Estudo sobre Romanos 1:6-7

Romanos 1:6-7

Dessa tarefa Paulo deriva o direito de dirigir-se também aos romanos: de cujo número sois também vós. Segundo o esquema da carta, ele chega agora à indicação dos destinatários. O v. 7 os cita com todas as circunstâncias: A todos os amados de Deus, que estais em Roma, a saber, que assim como ele próprio (v. 1) são chamados para serdes de Jesus Cristo. Contudo, isso é agora aprofundado: Eles são amados de Deus, como Israel é incessantemente chamado no Deuteronômio, de forma clássica em Dt 7.7,8. É para formar esse povo de Deus que eles foram chamados. O amor de Deus se mostrou como purificador na morte propiciatória de Cristo. Por meio dela eles se tornam “capazes para Deus”. “Santos”, diz a Bíblia[1], ou seja, chamados para serdes santos.

Finalmente, Paulo arremata que os romanos são para ele igreja em sentido pleno, abençoando-os, da mesma maneira como costuma fazer regularmente nas aberturas das cartas às igrejas fundadas por ele próprio. Assim, tudo o que se segue é discurso de bênção: graça a vós outros e paz, da parte de Deus, nosso Pai, e do Senhor Jesus Cristo. Por meio dessa proclamação, eles são entregues à graça divina, num processo que vem de Deus, passa por Cristo e chega aos apóstolos. A saudação da graça se contrapõe à palavra de maldição. Enquanto esta última significa, com Mt 25.41: “Apartai-vos de mim!”, a primeira tem o sentido básico de “o Senhor é contigo!”, de acordo com Lc 1.28. À declaração de tal comunhão com Deus acrescenta-se de modo significativo: “e paz!” Trazendo atrás de si o termo hebraico shalom, um rico conteúdo reside nessa palavra. Retirados da história da maldição, desdobra-se diante deles de forma promissora um vasto campo: ser restaurado, bem-estar em todas as dimensões, plenitude exultante de vida.

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Romanos 1:6-7


[1] Nesse contexto santidade é a expressão de que podem estar junto de Deus, não de sua condição moral, apesar de ser natural que a santidade se mostre frutífera.