Gálatas 4 — Comentário Devocional

Gálatas 4

Gálatas 4 continua a fornecer informações valiosas e aplicações de vida para os cristãos. Aqui estão algumas conclusões importantes de Gálatas 4:

1. Adoção como Filhos e Filhas:
Neste capítulo, Paulo discute como os crentes foram adotados como filhos e filhas de Deus através da fé em Cristo. Esta imagem poderosa nos lembra da intimidade do nosso relacionamento com Deus. Já não somos escravos do pecado, mas filhos amados do Pai. Esta verdade deve levar-nos a viver com confiança e segurança na nossa identidade como filhos de Deus.

2. Liberdade da escravidão:
Paulo usa a analogia da escravidão e da liberdade para ilustrar a diferença entre viver sob a lei e viver em Cristo. Como cristãos, somos chamados a viver na liberdade que Cristo nos proporcionou, e não na escravidão do legalismo ou de rituais religiosos. Isto nos encoraja a abandonar as tendências legalistas e a abraçar a liberdade que temos em Cristo.

3. A Obra do Espírito Santo:
Gálatas 4 destaca o papel do Espírito Santo na vida de um crente. O Espírito nos ajuda a clamar a Deus como nosso Pai e nos capacita a viver uma vida agradável a Deus. Devemos confiar na orientação e capacitação do Espírito Santo em nossa caminhada diária com Cristo.

4. Evitando o Retorno ao Legalismo:
Paulo expressa preocupação com o fato de os gálatas estarem retornando às práticas legalistas. Isto serve como um aviso para não revertermos ao legalismo em nossa fé. Devemos evitar confiar em regras e regulamentos para a nossa justiça, mantendo em vez disso um relacionamento baseado na fé com Deus através de Jesus Cristo.

5. Compreendendo o Contexto Histórico:
Compreender o contexto histórico da lei e a sua relação com a fé pode ajudar-nos a aplicar eficazmente os ensinamentos de Gálatas 4. Lembra-nos que o Cristianismo não é apenas uma extensão do Judaísmo, mas uma relação de nova aliança com Deus através de Cristo.

6. Abraçando o Tempo de Deus:
Paulo menciona que Deus enviou Seu Filho na hora certa. Isso nos ensina a importância do tempo de Deus em nossas vidas. Às vezes, podemos ficar impacientes ou ansiosos com certas circunstâncias, mas confiar no tempo de Deus é essencial para a nossa fé e crescimento.

7. Relacionar-se com os outros com compaixão:
O capítulo fala sobre a preocupação de Paulo com os gálatas, mesmo em meio à sua confusão. Isso nos incentiva a nos relacionarmos com nossos irmãos cristãos com compaixão, entendendo que eles podem passar por períodos de luta espiritual e confusão. Devemos oferecer apoio e orientação no amor.

Gálatas 4 enfatiza a liberdade, adoção e capacitação que os crentes têm através da fé em Cristo. Adverte contra o regresso ao legalismo e encoraja-nos a viver como filhos amados de Deus, confiando na orientação do Espírito Santo e abraçando o tempo de Deus nas nossas vidas. Estes princípios podem moldar a nossa caminhada diária com Cristo e as nossas relações com outras pessoas na comunidade cristã.

Devocional

4.3-7 Paulo usa o exemplo da escravidão para mostrar que, antes da vinda de Cristo ã terra e de sua morte pelos nossos pecados, as pessoas estavam obrigadas a cumprir a lei. Pensando que pudessem ser salvas por dela, tornaram-se escravas na tentativa — malsucedida de obedecê-la. Mas nós, que antes éramos escravos, somos agora os verdadeiros filhos de Deus e temos com Ele um íntimo relacionamento. Por causa de Cristo, não existe mais razão para temermos a Deus; podemos nos apresentar corajosamente em sua presença sabendo que Ele nos receberá carinhosamente como membros de sua família.

4.4 “Vindo a plenitude dos tempos”. Deus enviou Jesus à terra para morrer pelos nossos pecados. Durante séculos, os judeus haviam estado imaginando quando seu Messias iria chegar, mas o cronograma de Deus era perfeito. Podemos, às vezes, imaginar se Ele responderá às nossas orações. Mas jamais de vemos duvidar do Senhor ou desistir de ter esperança. Ele nos responderá em seu devido tempo. Será que você está esperando pelo tempo de Deus? Confie em sua decisão, pois Ele tem em mente o que há de melhor para você.

