3 João 1 — Significado e Explicação
3 João 1 — Significado e Explicação
1.1-4 — Introdução: a reação de João à caminhada na verdade de Gaio era motivo de alegria
e oração por essa bênção.
1.1 — O apóstolo João é o presbítero, palavra
que pode referir-se a um idoso, um senhor que
merece respeito, ou a um líder eclesiástico. Aqui,
o termo apela à autoridade do escritor na igreja.
Gaio era um nome comum romano. O Gaio, a
quem João escreveu, era um cristão de uma das
igrejas da Ásia Menor. Não se pode dizer ao certo
se esse é o mesmo Gaio de Derbe (a visão tradicional, compare com Atos 20.4), da Macedônia
(Atos 19:29) ou de Corinto (1 Coríntios 1.14; Romanos 16.23).
E bem possível que a visão tradicional tenha razão; ao menos sabemos que Gaio era líder da
igreja, um homem muito hospitaleiro e amigo
querido, talvez convertido por João.
1.2 — Que te vá bem [...] que tenhas saúde,
assim como bem vai a tua alma. A saudação de João
pode deixar implícito que Gaio tinha fraquezas
físicas, embora, espiritualmente, fosse forte. No
entanto, é mais provável que o apóstolo apenas
estivesse seguindo o protocolo de saudação das
cartas gregas.
1.3 — O motivo da oração de João era o testemunho dos outros de que Gaio andava na verdade. Verdade, aqui, refere-se ao conjunto da
verdade transmitido à igreja por intermédio dos
apóstolos e profetas, ou seja, as Escrituras. Gaio
anda conforme a Palavra de Deus, e não segundo
os caminhos do mundo.
1.4 — A expressão meus filhos é utilizada por
Paulo para ele se referir aos que levou a ter fé na
salvação em Cristo (1 Co 4.14-17) e pode indicar
que Gaio foi convertido por João. Também é
possível que seja um termo usado por este apóstolo para descrever quem está sob seus cuidados
pastorais, conforme fica explícito em 1 João 2:1,12,18,28; 3.7,18; 4-4; 5.21. Andam na verdade
significa andar segundo a Palavra de Deus, a revelação de Sua verdade.
1.5-12 — Nestes versículos, João afirma a
responsabilidade de Gaio em ajudar Demétrio
apesar da oposição de Diótrefes e de este homem
ter expulsado aqueles que receberam missionários
em viagem. Na primeira parte desta seção (v. 5-8),
João diz que o apoio de Gaio a pastores itinerantes deve ser contínuo para que ele seja um obreiro irmão na fé. Na última parte da seção (v. 9-11),
o apóstolo promete que o embate de Diótrefes será resolvido por ele quando lá chegar. Enquanto isso, João endossa que Demétrio é um mestre
legítimo e merece abrigo e apoio (v. 12).
1.5 — Procedes fielmente. O apoio de Gaio aos
irmãos, inclusive aos que não conhecia pessoalmente, refletia sua fidelidade ao Senhor. Assim,
ressalta-se a importância em servirmos a Deus
sendo fiéis em nossas responsabilidades dentro de
nossas igrejas locais.
1.6 — Digno para com Deus. Esses irmãos haviam falado a outras pessoas a respeito do ministério de Gaio na vida deles.
1.7 — Aqui, a expressão gentios se refere aos
descrentes, e não aos cristãos gentios. A maioria
dos cristãos nas igrejas da Ásia Menor era convertida gentia, e não judia.
1.8 — Nós nos tornamos cooperadores a serviço do Senhor quando apoiamos os ministérios
de outros, pública e financeiramente. Receber
significa identificar-se publicamente com as
pessoas, recebê-las em nossos lares e atender às
suas necessidades.
1.9 — Tenho escrito. João havia redigido outra
carta, a qual foi extraviada ou, possivelmente,
destruída por Diótrefes, que mantinha estrito
controle sobre a igreja devido a suas ambições
pessoais (1 Pedro 5.1-5). Provavelmente, João escrevera à igreja de Diótrefes pedindo hospitalidade
para os missionários em trânsito, os quais o apóstolo enviara (v. 10), e Diótrefes se recusara a
atender ao pedido de João.
1.10 — Se eu for transmite a ideia de quando
eu for. João pretende ir repreender Diótrefes por
seus atos e exercitar sua autoridade apostólica
para castigá-lo. Trata-se de um alerta semelhante
ao daqueles feitos por Paulo em 2 Coríntios 10.2;
13.1,2. Dentre os pecados de Diótrefes, constavam ataques verbais a João e a seus representantes, bem como oposição ativa aos que queriam
ajudar ministros legítimos.
1.11 — A prova de nosso compromisso com o
Senhor é rejeitar pessoalmente o mal e adotar
uma vida pautada pelo bem. A ideia de alguém
que não tem visto a Deus é melhor explicada em 1
João 3.4-9. A vida que mostramos é reflexo direto do quanto temos visto Deus. Se o víssemos
perfeitamente, nunca pecaríamos. Nosso erro,
contudo, resulta de uma visão distorcida do Altíssimo. Assim sendo, as Escrituras incentivam-nos a olhar para Cristo (2 Co 3.18; 4.16-18; Hb
12.2,3), porque no dia em que o virmos com perfeição, seremos iguais a Ele (1 Jo 3.2,3).
1.12 — Gaio pode confiar no endosso feito por
João a Demétrio, que tem não só boa reputação,
mas também testemunho da mesma verdade. Em
outras palavras, a vida de Demétrio estava de
acordo com os ensinamentos das Escrituras e os
mandamentos de Cristo. Sua conduta coincidia
com sua teologia.
1.13-15 — A concisão da carta reflete que
João tem o plano de falar logo a seguir com Gaio.
O apóstolo encerra a epístola com uma saudação
de paz, característica de cartas gregas. A expressão pelos seus nomes demonstra que, provavelmente, João conhece bem os membros da Igreja e pede
a Gaio que saúde cada um pessoalmente.