora tinha de rogar por sua vida a uma judia!
Semelhante inversão terá lugar quando do início do Milênio (cons. Is. 14:1-3).
8. Acaso teria
ele querido forçar a rainha perante mim na minha casa? (v. 8). Desesperado, temendo por sua
vida, Hamã caiu aos pés de Ester que estava reclinada sobre um divã de ouro e
prata (cons. 1:6). Os persas e também os gregos e romanos se reclinavam durante
as refeições, e os judeus o fizeram nos últimos anos (cons. Jo. 13:23). Quando
Assuero retornou do jardim, derramou sua ira sobre Hamã e atribuiu-lhe o pior
dos motivos para se aproximar assim da rainha. O rei certamente não pensou que
Hamã estivesse realmente atacando Ester, mas no auge de sua raiva falou assim
para mostrar aos servos como se sentia para com Hamã. Tendo o rei dito estas
palavras, cobriram o rosto a Hamã. Estas palavras não se referem à pergunta
que ele acabara de fazer, mas à ordem de executar Hamã, a qual não ficou
registrada no texto. Antigamente, alguns povos costumavam cobrir as cabeças
daqueles que iam ser executados.
9,10.
Harbona era um dos sete eunucos que o rei tinha enviado em
busca de Vasti no grande banquete (1:10). Eis que existe . . . a forca . . .
que ele preparou para Mordecai. Os eunucos provavelmente citaram os
diversos crimes de Hamã a fim de manter acesa a ira do rei contra ele, e
concluíram falando da forca de 22,86ms no quintal de Hamã, a qual podia ser
claramente vista do palácio. Aceitando a sugestão dos seus cortesãos, como de
costume, o rei ordenou que Hamã fosse enforcado na sua própria forca.