Significado de Hebreus 12

Hebreus 12

Hebreus 12 desenvolve o tema da fé e da perseverança, concentrando-se na ideia de correr a corrida da fé com perseverança. O capítulo usa a metáfora de uma competição atlética para encorajar os crentes a suportar dificuldades, disciplina e desafios em sua jornada espiritual.

O capítulo começa encorajando os crentes a fixarem seus olhos em Jesus, o pioneiro e consumador da fé. Ele suportou a cruz e a vergonha, dando exemplo de perseverança e fidelidade. O autor exorta os leitores a considerar a perseverança de Jesus para evitar o cansaço e o desânimo em suas próprias lutas.

O autor compara a disciplina de Deus à de um pai amoroso que corrige e treina Seus filhos para o bem deles. Essa disciplina é evidência do cuidado e relacionamento de Deus com os crentes. O capítulo enfatiza que a disciplina de Deus produz justiça e paz naqueles que são treinados por ela.

O autor encoraja os crentes a buscar a paz e a santidade, buscando a santificação e evitando a amargura ou a impiedade. Ele os exorta a evitar serem sexualmente imorais ou mundanos como Esaú, que trocou seu direito de primogenitura por uma única refeição.

O capítulo compara as provações e desafios atuais a um abalo que acabará por resultar em um reino inabalável. Os crentes são instados a serem gratos por receber um reino que não pode ser abalado e a oferecer adoração a Deus que seja agradável e aceitável.

O capítulo termina encorajando os crentes a perseverar, fortalecer suas mãos e joelhos e fazer caminhos retos para seus pés. Eles são chamados a buscar a paz e a santidade, evitar a amargura e manter um coração cheio de graça.

Em termos gerais, Hebreus 12 encoraja os crentes a perseverar em sua fé, fixando os olhos em Jesus e considerando Sua perseverança. Enfatiza a disciplina amorosa de Deus e a busca da paz e da santidade. O capítulo enfatiza a ideia de que os desafios atuais são temporários em comparação com o reino inabalável que os crentes herdarão. Chama os crentes a perseverar, abraçar a disciplina e manter um coração cheio de graça em sua jornada de fé.

Comentário de Hebreus 12

Hebreus 12:1 Tão grande nuvem de testemunhas se refere às pessoas de fé mencionadas no capítulo II. Não são meros espectadores; são testemunhas comprovando a verdade da fé (Hb 11.2, 4-6). Embaraço é todo e qualquer empecilho que nos impeça de crer.

Hebreus 12:2 “Olhando”, aqui, significa fixando os olhos de forma confiante. Precisamos concentrar-nos de forma constante em Cristo, em lugar de nas circunstâncias. “Consumador”. Cristo fez tudo o que foi necessário para que ganhássemos fé e nela permanecêssemos. É Ele nosso exemplo e modelo, porque se concentrou no gozo que lhe estava proposto. Sua atenção não estava enfocada na agonia da cruz que o esperava, mas na vitória sobre o mal, para glória do Pai; não no sofrimento, mas na salvação que iria propiciar à humanidade e na recompensa que isso traria para todos. Assentou-se. Jesus está à destra do trono do Pai, para, ao final, vir a ser entronizado também (Ap 3.21).

Hebreus 12:3 Considerar envolve a ideia de ponderar, como, por exemplo, um contador que compara e pondera sobre as várias colunas numéricas em um balanço. Os cristãos deveriam ponderar, comparando seus sofrimentos às torturas que Cristo suportou por nossa causa (v. 4).

Hebreus 12:4 Ainda não resististes até ao sangue. Cristo derramara por todos o Seu sangue (v. 3); mas a comunidade judaica que o havia aceito, e que recebeu a Epístola aos Hebreus, ainda não havia sofrido perseguição mortal.

Hebreus 12:5-11 Cristãos são filhos adotados de Deus mediante o sumo sacerdócio de Cristo, o Filho eterno. Os pecadores nos perseguem para fazer o mal (v. 3). Mas Deus transforma tal perseguição em correção Sua disciplina paternal própria, que nos ensina a tornar-nos como Jesus.

Hebreus 12:5, 6 Provérbios 3.11, 12 ensina que a disciplina divina demonstra o amor divino. “Açoites” significa chicotadas, aqui usado metaforicamente para designar punição. No contexto destes versículos, a disciplina inclui a perseguição (v. 3, 4).

Hebreus 12:7 “Que filho há”. Os filhos são disciplinados por causa do amor de seus pais. Têm de aceitar e aprender pela disciplina paterna. Da mesma maneira, Deus nos disciplina porque nos ama como Pai e quer que sejamos perfeitos.

