Interpretação de Ester 9

Interpretação de Ester 9

Interpretação de Ester 9

Ester 9

IX. Os Judeus Vitoriosos, e a Instituição do Purim. 9:1 - 10:3.
Ester 9
Chegado o dia fatídico, os judeus se defenderam eficientemente com a ajuda das autoridades e mataram quinhentos homens em Susã, incluindo os dez filhos de Hamã. Ester obteve permissão para os judeus se defenderem mais um dia e mais trezentos inimigos foram mortos em Susã. Nas províncias, setenta e cinco mil inimigos foram mortos. A Festa do Purim foi então instituída através de cartas especiais para comemoração desse tremendo livramento. Uma segunda carta confirmou a primeira e estabeleceu também um jejum. A grandeza de Mordecai e o seu amor a Israel foram registrados nas crônicas do reino.
1-4. Finalmente, a 7 de março de 473 A.C., chegou o dia fatídico, e os judeus se reuniram em grupos compactos dentro das diversas cidades à espera dos seus atacantes. Sucedeu o contrário (v. 1). Uma óbvia referência à providência divina, e ainda assim o nome de Deus não aparece! Para dar cabo daqueles que lhes procuravam o mal (v. 2). Cons. 2:21; 3:6; 6:2. Todos os príncipes das províncias . . , auxiliavam os judeus, porque tinha caído sobre eles o temor de Mordecai (v. 3). O teor do segundo decreto tornou perfeitamente claro aos oficiais persas que o rei, sem mencionar Mordecai, seu primeiro ministro, favorecia agora os judeus. Juntar-se ao ataque contra os judeus agora certamente desencadearia contra eles a desgraça. Talvez se lembrassem do destino daquelas autoridades que se opuseram aos desejos de Dario, o meda, em uma situação mais ou menos semelhante (Dn. 6:24).
5-10. Não obstante, muitos cidadãos persas aproveitaram-se do primeiro decreto para atacar seus odiados vizinhos judeus. Sem o apoio do governo e enfrentando um povo zeloso e recém-encorajado, foram totalmente derrotados. Em Susã mesmo, foram mortos quinhentos homens, inclusive os dez filhos de Hamã. Todos esses filhos de Hamã, com a possível exceção de Adalia, tinham nomes persas (veja Lange's Commentary, in loco, quanto ao significado das raízes dos nomes). Porém no despojo não tocaram (v. 10). Cons. 3:13; 8:11; 9:15, 16. Os judeus se abstiveram de aproveitarem-se do privilégio a que tinham direito, para que a pureza dos seus motivos fosse evidente a todos.
11-16. Nas mais províncias do rei que terão eles feito? (v, 12). Ao que parece o rei se regozijou com a notícia de que os judeus tinham alcançado tão estupenda vitória em Susã, e ele esperava notícias de vitórias ainda maiores das províncias. Conceda-se aos judeus que se acham em Susã que também façam amanhã segundo o edito de hoje (v. 13). Ao que parece, Ester sabia de alguma conspiração persa para atacar os judeus no dia seguinte também, e por isso pediu permissão para os judeus se defenderem novamente. O rei atendeu ao seu pedido e assinou novo decreto permitindo aos judeus a matarem seus inimigos em Susã no dia quatorze de Adar também, pois o decreto de Mordecai especificara apenas um dia para os judeus se defenderem dessa maneira (8:13). Este decreto adicional foi obedecido (v.15) e mais trezentos persas foram mortos em Susã. Assim, o decreto de 9:14 não se refere especialmente ao empalhamento dos corpos sem vida dos filhos de Hamã (14b; cons. Dt. 21:22, 23). Enquanto isto, os judeus nas províncias mataram setenta e cinco mil dos seus inimigos no dia treze de Adar.
17-28. Os judeus das províncias começaram a guardar o dia quatorze de Adar como um feriado, enquanto os de Susã festejaram o dia quinze. Como no Natal, trocaram presentes entre si (cons. Ne. 8:10, 12; Ap. 11:10) e cuidaram dos pobres (v. 22). Mordecai escreveu estas coisas e enviou cartas a todos os judeus (v. 20). Ao que parece, após diversos anos terem se passado, Mordecai relembrou os acontecimentos relacionados com sua vitória e decretou que não deviam mais ser comemorados dois feriados distintos (o dia quatorze nas províncias e o quinze em Susã), mas que os dois dias deviam ser comemorados como a Festa do Purim (vs. 26-28). Na verdade, muitos judeus já tinham começado a festejar os dois dias (v. 23).
29-32. Segunda vez, para confirmar a carta do purim. Esta não foi a carta de 9:20, mas uma nova carta descrita em 9:30-32, na qual um período de jejum e oração (acerca do jejum e do seu lamento, v. 31), além dos dias de regozijo, foi instituído em memória dos ansiosos dias de oração que precederam o livramento divino. Talvez Ester e Mordecai já observassem esse período de oração há diversos anos (cons. 4: 15-17), e achassem que seria bom transformá-lo em um costume nacional. E se escreveu no livro (v. 32). Não no livro de Ester, mas no livro no qual Mordecai registrou os acontecimentos (v. 20) e que serviu de fonte básica para o livro de Ester.