Interpretação de Isaías 46 e 47
Interpretação de Isaías 46 e 47
Isaías 46
1-12. A inutilidade
dos ídolos pagãos em contraste com a onipotência de Jeová.
1. Bel (a forma
babilônica do nome Baal). O deus da atmosfera inferior e da terra seca, o
patrono da Babilônia. O seu nome está em Belsazar, que significa Bel,
proteja o rei! Nebo. O neto de Bel (filho de Marduque), o deus das
letras e da educação. Seu nome aparece em Nabucodonosor, significando Nebo,
proteja as fronteiras! As imagens inúteis desses deuses tinham de ser
arrumadas como bagagem sobre os animais de carga dos refugiados caldeus quando
fugiam dos invasores persas. Os pagãos tinham de carregar seus deuses, mas
Jeová carregava e cuidava do Seu povo (v. 3) desde a sua infância como nação, e
assumira cuidar dele até o final de sua carreira nacional (no fim desta
dispensação).
7. Por mais
dispendioso que seja o material, as imagens de escultura são inúteis para
prestar socorro em tempo de verdadeira crise. Mas o Senhor Deus é
ilimitadamente capaz de salvar, pois é diferente de qualquer divindade
conhecida pelas religiões criadas pelos homens.
8-11. Todos os
infiéis e céticos são convidados a enfrentarem a irrefutável evidência objetiva
da profecia divirta e seu cumprimento. Tal como Jeová previna a queda de
Jerusalém, os setenta anos de exílio e o retorno à terra natal, assim tudo
aconteceu, cumprindo a profecia ao pé da letra e demonstrando que as Escrituras
falam a verdade do único Deus verdadeiro.
11. A ave de
rapina e
o homem que executa o conselho de Deus é sem dúvida, Ciro de Ansã,
província da Pérsia.
12, 13. Aqui a ênfase
foi colocada sobre a justa vindicação de Deus pelo Seu povo injustamente
vitimado e oprimido. Isto conduz ao anúncio da justiça da salvação (de acordo
com a qual Deus cumpre as promessas de livramento feitas na aliança para a
descendência de Abraão).
Isaías 47
47:1-7. Esta passagem apresenta uma canção de triunfo sobre a Babilônia subjugada. Derrubada do seu poder imperial, a Babilônia seda reduzida ao estado infeliz de uma escrava semi-nua, moendo farinha com a pedra da mó. O silêncio e as trevas do versículo 5 referem-se à impotência e à obscuridade que passariam a ser suas para sempre. A Babilônia nunca mais readquiria a independência ou o poder imperial (e depois de 539 A. C. ela não o fez nunca mais).
6, 7. O Senhor
explica que Ele permitiria a vitória e o cativeiro caldeu apenas para castigo
de Israel apóstata. Mas os pagãos vitoriosos iriam muito além dos limites da
decência humana em seus selvagens maus tratos dispensados aos prisioneiros.
Além disso, eles fracassariam em reconhecer a justiça divina por trás do
desastre que sobreviria a Judá. Eles imaginavam que agiam com seu próprio poder
como senhores do destino das nações e que estivessem seguros para sempre em sua
posição suprema.
8-11. Jeová
pronuncia uma maldição sobre o humanismo ateu da civilização da Babilônia. A
Babilônia representa a civilização do mundo não regenerado centralizada no
homem: viver em busca do prazer carnal e da luxúria, abjurar a responsabilidade
para com o Deus de justiça e até mesmo – com a auto-confiança da megalomania –
negar totalmente a existência de Deus. A Babilônia da Caldéia (v. 10) combinava
o ateísmo prático do livre pensador com a astrologia, a necromancia e
superstição grosseira. Observe como é moderno o credo do humanismo filosófico:
"Eu sou e não há (Deus) além de mim". O único julgamento adequado para essa
degeneração moral e intelectual era a destruição súbita e espantosa, a matança
dos exércitos da Babilônia (v. 9a), e o fim abrupto do seu poder político (o
que aconteceu tudo em 539 A.C.).
12-15. Deus
desafia o poder mundial presunçoso a que se desvie da sua destruição. A antiga
Babilônia se orgulhava da sabedoria acumulada pelos seus sábios operadores de
milagres, especialmente aqueles que tinham aperfeiçoado a ciência da astrologia
e proclamavam ter a capacidade de adivinhar o trituro e predizer os dias
propícios para todos os negócios. (A literatura cuneiforme está cheia desse
tipo de coisas.) Mas o fogo do juízo divino devoraria todo o emaranhado das
mentiras desses homens "sábios", deixando apenas cinzas. As nações
que admiravam o brilho da civilização babilônica retornariam, deixando a
Babilônia sozinha para enfrentar os persas.
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