Interpretação de Números 13

Números 13

Números 13 é um capítulo crucial na narrativa bíblica, recontando os eventos que cercaram a missão de reconhecimento de doze espiões na Terra Prometida. Aqui está uma interpretação de Números capítulo 13:

1. A Terra Prometida: O capítulo começa com os israelitas na fronteira da Terra Prometida, a terra que Deus prometeu dar-lhes. Esta terra simboliza a aliança de Deus e Sua fidelidade em cumprir Suas promessas aos descendentes de Abraão, Isaque e Jacó.

2. Os Doze Espiões: Moisés seleciona doze homens, um de cada tribo, para ir à terra de Canaã e explorá-la. A sua missão é avaliar a terra, os seus habitantes, os seus recursos e as suas fortificações. Esses espiões são escolhidos como representantes de toda a nação.

3. Teste de Fé: O envio dos espiões pode ser visto como um teste à fé dos Israelitas. Deus já havia prometido a terra a eles, mas a missão pretendia revelar se eles tinham fé e confiança para confiar em Sua promessa.

4. Relatórios mistos: Depois de explorar a terra durante 40 dias, os espiões regressam com os seus relatórios. Dez deles trazem um relato negativo e temeroso, enfatizando a força e o tamanho dos habitantes cananeus e os desafios da conquista da terra. Apenas Josué e Calebe dão um relatório positivo, expressando fé em que Deus lhes daria a vitória na terra.

5. Medo e Rebelião: O relatório negativo dos dez espiões causa medo e pânico generalizados entre os israelitas. Eles murmuram contra Moisés e Arão, expressando o desejo de retornar ao Egito e rejeitando o plano de Deus de entrar na Terra Prometida. Esta rebelião revela a sua falta de fé e confiança no poder e nas promessas de Deus.

6. A Ira e o Pronunciamento de Deus: Deus fica irado com os Israelitas pela sua falta de fé e rebelião. Ele pronuncia julgamento sobre a geração que duvidou Dele, declarando que eles não entrariam na Terra Prometida. Em vez disso, eles vagariam pelo deserto por 40 anos, um ano para cada dia em que os espiões explorassem a terra, até que aquela geração passasse.

7. Fé de Josué e Calebe: Josué e Calebe, os dois espias que deram um relatório positivo, são destacados pela sua fé e confiança em Deus. Deus promete que eles serão os únicos da sua geração a entrar na Terra Prometida porque O seguiram de todo o coração. Isto sublinha a importância da fé e da confiança no plano de Deus.

8. Lições sobre Fé e Obediência: Números 13 serve como uma lição poderosa sobre as consequências da dúvida, do medo e da desobediência. Ressalta a importância da fé, confiança e obediência nas promessas de Deus. O capítulo ensina que Deus é fiel às Suas promessas, mas a fé e a cooperação humanas são essenciais.

Números 13 é um capítulo fundamental que ilustra o significado da fé, confiança e obediência no plano de Deus. Serve como um conto de advertência sobre as consequências da dúvida e da rebelião, ao mesmo tempo que destaca a fé de Josué e Calebe como exemplos a seguir. Em última análise, sublinha a importância da fé nas promessas de Deus à medida que os israelitas continuam a sua jornada em direção à Terra Prometida.

Interpretação

A História dos Espiões. 13:1–14:45.
Os espiões avançaram com ordens de Moisés para observarem se a terra de Canaã era boa ou má, cheia de matas ou nua, se eram muitos ou poucos seus habitantes, se eram fortes ou fracos, se eram nômades que habitavam em tendas ou se já haviam se estabelecido há muito com fortalezas muradas. Depois de uma exploração de quarenta dias, do Neguebe até os limites de Hamate, os espias retornaram. Todos concordaram que a terra marrava “leite e mel”, mas dez deles ficaram tão profundamente impressionados com as fortalezas e a estatura gigantesca dos habitantes que incitaram uma onda de opiniões contra qualquer tentativa de tomar a terra.

Só Calebe e Josué tinham confiança em que “Se o Senhor se agradar de nós, então nos fará entrar nessa terra, e no-la dará”. A súbita aparição da glória do Senhor salvou os dois espias fiéis de serem apedrejados. O Senhor propôs a Moisés destruir o povo para formar do próprio profeta uma nação maior. Mas Moisés intercedeu eficazmente por Israel. Ele defendeu a necessidade de preservar a honra de Deus diante dos pagãos, que certamente diriam, “o Senhor não foi capaz”. E ele também apelou para a paciência e misericórdia de Deus. O Senhor perdoou o povo mas também o castigou, declarando que aquela geração que tinha murmurado e se rebelado não veria a Terra Prometida. O povo de Israel, grato pelo perdão mas não compreendendo o significado pleno do castigo prometido, tomou a decisão de agora obedecer naquilo que antes tinha desobedecido. Apesar da advertência de Moisés, subiram para lutar contra os amalequitas e cananeus. Foram completamente derrotados e tiveram de retroceder para Hormate.

13:2. Envia homens que espiem a terra. De acordo com Dt. 1:22, Deus condescendeu a um pedido do povo para que a terra fosse investigada. O Senhor não opôs objeção quanto a tal inteligente aproximação. Contudo, a subsequente falta de fé de Israel, torna-se ainda mais vergonhosa à luz do unânime testemunho dos espias que disseram que a terra era frutífera, exatamente como Deus tinha prometido que seda.

13:4. São estes os seus nomes. A teoria de que os nomes singulares desta lista se encaixam em algum outro período melhor do que no de Moisés não pode ser comprovada. A própria singularidade dos nomes é evidência de que vieram do período heróico da história de Israel e que não são produto de autores posteriores.

