Significado de Amós 4
Significado de Amós 4
Amós 4
4.1,2 — Basã, a região a leste e nordeste do mar da Galileia, era (e é) uma área de excelentes pastos, famosa pelo seu gado. A expressão vacas de Basã refere-se às mulheres de pele macia, gordas e bem-alimentadas de Samaria. Amós não estava condenando a prosperidade em si, mas a forma como essas mulheres e seus homens tinham obtido sua prosperidade, por meio da opressão e do roubo dos pobres e indefesos. Eram mulheres de famílias poderosas, que não só estimulavam seus maridos a oprimirem mais, para poderem beber cada vez mais vinho em eventos sociais cada vez mais rebuscados, como também oprimiam elas próprias os pobres e eram cruéis com os necessitados. O registro bíblico é claro quanto ao fato de que as israelitas, pelo menos as da classe mais abastada, podiam participar de todo tipo de atividade econômica, por si mesmas, independente de seus maridos (Pv 31.10-31). Dada a opressão sistemática contra os pobres de Israel descrita por Amós, não é de espantar que ele acuse as mulheres das classes altas de participarem dela.
4.3 — O termo brechas simbolizava a completa destruição da cidade e dos lares que o povo tanto prezava. Em uma cidade intacta, a forma comum de entrar e sair dela era pelo portão principal. Todavia, Samaria ficaria em escombros tais que os deportados seriam despachados diretamente pelas brechas nas paredes de suas casas e nas muralhas da cidade.
4.4,5 — Este trecho é uma convocação amargamente sarcástica à adoração. Betei, cidade que ficava na estrada serrana central, dentro da fronteira de Israel com Judá, era a sede do santuário mais importante do sul de Israel. Gilgal se refere a um local no vale do Jordão em que Israel havia acampado antes e depois da tomada de Jericó (Js 5.10; 9.6). Portanto, Gilgal tinha conexões históricas com a origem da fé e o começo da vida de Israel na terra. Porque disso gostais. Ignorando a vontade de Deus, os israelitas faziam conforme lhes aprazia. Adoravam o banquete que fazia parte dos festivais de sacrifício, mas não os apelos de Deus por justiça.
4.6-11 — Esst trecho descreve cinco calamidades em série que Deus já mandara contra os israelitas para levá-los ao arrependimento. Uma característica forte desta narrativa é a alegação enfática de Deus de que os israelitas tinham culpa desses desastres terem acontecido com eles. Cada estrofe termina com o trágico estribilho: contudo, não vos convertestes a mim.
4.6 — A primeira calamidade foi a fome. A antítese limpeza de dentes... e falta de pão indicava total falta de víveres.
4.7,8 — A segunda calamidade foi a seca. A ausência de chuvas faltando ainda três meses para a colheita significava que as plantações de cereais estavam totalmente destruídas.
4 .9 — A terceira calamidade foi a praga na lavoura e gafanhotos.
4.10 — A quarta calamidade foi a peste e a guerra. A maneira do Egito sugere que Deus estava relembrando ao povo de Israel as dez pragas que tinham precedido o seu êxodo do Egito; dentre elas, havia doenças epidêmicas e outros desastres. O fedor dos vossos exércitos resultava da falta de higiene, da doença e, às vezes, de cadáveres de pessoas e animais que não podiam ser enterrados com a rapidez necessária.
4.11 — A quinta calamidade foi a destruição de cidades israelitas. A queda de Sodoma e Gomorra virou uma balança pela qual se mediram vários desastres posteriores. Significava destruição total, dispensada em juízo pela mão do próprio Deus (Gn 19.24,25). Como um tição arrebatado do incêndio se refere a um graveto tirado de uma fogueira com uma ponta já em brasa. Aqui, é uma metáfora vívida para o resgate por Deus, na última hora, da maior parte de Israel do destino que Ele reservou para algumas de suas cidades e territórios.
4.12 — Como Israel não havia se voltado para Deus em meio a essas cinco calamidades, ele teria que se encontrar com o próprio Deus. Confrontar-se - inescapavelmente - com o Deus, a quem escarnecera e rejeitara, seria um destino bem pior do que Israel poderia imaginar.
4.13 — Amós fundamentava o direito de Deus de enviar juízo sobre Israel em Seu caráter como Criador e Mantenedor de toda a terra, uma base ainda mais sólida do que o fato de ter libertado os israelitas do Egito. Deus é soberano sobre toda a terra; por causa disso, poderia chamar Israel, e qualquer outra nação, à prestar contas. Em forma os montes, o verbo forma em hebraico deriva da palavra normalmente traduzida como oleiro. Com a facilidade com que um oleiro molda vasos de cerâmica, Deus molda montanhas. Vento também significa espírito. A ambiguidade dessa palavra pode ser proposital. Deus cria tanto o vento como o espírito humano. Sendo assim, Ele tem soberania sobre ambos.