1 Coríntios 1 — Comentário Devocional

1 Coríntios 1

1 Coríntios 1:18-31 oferece diversas lições de aplicação à vida que são relevantes para indivíduos que buscam orientação em suas vidas diárias. Nesta passagem, o apóstolo Paulo discute a sabedoria do mundo versus a sabedoria de Deus, enfatizando a importância de confiar na sabedoria de Deus e não na sabedoria humana. Aqui estão algumas aplicações para a vida desta passagem:

1. A Loucura da Cruz: Paulo destaca a aparente loucura da mensagem da cruz. Num mundo que valoriza o poder, o prestígio e a sabedoria humana, a mensagem de um Salvador crucificado pode parecer tola. A aplicação para a vida aqui é lembrar que os caminhos de Deus muitas vezes vão contra a sabedoria do mundo. Abrace a “loucura” da cruz vivendo uma vida de humildade, amor sacrificial e fé em Cristo.

2. Humildade: Paulo sublinha a importância da humildade quando diz que Deus escolheu as coisas fracas e loucas do mundo para envergonhar os sábios e os fortes. Abrace a humildade em sua vida, reconhecendo suas próprias limitações e fraquezas, e confie na força e na sabedoria de Deus, e não na sua.

3. Unidade em Cristo: Paulo aborda as divisões na igreja de Corinto. A aplicação da vida é buscar a unidade dentro do corpo dos crentes. Evite divisões, discussões e atitudes de orgulho desnecessárias. Em vez disso, lute pela unidade na fé, lembrando que todos fazemos parte do mesmo corpo de Cristo.

4. Gloriar-se no Senhor: Em vez de gloriar-se em sua própria sabedoria ou realizações, glorie-se no Senhor. Reconheça que todas as coisas boas vêm de Deus e dê-Lhe a glória. Essa atitude de humildade e gratidão pode levar a uma vida mais significativa e com propósito.

5. Busque a sabedoria de Deus: Em um mundo cheio de filosofias e ideologias concorrentes, busque a sabedoria de Deus através da oração, da leitura da Bíblia e da orientação de crentes maduros. Tome decisões baseadas em princípios bíblicos, em vez de confiar apenas na sabedoria humana.

6. A Escolha e o Chamado de Deus: Reconheça que Deus escolheu e chamou você para um propósito específico. Confie no plano Dele para a sua vida, mesmo que ele não esteja alinhado com as expectativas do mundo. Deus muitas vezes usa os fracos e improváveis para cumprir Seus propósitos.

7. Evitar a arrogância: Proteja-se contra a arrogância e o orgulho, que podem levar à divisão e ao conflito. Em vez disso, cultive um espírito de amor, humildade e gentileza em suas interações com os outros.

8. A Fonte Suprema de Sabedoria: Entenda que a verdadeira sabedoria vem de Deus. Procure crescer em sua compreensão de Sua Palavra e de Seus caminhos. Quando confrontado com decisões ou desafios difíceis, volte-se para Deus em busca de orientação e confie que Sua sabedoria ultrapassa a compreensão humana.

No geral, 1 Coríntios 1:18-31 nos encoraja a viver de forma contracultural, abraçando a “loucura” da cruz, praticando a humildade, buscando a unidade e confiando na sabedoria de Deus em todos os aspectos de nossas vidas. Lembra-nos que a nossa identidade e propósito são encontrados em Cristo, não na sabedoria do mundo.

Devocional

1.1 Paulo escreveu esta carta à igreja de Corinto enquanto visitava Éfeso, durante sua terceira viagem missionária (At 19.1; 20.1). Corinto e Éfeso ficavam uma em frente à outra, separadas pelo mar Egeu. Paulo conhecia bem a igreja de Corinto porque havia passado 18 meses naquela cidade durante sua segunda viagem missionaria (At 18.1-18). Enquanto estava em Éfeso, ouviu falar a respeito dos problemas de Corinto (1.11). Naquele mesmo tempo, uma delegação da igreja coríntia visitou Paulo a fim de pedir-lhe conselho para solução de conflitos (16.17). O propósito de Paulo ao escrever era corrigir aqueles problemas e responder ás perguntas que os membros da igreja lhe fizeram em uma carta anterior (7.1).

