Abel na Bíblia

ABEL
Abel na Bíblia
Vem de um termo hebraico que significa respiração. Mas a etimologia é incerta, e outros sentidos têm sido sugeridos, como ”vapor”, “fragilidade” e “filho”. É possível que esse nome esteja associado ao termo acadiano aplu, “filho”, ou ao sumeriano /Ma, ”filho”.
1. História da família. Era o segundo filho de Adão e Eva, talvez gêmeo de Caim (Gên. 4:1,2). Foi instruído na adoração ao Criador e trabalhava como pastor. Seu irmão, Caim, era agricultor. Devido a essas circunstâncias, Abel ofereceu em sacrifício um animal, ao passo que Caim trouxe os frutos da terra (Gên. 4:3-5). O trecho de Heb. 11:4 mostra que Deus agradou-se do sacrifício de Abel, mas não do de Caim. Despertou-se-lhe a inveja, e segundo diz o texto samaritano, ele convidou Abel para o campo, onde o matou. O texto hebraico disponível silencia sobre o convite, embora registre o homicídio. Seja como for, é certo que o ato foi premeditado.


2. Tradição judaica. Segundo esta, Abel foi morto na planície de Damasco, e seu túmulo é ali mostrado aos turistas, perto da vila de Sinie ou Sineiah, acerca de dezenove quilômetros a noroeste de Damasco, na estrada para Baalbeque, embora tudo isso não passe de fantasia.
3. Interpretações simbólicas baseadas no nome “Abel”, a. Se seu sentido é “filho”, então o nome simplesmente assinala o fato de seu nascimento. Visto que Caim significa “possessão”, esse foi o nome do primogênito, porque ele foi uma possessão significativa para seus pais. b. Se seu sentido é “fraqueza”, “vaidade” ou ”lamentação”, seu nome predizia seu fim súbito e triste, tendo nele o primeiro quadro de um justo sob perseguição, fisicamente impotente perante um poder físico superior.
4. Um nome de fé. O trecho de Heb. 11:4 elogia Abel por sua fé, do que resultou um sacrifício superior. Seu nome figura no início da grande lista dos fiéis, tendo sido ele elogiado pelo próprio Senhor Jesus (Mat. 23:35). Presume-se que ele obedeceu a alguma ordem especifica, acerca do sacrifício, que Caim ignorou, embora isso não seja declarado no Antigo Testamento.



5. Simbolismo. Abel tornou-se um tipo de Cristo, porquanto ofereceu um sacrifício cruento, superior (Heb. 9:26; 10:12). Ele tipifica Cristo como o Messias e Servo sofredor, o Cordeiro de Deus (João 1:29. Isa. 53:7). Ele testifica sobre a necessidade de um sacrifício de sangue (Heb. 9:22; 11:4).
6. Nos escritos dos pais da Igreja. Crisóstomo chamou-o de tipo do Cordeiro de Deus, gravemente injustiçado, em vista de sua inocência (Ad Stagir 0.5). Agostinho chamou-o de “peregrino”, porquanto foi morto antes de poder residir em qualquer cidade terrena, pelo que aguardava uma cidade celeste, onde pudesse habitar em justiça (De Civitate Dei, xv.1). Caim, por sua vez, fundou uma cidade terrena e ali habitou em meio à iniqüidade. Irineu observou sobre como Abel mostrou que os justos sofrem nas mãos dos ímpios e como as virtudes dos justos são assim magnificadas. (Contra Haeres. iii.23)
7. Jesus referiu-se a Abel como o primeiro mártir (Mat. 23:35), conceito esse que teve prosseguimento na Igreja primitiva. Evidentemente, Jesus o considerava um personagem histórico. O sangue de Abel é contrastado com o sangue de Cristo, em Heb. 12:24 (IB ND S Z)

ABEL   2
Vem de um termo hebraico que significa prado ou lugar de relva. É usado como prefixo nos nomes de vários lugares, por exemplo Abel-Sitim (prado das acácias), em Núm. 23:49; e o trecho de I Sm. 6:18 tem “o grande prado” (que em nossa versão portuguesa se traduz por “a grande pedra”, seguindo a Septuaginta). Esse prado ou essa pedra estava localizada perto de Bete-Semes, onde os filisteus puseram a arca, quando a devolveram a Israel. (S Z)