Interpretação de Isaías 65 e 66

Isaías 65

Sermão VII. A Misericórdia Divina Reservada para o Israel Espiritual. 65:1-25.

1-7. Esta é uma acusação severa contra a nação judia hipócrita do tempo de Isaías, professando ser um povo santo e justo (v. 5), e contudo praticando todas as execráveis abominações dos pagãos. (Esta descrição seria de todo desapropriada para o Israel pós-exílico, que abandonou a idolatria para sempre).
1. A um povo que não se chamava do meu nome. Os gentios (de acordo com Rm. 10:20,21), que um dia atenderiam ao Evangelho, enquanto a nação da aliança permaneceria obstinadamente rejeitando a Cristo. Advertências e amorosas instâncias provaram ser infrutíferas; não havia outra alternativa a não ser o bem merecido castigo do cativeiro babilônico ( e a expulsão romana da Palestina em 135 d. C.).
8-12. Contudo este castigo inevitável demoraria a acontecer, a rum de preparar o remanescente dos verdadeiros crentes para as futuras bênçãos. O cacho de uvas do versículo 8 compõe-se, em grande parte, de uvas estragadas ou mirradas; poucas são boas e doces. Por razões sentimentais, sendo este cacho o primeiro da colheita, o agricultor o preserva.
11. Fortuna (Gade aqui é o nome próprio para o deus sírio da sorte). Destino (Menî, o deus do Destino – que introduz o obscuro jogo de palavras do versículo seguinte).
12. . . . vos destinarei (da mesma raiz de Menî) à espada.
13-16. O último grupo de israelitas desobedientes foi posto em contraste com o Israel espiritual. Os judeus incrédulos sofrerão fome e sede na alma e os tormentos do inferno; mas os fiéis desfrutarão da generosidade dos céus para sempre, e serão chamados por outro nome (v, 15), presumivelmente de "cristãos".
17-25. Aqui se dá um vislumbre da felicidade milenial sobre a terra depois de ter sido purgada dos incrédulos.
17. A designação novos céus e nova terra aplica-se ao reino milenial apenas como estágio preliminar das glórias eternas do céu (a Nova Jerusalém de Ap. 21; 22) – exatamente como o Pentecoste devia ser considerado (Atos 2:17) uma introdução aos "últimos tempos", embora ocorresse pelo menos dezenove séculos antes do Segundo Advento.
20. Esta predição requer as condições de uma cidade terrestre, onde nascem criancinhas e onde pessoas idosas morrem (embora a duração da vida seja bastante prolongada). Esta cena final é a de uma sociedade sem guerras, capitalista (v. 22), na qual até mesmo os animais predatórios se tornaram mansos e inofensivos (como em 11:7-9).


Isaías 66
Sermão VIII. A Bênção dos Verdadeiros Crentes no Fim dos Tempos. 66:1-24.

1-4. Jeová condena o externalismo na adoração. O Todo-poderoso não precisa de templos construídos por homens para habitar nem sacrifícios de animais para se alimentar (que contraste com o conceito pagão!). Ele quer um coração arrependido e crente. Um sacrifício válido é o selo sacramental da fé. À parte da fé, a matança animais é uma abominação diante de Deus igual a um assassinato, ou ao oferecimento de uma besta imunda (v. 3). Aqueles que se desviam do seu chamado descobrem para tristeza sua que Ele vai se desviar quando eles o chamarem.
5-9. O maravilhoso livramento do remanescente arrependido é o que se prediz aqui. A maioria dos incrédulos zomba dos que crêem sinceramente na Bíblia, desafiando o seu Deus a que exiba a Sua glória através de um milagre de libertação ou vingança, se for capaz. A resposta de Jeová ao desafio virá quando a tempestade dos caldeus sitiar tumultuosamente os muros de Jerusalém (v. 6). Nos "últimos dias" (a começar com o Pentecostes) esse remanescente se multiplicará rapidamente até formar um povo grande e numeroso pela pregação do Evangelho. E sem as prolongadas dores de parto, a comunidade extensa da Igreja Cristã brotaria por todo o Império Romano em apenas uma geração.
10-14. No conforto e na prosperidade da dispensação do Milênio, todo o grupo dos crentes desfrutará de paz ininterrupta e abundante (como um rio – v. 12) e exercerá uma influência totalmente dominante sobre todo o mundo. O relacionamento mais íntimo e mais afetuoso prevalecerá entre o Israel dos últimos tempos e o seu Deus. Um castigo decisivo e imediato será aplicado a todos os injustos e desobedientes.
15-17. Incrédulos idólatras serão destinados ao fogo do inferno (conforme está reafirmado em II Ts. 1:7-9).
17. Após a deusa, isto é, após o líder do culto que dirigia cerimônias de purificações idólatras (Jazanias, por exemplo, em Ez. 8:11).
18-21. A glória de Deus será manifesta a todo o mundo, isto é, a todos os que foram salvos da destruição do Armagedom, e se reuniram como adeptos da Igreja Milenial. Ao que parece, haverá então uma extensa atividade missionária estrangeira. Mencionados foram Társis (Mediterrâneo oriental), Pul (sul do Egito, talvez a Somália), Lude (provavelmente Lídia na Ásia Menor), Tubal (sudoeste do Mar Negro) e Javã (Grécia).
20,21. Todos os judeus regenerados da Dispersão serão honrosamente escoltados por seus correligionários gentios a caminho da Palestina. Possivelmente serão recebidos como tão santos (para sacerdotes e para levitas) quanto os judeus já na terra e em pé de igualdade. Ou talvez deles se refira aos crentes gentios propriamente ditos.
22-24. A criação dos novos céus e uma nova terra introduzirá um estado final, permanente e imutável para ambos, redimidos e condenados. Ao que parece, o aparecimento total da humanidade em Jerusalém para adoração é uma figura do compromisso e da obediência religiosa para com Jeová na qualidade de único Deus verdadeiro. Contudo as visitas a Jerusalém poderiam ainda ser uma possibilidade lógica decorrente da duração do período de mil anos. Os fiéis olharão para os cadáveres daqueles que se juntaram ao assalto final do Poder Mundial contra Jerusalém, esparramados pelo campo de batalha, e os detestarão e a tudo o que representam nesta vida. Observe que não se diz que os cadáveres ficarão lá para sempre. As almas dos ímpios serão consignadas para os tormentos eternos do inferno (como Cristo reafirmou em Mc. 9:48).
Assim a majestosa teologia deste Volume Oito chega a um fim comum vislumbre do destino eterno de toda a humanidade. A obra expiatória do Servo de Jeová estabeleceu os fundamentos para uma nova Comunidade, para os Novos Céus e a Nova Terra que nunca mais passarão.

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