Paulo havia recebido um chamado especial de Deus para pregar sobre Jesus Cristo. Cada cristão tem um trabalho a fazer, um papel a desempenhar ou uma contribuição a dar. Uma tarefa pode parecer mais grandiosa do que outra. No entanto, todas são necessárias para a execução dos planos de Deus para a Igreja e o mundo (12.12-27). Esteja disponível, colocando os dons que o Senhor lhe deu a seu serviço. Então, quando você descobrir para que Ele o chamou, esteja pronto.

Sóstenes pode ter sido o secretário (amanuense) que escreveu esta carta enquanto Paulo ditava. Provavelmente, ele era o líder da sinagoga judaica em Corinto (At 18.17); foi espancado durante um ataque a Paulo. Mais tarde, ele se tornou crente. Sóstenes era muito conhecido pelos membros da igreja coríntia. Por isso, Paulo incluiu o nome dele na abertura da carta.

1.2 Corinto, um gigante centro cultural com uma grande diversidade de riqueza, religiões e padrões morais, tinha uma reputação de ser extremamente independente e tão decadente quanto qualquer cidade no mundo. Os romanos destruíram Corinto em 146 a.C. depois de uma rebelião. Mas em 46 a.C. o imperador romano Júlio César a reconstruiu por causa de seu porto estratégico. Na época de Paulo (50 d.C.), os romanos fizeram de Corinto a capital da Acaia (atual Grécia). Era uma cidade grande, que oferecia a Roma grande lucros provenientes do comércio corno também a proteção militar de seus portos. Mas a prosperidade da cidade tornou-a passível de todos os tipos de corrupção. A idolatria floresceu. Existia, ainda, mais de uma dúzia de templos pagãos empregando pelo menos mil prostitutas. Em junção da reputação de Corinto, até as prostitutas de outras cidades passaram a ser chamadas de “meninas coríntias”.

Um convite pessoal faz uma pessoa sentir-se querida e bem-vinda. Somos ‘santificados em Cristo Jesus, chamados santos”. Deus nos convida pessoalmente para sermos cidadãos de seu Remo eterno. Jesus Cristo, o Filho de Deus, é o único que pode levar-nos a esse Reino glorioso porque Ele é o único que remove nossos pecados. O termo “santificados” significa que somos escolhidos ou separados por Cristo para a sua obra. Aceitamos o convite de Deus ao aceitar seu filho Jesus Cristo e confiar na obra que Ele realizou na cruz para perdoar os nossos pecados.

Esta carta provavelmente não ora de caráter particular; pode ter circulado em outras igrejas das cidades próximas. Embora lide com questões específicas enfrentadas pela igreja de Corinto, todos os crentes podem aprender valiosas lições ao lê-la. A igreja coríntia incluía uma grande variedade de crentes — comerciantes ricos, operários comuns, antigas prostitutas dos templos pagãos e famílias de classe média. Por causa da ampla diversidade de pessoas. Paulo destacou a necessidade da unidade espiritual e de se ter um caráter semelhante ao de Cristo.

1.3 A graça é o dom da salvação de Deus que nos foi dado em Cristo. Recebê-lo nos traz a paz (ver Rm 5.1). Em um mundo de barulho, confusão e pressões constantes, as pessoas anseiam pela paz. Muitos desistem dessa busca, considerando ser impossível encontrá-la. Mas a verdadeira paz do coração e da mente está disponível a nós por meio da fé em Jesus Cristo.

1.4-6
Nesta carta, Paulo escreveu algumas palavras fortes para os coríntios, mas começou com uma nota positiva de ação de graças. Afirmou seu privilégio de pertencer ao Senhor e de receber seus generosos dons: o poder de falar por Ele e entender sua verdade. Ao corrigir as pessoas, é útil começar a ir contra o que Deus já realizou na vida delas.

1.7 Os membros da igreja de Corinto tinham todos os dons espirituais de que precisavam para viver a vida cristã, testemunhar a favor de Cristo e posicionar-se contra o paganismo e a imoralidade de Corinto. Mas, em vez de usar o que Deus lhes deu, estavam discutindo a respeito de quais dons eram mais importantes. Paulo tratou mais profundamente desse assunto nos caps. 12—14.

1.7-9 Paulo garantiu aos crentes coríntios que Deus deveria achá-los “irrepreensíveis” por ocasião da volta de Cristo (ver Ff 1.7-10). Essa garantia não se devia a seus grandes dons ou a seu brilhante desempenho, mas ao que Jesus Cristo realizou por eles por meio de sua morte e ressurreição. Todos os que receberam o Senhor Jesus como seu Salvador e vivem submissos ao seu senhorio serão considerados inocentes quando Ele voltar (ver 1 Ts 3.13: Hb 9.28). Se tiver fé em Cristo, ainda que seja pouca ou fraca, você está e será salvo.

