Significado de Amós 6
Significado de Amós 6
Amós 6
6.1 — Sião se refere a Jerusalém, a capital de Judá (o Reino do Sul). Samaria era a capital de Israel (o reino do norte). N a época da profecia de Amós, Israel e Judá tinham desfrutado juntos de quase uma geração de poder militar e prosperidade econômica. Tornou-se normal para os oficiais de Jerusalém e de Samaria considerarem-se como pessoas que têm nome.
6.2 — A elite de Israel se gabava de que nenhuma outra nação era maior que a deles. Essa jactância se voltou contra eles, porque assim como Calné, Hamate e Gate estavam sujeitas à dominação dos assírios, Israel também seria subjugado por eles. Calné, cidade do norte da Síria, era a capital de um pequeno reino. Hamate, cidade importante da Síria central, ficava a norte de Damasco. Gate, uma das cinco principais cidades filistéias, ficava a sudoeste de Israel.
6.3 — A frase Vós, que dilatais o dia mau refere-se aos que insistiam que Israel era forte demais para que a destruição acontecesse sem demora à nação.
6.4-6 — Este trecho descreve a vida extravagante que os ricos levavam, estilo de vida pago com a riqueza roubada dos pobres. Marfim tinha sido importado por Israel do sul, desde pelo menos a época de Salomão, provavelmente da misteriosa terra de Ofir, via Sabá. Ele era muito usado na fabricação de ídolos. Em Samaria, os arqueólogos encontraram muitas placas em marfim e madeira marchetada, que retratam deuses e deusas egípcios e siro-fenícios. Cordeiros... bezerros. A carne era um luxo para boa parte das famílias do antigo Oriente Médio, sendo consumida apenas em ocasiões especiais. Comer carne diariamente era privilégio exclusivo dos ricos e poderosos. As classes abastadas de Israel estavam tão acostumadas com seus privilégios e luxos que não ligavam para a aflição de seus irmãos israelitas, embora ela tenha sido causada por suas transgressões.
6.7 — O juízo de Deus seria tanto apropriado como irônico. Quem se imaginava líder da nação guiaria sua nação para o exílio.
6.8,9 — Se Deus faz um juramento, Ele jura pela sua alma, porque não há ninguém maior que Ele. Em seus oráculos contra as sete nações (caps. 1 e 2), Amós profetizara a destruição de seus palácios. Agora era a vez de Israel. As sólidas fortalezas dos palácios representavam tanto a soberba de Jacó, confiando em sua própria força, como a opressão aos fracos, cuja riqueza roubada financiava a construção de tais palácios. Entregarei a cidade. Deus cuidaria pessoalmente da destruição de Samaria e de seus orgulhosos habitantes.
6.10,11 — Estes versículos ilustram o resultado do juízo de Deus, quando os parentes chegaram para levar os corpos embora. A frase ao que estiver nos cantos da casa pode estar referindo-se ao último sobrevivente, moribundo, mas ainda não morto. Nesse contexto, podia-se esperar que essa pessoa invocasse o nome de Deus e Sua ajuda, depois de ter respondido: ninguém. Antes que pudesse fazer isso, porém, o que perguntou o silenciaria, com medo de atrair mais ainda a atenção de Deus, pelo uso de Seu nome. As pessoas que não acreditavam que Deus viria julgá-las agora teriam medo dos novos desastres que Ele poderia infligir-lhes.
6.12 — Citando dois atos, obviamente impossíveis de acontecerem, em áreas do dia-a-dia com que todos os israelitas tinham familiaridade, Amós esperava fazê-los enxergar a impossibilidade moral da perversão da justiça praticada por Israel. Tão absurda e impossível, à vista de Deus, quanto cavalos subindo em penhascos verticais ou bois arando o mar, era a perversão da justiça praticada por Israel - ou por qualquer outra nação. Fel é uma erva venenosa e amarga.
6.13,14 — O orgulho de Israel por sua força militar seria sua derrocada. De nada na tradução da ARA corresponde ao nome de uma cidade a leste do Jordão, Lo-Debar, que Israel tomou de volta da Síria quando esta enfraqueceu Damasco. No texto original e na ARA também é citada Carnaim, cidade a leste do Jordão, próxima à fronteira mais distante dos domínios israelitas, que também foi recuperada quando a Assíria enfraqueceu a Síria. O castigo de Deus a Israel seria apropriado ao seu pecado: o orgulho. Como os israelitas pensavam ter expandido suas fronteiras por sua própria força militar, Deus permitiria que eles fossem assediados e derrotados de fronteira a fronteira. O ribeiro da planície (na ARA, o ribeiro da Arabá) refere-se ao vale desértico que delimitava os domínios israelitas ao sul. De norte a sul, de fronteira a fronteira, Deus permitiria que Israel fosse derrotado nas batalhas; assim, eles perceberiam que sua própria força não valia de nada.