13:16. E a Oseias... Moisés chamou Josué. Moisés acrescentou o nome do Deus da aliança (yhwh) ao nome de Oseias (“libertação”), Este nome de Deus foi traduzido Jeová algumas vezes na E.R.C. e Senhor na E.R.A. De acordo com Êx. 3:14,15, o nome indica Deus como o grande “EU SOU”, eterno e pessoal em Seu Ser. Também lembrava a Israel que Ele era o Autor da Aliança. Aquele que fez as promessas aos pais – Abraão, Isaque e Jacó. Colocar este nome da Divindade como um prefixo a um nome pessoal foi o começo de uma grande tradição que enfrentou o progressivo teste com as divindades cananitas, especialmente Baal.

13:17. Subi ao Neguebe. Eles se dirigiram pala o norte, “através do Neguebe” ou “deserto”. Neguebe foi traduzido “sul” (outras traduções) porque fica ao sul de Canaã.

13:18. Vede a terra... e o povo. Este reconhecimento teve a intenção de determinar se a terra era boa ou não, se o povo era forte ou fraco, se habitava em cidades muradas como seus donos permanentes ou em tendas como beduínos. Séculos mais tarde, quando os assírios inventaram a guerra por meio do cerco das cidades, usaram maquinaria pesada e grupos de engenharia para tomar as cidades muradas; e mesmo então levava anos. Do ponto de vista humano, Israel tinha de enfrentar um inimigo formidável.

13:21. O deserto de Zim até Reobe, à entrada de Hamate. Viajaram de um local que ficava bem ao norte de Cades até uma cidade chamada Reobe, que ficava perto ou “na direção” da entrada do antigo reino de Hamate, cuja antiguidade se reflete em Gn. 10:18.

13:22. Edificada sete anos antes de Zoã. Zoã era a grega Tanis, uma cidade à leste do delta do Nilo. Tal como a hebraica Sor tornou-se a grega Tyr (o), So'an tornou-se Tan (is). Hebrom desempenhou papel importante na vida dos patriarcas (Gn. 13:18; 23:19), o que faria este versículo se referir aos tempos pré-abraâmicos. A referência, contudo, pode ser à reconstrução dessas cidades no tempo dos hicsos. A ligação entre Zoã e Hebrom na tradução hebraica teria mais provavelmente ocorrido depois que o Egito esteve sob o governo semita (dos hicsos), especialmente porque Zoã foi a capital do Egito hicso e provavelmente a residência de Faraó no tempo de Moisés.

13:24. O vale de Escol. A palavra para vale é nahal, significando “um leito fluvial seco”. Esses “wadis” geralmente guardavam água logo abaixo da superfície muito tempo depois das chuvas terem cessado e assim contribuíam pala a fecundidade da terra. Escol significa “agrupamento”. Alguns ligam este nome ao de um governante que viveu nesta época em tempos anteriores (veja Gn. 14:13).

13:28. O povo... é poderoso, e as cidades mui... fortificadas. Os espiões trouxeram um relatório concreto sobre a terra. Com este relatório ou palavra (deibeir, v. 26) Josué e Calebe concordaram (vs. 26.29). Foi no relatório pernicioso (dibbat, “uma difamação”, “um boato”, v. 32) que eles objetaram.

13:30. Calebe ... disse: Eia! subamos, e possuamos. Calebe tinha confiança nAquele que dera provas a respeito de si mesmo até então. Moisés expressou a característica atitude de Calebe quando disse: “O Senhor vosso Deus... pelejará por vós, segundo a tudo o que fez conosco... no Egito; como também no deserto” (Dt. 1:30, 31). Certamente prevaleceremos contra ela. Foi depois desta expressão triunfante de fé que os dez espiões começaram sua campanha difamatória (infamaram, v. 32). Isto foi o suficiente pala torná-los objeto do desprezo divino.

13:32. Infamaram a terra. O hebraico diz: Espalharam uma difamação da terra, o que sugere que deram início a uma campanha de difamação contra os dois homens fiéis. È terra que devora os seus moradores. Isto não significa que a terra fosse pobre - eles mesmos provaram o contrário - mas que muita gente brigava por causa dela justamente por ser tão boa.

13:33. Gigantes (os filhos de Enaque...). Alguns sugerem que os espiões imaginassem que havia gigantes por ali, quando viram os grandes muros, alguns de até 15,24ms de altura, supondo que só gigantes poderiam tê-los construído. Mas as medidas do estrado da cama do Rei Ogue dados em Dt. 3:11, testificam da existência de uma raça de pessoas anormalmente grandes. Dt. 2:10, 20 e Gn. 14:5 indicam que no tempo dos patriarcas existiam “gigantes” que recebiam diversas designações locais (emins, zuzins e refains). No hebraico de Dt. 2:11 os enaquins são chamados refains (traduzido para “gigantes”). Josué 11:22 conta-nos que os enaquins permaneceram em três das cidades filisteias - Gaza, Gade e Asdode (Jr. 27: 5, LXX). A família de Golias em Gade poderia descender dessa gente, pois em II Sm. 21:16.22 e em I Cr. 20:4-8 esses gigantes filisteus são chamados de filhos de Reipei'.

Os textos de Ugarit do século quinze mencionara os refains (C.H. Gordon, Ugaritic Literature, págs. 101-103), que provavelmente não eram “sombras dos mortos” mas realmente essa mesma gente poderosa (cons. ilnym ugarítico e ‘elim hebraico; Jó 41:17, Bíblia Hebraica; 41:25, Inglesa) do norte, de onde veio a utilização do ferro (cons. o estrado da cama de Ogue).

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