1.10 Paulo fundou a igreja de Corinto em sua segunda viagem missionaria. Dezoito meses depois de partir, surgiram argumentos e divisões, e alguns membros da igreja voltaram ao seu antigo estilo de vida imoral. Paulo escreveu esta carta para tratar dos problemas e esclarecer a confusão acerca do que era certo e errado de forma que a imoralidade fosse removida daquele meio. O povo coríntio tinha fama de seguir modas passageiras. E Paulo queria impedir que o cristianismo se degenerasse como outra moda passageira

1.10 Ao dizer “irmãos”, Paulo enfatizou que todos os cristãos fazem parte da família de Deus. Os crentes compartilham uma união mais profunda do que a existente entre irmãos de sangue.

1.10, 11 A exortação “digais todos uma mesma coisa e que não haja entre vós dissensões: antes, sejais unidos, em um mesmo sentido e em um mesmo parecer” não exige que todos pensem exatamente do mesmo modo. Existe uma grande diferença entre ter pontos de vista diferentes e ser alguém que promova divisões. Um grupo de pessoas não concordará totalmente em todas as questões, mas todos podem trabalhar juntos harmoniosamente se concordarem naquilo que é verdadeiramente importante: Jesus Cristo é o Senhor de todos. Em sua igreja, fale e se comporte de modo a reduzir os conflitos e aumentar a harmonia. As diferenças nunca devem ser motivo para dividir os cristãos.

1.12ss Nesta grande e diversa igreja de Corinto, os crentes tinham predileções por diferentes pregadores. Como o NT ainda não havia sido escrito, os crentes dependiam muito da pregação e do ensino para a compreensão espiritual do significado do AT. Alguns seguiam Paulo, que havia fundado sua igreja; outros, que tinham ouvido Pedro em Jerusalém, seguiam-no; e ainda outros ouviam somente Apoio, um eloquente e popular pregador que teve um ministério dinâmico em Corinto (At 18.24; 19.1). Embora esses três pregadores tivessem uma mensagem em comum, suas personalidades atraiam pessoas diferentes. Naquele momento, a igreja corria o risco de divisão. Mencionando Jesus Cristo dez vezes nos primeiros dez versos, Paulo deixou claro quem todos os pregadores e ensinadores deveriam enfatizar. A mensagem de Deus é muito mais importante do que qualquer mensageiro humano.

1.12, 13 Paulo perguntava se as disputas dos coríntios haviam “dividido” Cristo. Esse é um retrato do que acontece quando a Igreja (o corpo de Cristo) é dividida. Com as muitas igrejas e estilos de adoração disponíveis hoje, é fácil alguém dizer: “Meu pastor é melhor que o seu!” Fazê-lo seria como dividir Cristo novamente. Mas Cristo não está dividido. Seus verdadeiros seguidores também não devem permitir que nada os divida. Não deixe que sua predileção por qualquer ensinador, pregador ou autor o leve ao orgulho. Devemos ser sempre fiéis a Cristo, buscando a unidade que Ele deseja para o seu povo.

1.17 Ao dizer que Cristo não o havia enviado para batizar, Paulo não estava minimizando a importância do batismo. Este foi ordenado pelo próprio Jesus (Mt 28.19) e praticado pela Igreja Primitiva (At 2.41). Paulo estava enfatizando que nenhuma pessoa deve fazer tudo sozinha. O dom de Paulo era pregar. E foi isso que ele fez. O ministério cristão deve ser um trabalho de equipe. Nenhum pregador ou ensinador é um perfeito mediador entre Deus e o povo. E nenhum indivíduo pode fazer tudo o que os apóstolos fizeram. Devemos estar satisfeitos por servir com os dons que Deus nos deu e executar seu plano de todo o nosso coração (para mais informações a respeito dos diferentes dons, ver os caps. 12 e 13).

