A Páscoa no Judaísmo

A Páscoa no Judaísmo
A Páscoa no Judaísmo
A Páscoa era a mais importante de todas as festas, quer histórica, quer religiosamente. Celebrava o aniversário da libertação dos judeus da escravidão no Egito e do seu estabelecimento como povo independente pela ação redentora de Deus. O uso judaico distinguia entre “Páscoa do Egito” e “Páscoa permanente”. A primeira era para ser observada em 10 de Nisan, quando o sangue era espargido nas ombreiras das portas e quando o cordeiro tinha de ser comido à pressa. A Páscoa permanente era observada durante sete dias com os pães asmos. Ambas estavam Intimamente ligadas no tempo e constituíam uma quadra festiva.

As celebrações públicas da Páscoa eram anuais, mas a Antigo Testamento menciona apenas algumas durante o tempo da sua história escrita (2 Cr 8:13; 30:15; 2 Rs 23:21; Ed 6:19). Era, sem dúvida, observada mais ou menos regularmente, posto que tivesse havido lapsos ocasionais durante períodos de esmorecimento religioso. Durante o período do Novo Testamento parece que foi observada com regularidade, pois Maria e José levaram o menino Jesus a Jerusalém no tempo da Páscoa (Lc 2:41) como um costume regular, e Ele Próprio observou a festa durante o Seu ministério.

Requeria-se que cada pessoa do sexo masculino, apta fisicamente para a marcha, aparecesse em Jerusalém no dia da festa, se vivesse dentro dum raio de 25 quilômetros, a menos que estivesse desclassificado, por impureza cerimonial. As mulheres participavam também no culto, posto que não fossem obrigadas a isso. Vinham peregrinos de regiões distantes da Palestina e até de províncias estrangeiras para trazerem as suas ofertas e juntarem-se em culto festivo. Relata Josefo que, por ocasião da Páscoa, a população total de Jerusalém deve ter atingido três milhões (1). Muita dessa gente acampava fora da cidade, pois todas as habitações dentro das muralhas estavam cheias. Durante a Festa dos Pães Asmos, eram oferecidos diariamente sacrifícios de dois bezerros, um carneiro e sete cordeiros do primeiro ano, juntamente com um bode como oferta pelo pecado (Nm 28:19-25). No segundo dia era oferecido um molho das prímrcias da seara, como oferta movida com um cordeiro do primeiro ano para oferta queimada (Lv 23:10-14).