Hebreus 12:8 Nas sociedades antigas, geralmente o filho bastardo, ou ilegítimo, não tinha direito à herança. Sem sofrer disciplina (literalmente, educação infantil), os crentes não poderão ser considerados filhos legítimos, mas sim bastardos, no sentido de que não serão como o Pai (Hb 2.10). Não irão, portanto, receber herança nem recompensa (Hb 1.14) no Reino.

Hebreus 12:9 Os cristãos devem não só receber disciplina de Deus, mas estar sujeitos inteiramente ao Pai celestial.

Hebreus 12:10, 11 Para nosso proveito. Embora os pais disciplinem os filhos como acham melhor, Deus nos disciplina tendo em vista todo o nosso bem. A cada experiência, Deus nos molda como povo santo, separado para os Seus bons propósitos (Hb 12:14; 10.10). Fruto pacífico de justiça indica que o resultado da correção de Deus é paz e justiça.

Hebreus 12:12, 13 Tomando emprestada a linguagem de Isaías 35.3, o autor adverte seus leitores a renovar suas forças para que possam suportar a carreira da fé (v. 1).

Hebreus 12:14 “Ver” às vezes significa, como aqui, estar na presença do Senhor. Daí se deduz que sem santificação não se pode permanecer em Sua santa presença. Na verdade, até Satanás chega diante de Deus (Jó 1), e um dia todos dobrarão seus joelhos diante do Senhor (Fp 2.10, 11). Mas o versículo fala em santidade querendo significar que a retidão prática determina a percepção de uma pessoa. Tal retidão nesta vida nos permite ver o Senhor agora (Gn 32.30; Êx 24.9-11).

Hebreus 12:15-17 O crente que segue a paz e a retidão prática (v. 14) deve ter cuidado com três perigos: (1) o de se privar da graça de Deus isto é, recusar a graciosa oferta de Cristo da salvação e Sua provisão para suas necessidades (Hb 4.16); (2) permitir que uma raiz de amargura brote no seu coração ou na sua congregação talvez permitindo idólatras na igreja (Dt 29.18); (3) tornar-se descrente ou sexualmente imoral. Esaú exemplifica aqueles que são descrentes. De acordo com a lei, o filho mais velho receberia uma herança em dobro (Dt 21.17). Esaú perdeu sua herança, que incluía as promessas preciosas de Deus, ao desprezá-la e trocá-la por um prato de lentilhas, por valorizar muito mais o prazer físico pela comida (Gn 25.34).

Hebreus 12:18-24 Nestes versículos, o autor de Hebreus contrasta o concerto feito mediante Moisés com o novo concerto [ou nova aliança], comparando dois montes: o Sinai e o Sião. No monte Sinai, os israelitas receberam a lei da parte de Deus, com temor e tremor, porque Deus lhes revelava então Seu maravilhoso poder (Êx 19.1020.26). Já os cristãos chegam à Jerusalém celestial, no monte Sião, por meio do sangue de Jesus. Este monte é uma verdadeira celebração de Deus Santíssimo, com a presença de anjos e justos. O autor torna vívido o contraste entre os dois concertos, para, mais uma vez, exortar seus leitores a não rejeitarem a salvação oferecida por Cristo (v. 25-29).

Hebreus 12:23 No Antigo Testamento, os primogênitos recebiam a herança em dobro (Dt 21.17). São estes os herdeiros das promessas, que estarão no céu aguardando o Reino (Hb 1.14) Justos aperfeiçoados se refere aos crentes que já deixaram esta vida. São justos porque foram justificados, e perfeitos porque, agora, são completos no céu.

Hebreus 12:24 O sangue de Abel clamou por vingança (Gn 4.10); o de Cristo fala de redenção.

Hebreus 12:25 Aquele que é dos céus é, naturalmente, Cristo, que advertiu na terra e agora está junto ao Pai. “Muito menos nós”. Quanto maior a revelação, maior a responsabilidade (Hb 2.1-4). Se os israelitas foram sentenciados por não acreditarem nas promessas de Deus (Nm 14.20-25), muito mais o seremos por incredulidade.

Hebreus 12:26-28 A terra tremeu no monte Sinai. A terra e o céu tremerão nos últimos dias (Mt 24.29). Mas o Reino de Deus não se abalará, porque durará por toda a eternidade (Lc 18.29).

Hebreus 12:29 O nosso Deus é um fogo consumidor. O autor conclui sua longa advertência àqueles tentados a abandonar a fé (Hb 2.1 12:29) com uma descrição vívida do juízo de Deus (Dt 4.24). O Senhor julgará Seu povo (Hb 10.27, 30).

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