Estudo sobre Apocalipse 5:4
Estudo sobre Apocalipse 5:4
Apocalipse 5:4
“Ninguém é digno!” poderia ser uma constatação não cristã. Com perniciosa satisfação poder-se-ia apontar as insuficiências. Contudo, o que se está expressando é um espírito totalmente diferente. E eu chorava muito, porque ninguém foi achado digno de abrir o livro, nem mesmo de olhar para ele (“para dentro dele”). O intenso lamento do ser humano João, que chora por todas as pessoas, ecoa na terrível ausência de resposta. Ele se torna consciente da maldição sobre a história. Como é pequena a transformação em comparação com tanto esforço, pressão e calor, tanto sangue, dor e lágrimas. Que círculo vicioso absurdo de luta e rendição, vitória e derrota, ajuntar e perder, abraçar e bater, viver e morrer. Apesar de tantos acontecimentos na verdade nada acontece, apenas o antigo recomeça do princípio, porque não se espera nada da parte de Deus. Será que isto sempre continuará assim? Consistiria a história de um eterno emaranhado de frases promissoras e decepções, ou de súplicas e maldições? Neste silêncio João chora muito em vista da pergunta pelo sentido. Aos seus olhos o mundo corre o risco de tornar-se sem Deus, sem sentido e sem controle.
Cristãos sofrem de maneira indizível sob a aflição do mundo e as necessidades do mundo. Seu Deus não se restringe à interioridade, ao coração e à consciência. Ele não renuncia à criação, aos povos e a uma realidade de justiça. Ele não contempla, impassível como os astros, a fome, o sofrimento e a morte, nem permanece impassível enquanto o destino das pessoas escorre por entre seus dedos. Os cristãos, porém, tampouco se devotam a esperanças enganosas. A salvação vem unicamente do Salvador divino.
Continuação...
Apocalipse 5:4