Significado de Amós 8
Significado de Amós 8
Amós 8
8.1-3 — Frutos do verão. As frutas que amadureciam no final da colheita, no final do verão, eram uvas, romãs e figos. Chegou o fim. Amós não podia entender o sentido dessa visão até Deus ter se pronunciado. A perversidade de Israel estava prestes a resultar em uma colheita-juízo. A maioria das boas colheitas constitui-se em tempos de alegria. Mas, nessa colheita, os cânticos do templo - os cânticos de ação de graças - virariam choro, pois a ceifa seria a da morte.
8.4 — O termo destruís implica deixar sem meio de sobrevivência.
8.5 — A festa da lua nova, comemorada no primeiro dia do mês do calendário hebraico, era um dia de sacrifícios especiais, um festivo sábado (Nm 28.11-15; 1 Sm 20.5). Em vez de cumprir a lua nova e o shabbat semanal com adoração, agradecimentos e descanso, as pessoas estavam impacientes para continuar a fraudar e oprimir os pobres. Em tempos bíblicos, o e f a era a medida mais comum de volume seco. Diminuir o efa, portanto, era enganar o freguês, roubando no peso. O siclo era uma unidade monetária. Aumentar o siclo, portanto, era roubar no preço (peso da prata), em relação à mercadoria entregue.
8.6 — O sistema de servidão temporária, usado em Israel, para membros da comunidade da aliança deveria ser humanizado e ter um tempo delimitado (Êx 21.2,3; Lv 25.39-55). Os ricos e poderosos da época de Amós estavam fazendo dos pobres de Israel escravos, depois de os despojarem de suas terras. As cascas do trigo. As cascas e o refugo de eira, talvez até com fungos ou umidade, eram misturados ao trigo de qualidade para engrossá-lo e, assim, aumentar os lucros.
8.7 — A fórmula do juramento hebreu ressalta a sua seriedade: Deus não se esquecerá. A expressão as suas obras se refere às injustiças econômicas que Amós atacou nos versículos 4-6, bem como outros pecados, inclusive a infidelidade a Deus.
8.8 — As expressões o grande rio e o rio do Egito referem-se ao rio Nilo. E será arrojada, e se submergirá. O Nilo sobe e desce vários metros em sua enchente anual. Amós pode ter tido a intenção de retratar um forte terremoto, em que as subidas e descidas da terra seriam tão trágicas quanto as vazantes e cheias do Nilo. Embora as enchentes do Nilo costumassem ser bem suaves no Egito, um terremoto que se parecesse com uma delas seria de fato violento.
8.9,10 — O juízo de Deus reverteria tudo radicalmente - a luz à escuridão e a alegria ao luto. Naquele dia deve estar referindo-se ao dia do Senhor (5.18). Saco, um tecido áspero de pêlo de cabra ou camelo, era uma roupa desconfortável de se usar. Era, portanto, usado sobre a pele como sinal de luto ou de grande aflição. Raspar a cabeça para criar uma calva temporária era outro sinal de luto.
8.11 — Em Amós 4.6, o profeta lembra ao povo de Israel que Deus enviara a fome à nação, e ainda assim o povo não havia se voltado para Ele. Agora, a fome seria não de comida, mas de ouvir as palavras do Senhor .
8.12,13 — De um mar até outro mar significa do mar Morto ao Mediterrâneo. Por toda parte. Quem procurasse a palavra de Deus em Israel teria de percorrer todo o entorno do território israelita, mas sem resultados. As virgens formosas e os mancebos referem-se àqueles que são os mais vigorosos e capacitados a sobreviver.
8.14 — Dá, no extremo norte, e Berseba, no extremo sul, eram as fronteiras dos domínios significativos de Israel. No tempo de Amós, Berseba ficava no reino de Judá. Israel podia até fazer juramentos em nome do Senhor, alegar que o adorava fielmente, do extremo norte ao extremo sul de sua terra, mas isso não aliviaria a fome da palavra de Deus.