4.4, 5 Jesus nasceu de uma mulher - logo, Ele era humano. Ele nasceu como judeu — e estava sujeito às leis de Deus, as quais cumpriu com perfeição. Portanto, Jesus representava o perfeito sacrifício porque, embora fosse plenamente humano, nunca pecou. Sua morte trouxe-nos a liberdade, pois éramos escravos do pecado, para que pudéssemos ser adotados, passando a fazer parte da família de Deus.

4.5-7 Sob a lei romana, o filho adotado tinha a garantia de plenos direitos à propriedade de seu pai, mesmo que anteriormente tivesse sido um escravo. Ele não seria um filho de segunda classe, mas igual a todos os outros, biológicos ou adotados, na família de seu pai. Como filhos adotados de Deus, participamos com Jesus de todos os direitos aos recursos divinos. Como seus herdeiros, podemos reivindicar aquilo que Ele nos proporcionou - nossa total identidade como seus filhos (ver Rm 8.15-17).

4.13, 14 A fraqueza de Paulo era uma doença que ele suportava enquanto visitava as igrejas da Galácia. Muitas vozes, o mundo é insensível ã dor e à miséria das pessoas. Paulo elogiou os gálatas por não o terem desprezado, embora seu estado fosse uma provação para eles (ele não explica o que havia de errado). Esse cuidado é o que Jesus menciona quando nos conclama a servir aos desabrigados, famintos, doentes e encarcerados como se estivéssemos servindo a Ele próprio (Mt 25.34 40). Será que você evita aqueles que estão sofrendo ou enfrentando dificuldades, ou está disposto a cuidar deles como se tossem o próprio Senhor Jesus Cristo?

4.15 Você perdeu a alegria? Paulo percebeu que os gálatas haviam perdido a alegria da salvação por causa do legalismo. Ser legalista pode resultar em tristeza porque (1) faz as pessoas se sentirem culpadas em vez de amadas: (2) produz rejeição em vez de arrependimento; (3) enfatiza o desempenho em vez do relacionamento e (4) enfoca o erro, não a obra que Cristo fez por nós. Se você se sente culpado ou deslocado, verifique o seu enfoque. Será que está vivendo pela fé em Cristo ou tentando viver de acordo com as exigências e expectativas das outras pessoas?

4.16 Paulo não alcançou grande popularidade quando recriminou os gálatas por terem se afastado de sua primeira fé em Cristo. A natureza humana não mudou muito — ainda nos aborrecemos quando somos repreendidos. Mas não desconsidere as pessoas que o estão desafiando. Pode haver alguma verdade no que dizem. Receba suas palavras com humildade e. cuidadosamente, procure analisá-las. Se descobrir que precisa mudar seus atos ou sua atitude, tome as medidas necessárias.

4.17 Os falsos mestres afirmavam ser autoridades em assuntos de religião e especialistas em judaísmo e cristianismo. Apelando para a vontade dos crentes de fazer o que achavam direito, conseguiram reunir muitos seguidores. Entretanto, Paulo disse que estavam errados e que seus motivos eram egoístas. Muitas vezes, os falsos mestres podem ser respeitáveis e persuasivos. É por essa razão que todo ensino deve ser conferido com a Bíblia.

4.19 Paulo guiou muitas pessoas a Cristo e ajudou-as a amadurecer espiritualmente. Talvez uma das razões de seu sucesso tenha sido a preocupação que sentia por seus filhos espirituais. Ele comparava a dor da infidelidade ã dor do nascimento. Devemos ter esse mesmo intenso cuidado. Ao levar pessoas a Cristo, lembre-se de permanecer ao seu lado para ajudá-las acrescer.

4.21ss As pessoas são salvas por causa de sua fé em Cristo, e não pelo que fazem. Paulo estabelecia o contraste entre aqueles que são escravos da lei (representados por Agar, a esposa es crava) e os que foram libertos dela (representados por Sara uma mulher livre). O desprezo que Sara recebeu de Agar (Gn 16.4) era semelhante à perseguição que os cristãos gentios estavam sofrendo por parte dos judaizantes, que insistiam em que obedecessem à lei para que fossem salvos. No final, Sara venceu, porque Deus manteve a promessa de lhe dar um filho. Aqueles que adoram a Cristo na fé também triunfarão.

4.24 Paulo explicou que aquilo que havia acontecido entre Sara e Agar era uma alegoria ou um retrato do relacionamento entre Deus e o povo. Paulo estava usando um tipo de argumento que era muito comum em sua época e que provavelmente também estava sendo usado contra ele pelos seus adversários.