Estudo sobre Romanos 14:15-16

Estudo sobre Romanos 14:15-16

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Romanos 14:15-16

Paulo confirma, portanto, a convicção dos “fortes”, mas não sua atitude, como mostra o trecho todo. Por isso ele volta a referir o v. 13, começando a fundamentar: Se, por causa de comida, o teu irmão se entristece (“prejudicar a fé que seu irmão possui” [vfl])… A causa desse sofrer é indicada de maneira muito genérica com “por causa de comida”. Por causa da comida dele ou da tua? Investiguemos inicialmente a primeira possibilidade. Pressionado autoritariamente pelos fortes na fé, um fraco deixou-se levar a consumir carne, mas com dúvidas. Imediatamente ele sente falta da alegre aceitação de seu Senhor no seu interior. Desfez-se sua paz. Foi privado da sinceridade de sua vida cristã. É flagrante que o ato lhe acarretou um grave dano espiritual. No entanto, é mais plausível supormos a segunda alternativa, visto que Paulo está falando continuamente do comer do forte (especialmente no v. 21). Ou seja, o fraco é perseverante no seu prato de legumes, mas percebe que em meio à maioria forte na fé é como um fora-da-lei (v. 3,10). É precisamente contra isso que Paulo lança a acusação: não andas segundo o amor fraternal, pois o que torna o fraco mais sensível é a falta de aceitação por parte dos irmãos. Talvez a controvérsia entre os grupos seja bastante acalorada, a ponto de as pessoas não o perceberem subjetivamente dessa forma. Mas privar do amor é objetivamente nocivo para nossa existência humana. Falta de amor na igreja entristece o Espírito Santo (Ef 4.30) e a prejudica no seu todo.

Com isso questiona-se simultaneamente a propalada força na fé por parte dos fortes. Quem pratica o que crê, na verdade deveria praticar amor (cf o exposto sobre Rm 12.9), ou ele se encontra numa gritante contradição: não faças perecer aquele a favor de quem Cristo, no qual crês, morreu! Manifesta-se a palavra de advertência de Jesus em Mt 18.6. Quem foi convocado para ser tutor do irmão (Gn 4.9) poderia tornar-se seu destruidor.

A frase seguinte não contém uma interpelação direta a membros da igreja. O estilo impessoal “não seja, pois, vituperado” (“não se torne objeto de maledicência” [nvi]) leva a pensar nas reações de pessoas de fora. Paulo teme um processo que como missionário lhe teria de causar dor. O vosso bem é, aqui como em Rm 8.28 e 10.15, a extraordinária mensagem da salvação confiada aos cristãos, acerca do “senhorio de Deus” (próximo versículo!). Agora, porém, o espírito de condenação perturba toda a vida da igreja, o que é percebido irremediavelmente pelo mundo ao redor. Ainda mais que o conflito interno em torno de “comida e bebida” (novamente no próximo versículo!) não deixa de parecer, para cada gentio normal, algo sem fundamento e ridículo. Repete-se Rm 2.24: “O nome de Deus é blasfemado entre os gentios por causa de vocês” (nvi).

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Romanos 14:15-16