Alguns oradores usam palavras impressionantes, porém com conteúdo fraco. Paulo enfatizou o conteúdo sólido e a ajuda prática. Ele queria que seus ouvintes ficassem impressionados com sua mensagem, o não apenas com seu estile (ver 2.1-5). Você não precisa ser um grande orador com um amplo vocabulário para compartilhar as Boas Novas de forma eficaz. O poder persuasivo está na história, e não naquele que a conta. Paulo não era contra aqueles que preparavam cuidadosamente seu discurso (ver 2.6), mas contra aqueles que tentavam impressionar os outros por seu conhecimento ou habilidade de oratória.

1.19 Paulo resumiu Isaías 29.14 para enfatizar uma questão que Jesus frequentemente apontava: a maneira de pensar de Deus não é como a do mundo, como a sabedoria humana normal. E Deus oferece a vida eterna, que o mundo jamais poderá dar. Podemos passar a vida toda acumulando sabedoria e ainda assim nunca aprender a ter um relacionamento pessoal com Deus. Devemos nos voltar para o Cristo crucificado e ressurreto para receber a vida eterna e a alegria de um relacionamento pessoal com o nosso Salvador.

1.22-24 Muitos judeus consideravam as boas novas de Jesus Cristo uma tolice, porque pensavam que o Messias seria um rei conquistador, acompanhado por sinais e milagres. Jesus não restaurou o trono de Davi como esperavam. Além disso, foi executado como um criminoso. Como poderia ser o Salvador? Os gregos também consideravam as Boas Novas uma tolice: não criam na ressurreição, não viam cm Jesus as poderosas características de seus deuses mitológicos e pensavam que nenhuma pessoa respeitável seria crucificada. Para eles, a morte era a derrota, não a vitória. O evangelho de Jesus Cristo ainda parece tolice para muitos. Nossa sociedade venera o poder, a influência e a riqueza. Jesus veio ao mundo como um servo humilde e pobre. Ele oferece seu Reino àqueles que têm fé, e não aos que fazem todos os tipos de boas ações para tentar alcançar a salvação. Isso pode parecer tolice para o mundo, mas Cristo é o poder de Deus, o único meio pelo qual podemos ser salvos. Conhecer a Cristo pessoalmente é a maior sabedoria que alguém pode vir a ter.

1.25 A mensagem da morte de Cristo para remissão dos pecados parece sem sentido para aqueles que não creem. A morte parece ser o fim da estrada, a fraqueza maior. Mas Jesus não permaneceu morto. Sua ressurreição demonstrou seu poder sobre a morte. E Ele nos salvará da morte eterna e nos dará a vida eterna se confiarmos nEle como Salvador e Senhor Isso parece tão simples que muitas pessoas não aceitam. Tentam outros caminhos para obter a vida eterna (sendo bons, sábios, etc.). Mas todas as suas tentativas são vás. As “pessoas tolas” que simplesmente aceitam a oferta de Cristo são, na verdade, as mais sábias, porque somente elas viverão eternamente com Deus.

1.27 O cristianismo é contra o pensamento racional? Os cristãos usam sua mente para avaliar as evidências e fazer escolhas sábias. Paulo declarou que nenhum tipo de conhecimento humano pode substituir ou ultrapassar a obra de Cristo na cruz. Se pudesse, Cristo somente seria acessível aos intelectualmente talentosos e cultos, e não as pessoas comuns e ás crianças.

1.28-31 Paulo continuou a enfatizar que o caminho para receber a salvação é tão simples que qualquer pessoa que quiser pode compreendê-lo. A habilidade e a sabedoria não fazem com que uma pessoa entre no Reino de Deus a fé o faz. Então ninguém pode gabar-se de que suas realizações pessoais o ajudaram a assegurar a vida eterna. A salvação pertence totalmente a Deus por meio da morte de Jesus. Não há o que possamos fazer para ganhar nossa salvação; precisamos apenas aceitar o que Jesus já fez por nós.

1.30 Deus é nossa fonte e a razão de nosso relacionamento pessoal com Cristo. Nossa união e identificação com Cristo nos traz a sabedoria de Deus (Cl 2.3), tornando-nos aceitáveis a Ele (2 Co 5.21), puros (1 Ts 4.3-7) e tendo a penalidade por nossos pecados paga por Jesus (Mc 10.45).

Índice: 1 Coríntios 1 1 Coríntios 2 1 Coríntios 3 1 Coríntios 4 1 Coríntios 5 1 Coríntios 6 1 Coríntios 7 1 Coríntios 8 1 Coríntios 9 1 Coríntios 10 1 Coríntios 11 1 Coríntios 12 1 Coríntios 13 1 Coríntios 14 1 Coríntios 15