Interpretação de Números 19
Números 19
Números 19 fornece instruções para a purificação de indivíduos que se tornaram ritualmente impuros através do contato com um cadáver ou sepultura. Este ritual de purificação envolvia o uso das cinzas de uma novilha vermelha e é significativo pelo seu significado simbólico no contexto religioso israelita. Aqui está uma interpretação de Números 19:1. A Novilha Vermelha: O capítulo começa introduzindo o conceito da novilha vermelha, um requisito relativamente raro e específico para o ritual de purificação. A novilha deve estar sem defeito, completamente vermelha e nunca ter sido colocada em jugo. Esta novilha vermelha é sacrificada e suas cinzas são coletadas para o ritual de purificação.
2. O Propósito do Ritual: O propósito principal do ritual de purificação envolvendo as cinzas da novilha vermelha é limpar indivíduos que se tornaram ritualmente impuros devido ao contato com um cadáver. Na antiga sociedade israelita, tal impureza impediria um indivíduo de participar em certas atividades religiosas e na vida comunitária. Este ritual permitiu a sua reintegração na comunidade.
3. Simbolismo da Novilha Vermelha: A novilha vermelha é frequentemente vista como um símbolo de pureza e expiação. Suas características únicas, como ser totalmente vermelha e sem manchas, simbolizam a ausência de pecado e impureza. O processo de sacrificar a novilha, queimar seu corpo e usar as cinzas para purificação carrega a ideia de purificação do pecado e da contaminação.
4. Água de Purificação: As cinzas da novilha vermelha foram misturadas com água para criar a “água de purificação” (ou “água de limpeza”). Essa água era borrifada sobre a pessoa impura e sobre quaisquer objetos que tivessem entrado em contato com um cadáver. O ato de aspergir esta água simbolizava a remoção da impureza e a restauração da santidade ritual.
5. A Exigência das Cinzas da Novilha: As cinzas da novilha vermelha não deveriam ser usadas indefinidamente. Em vez disso, deveriam ser preparados e armazenados para uso futuro. Isto realça a necessidade contínua de purificação ritual e o reconhecimento de que a impureza ritual pode reaparecer na comunidade.
6. Aplicação além da limpeza física: Embora o capítulo trate principalmente da impureza física e ritual, ele carrega um significado simbólico e espiritual. O ritual lembra aos israelitas a necessidade de limpeza moral e espiritual do pecado e da impureza, e não apenas da contaminação física. Ele ressalta a importância da santidade e do processo de expiação.
7. Preparação para a Terra Prometida: À medida que os israelitas se preparavam para entrar na Terra Prometida, manter a pureza ritual era essencial para a sua adoração e relacionamento com Deus. O ritual da novilha vermelha garantiu que eles pudessem continuar suas práticas religiosas sem serem prejudicados pela impureza ritual.
Números 19 descreve os procedimentos para a purificação de indivíduos que se tornaram ritualmente impuros através do contato com um cadáver. O uso das cinzas da novilha vermelha e da água de purificação simboliza a remoção da impureza e a restauração da santidade ritual. Além da sua aplicação prática, o ritual carrega um significado espiritual e simbólico, lembrando aos israelitas a necessidade de purificação moral e espiritual do pecado e da impureza enquanto viajavam em direção à Terra Prometida.
Interpretação
A Água Purificadora para Aqueles que se Contaminassem com Mortos. 19:1-22.Os versículos de 1 a 10 explicam como esta água devia ser preparada, e o restante do capítulo diz como devia ser usada. Eleazar, o filho de Arão, devia supervisionar o sacrifício de uma novilha vermelha perfeita fora do acampamento. Devia aspergir o seu sangue na frente do Tabernáculo sete vezes e depois queimá-la inteiramente, incluindo o sangue, junto com madeira de cedro, hissopo e fazenda vermelha. As cinzas resultantes deviam ser usadas para o preparo da “água purificadora”; isto é, água para remoção da impureza cerimonial.
Uma pessoa contaminada por um morto devia ser considerada imunda durante sete dias. Adquiria a pureza cerimonial sendo aspergida com esta água no terceiro e sétimo dias. No sétimo dia devia lavar suas roupas e o corpo e, ao pôr do sol, estaria “limpa”. Aquele que deixasse de obedecer devia ser excluído da congregação como pessoa imunda.
19:2. Uma prescrição da lei. O que aqui foi chamado de lei doutrinária, mais tarde foi chamado de estatuto perpétuo, “eterno” (v.10). Portanto, o duplo propósito deste ritual era ensinar a Israel a pureza de Deus e preservar esta revelação às gerações futuras. Uma novilha vermelha, perfeita. Muitos têm tentado forçar interpretações alegóricas no uso desta novilha vermelha, nas quais cada detalhe, incluindo a cor do animal, recebe um significado espiritual. Seria melhor aceitarmos esta cerimônia como o faríamos com o quadro de um pintor, reconhecendo que, apesar do todo transmitir uma mensagem, os detalhes são insignificantes quando considerados independentemente. Hebreus 9:13, 14 aponta a mensagem desta lição objetiva – o povo de Deus precisa experimentar a purificação da impureza. Tal como as cinzas da novilha vermelha purificavam cerimonialmente o israelita contaminado, o sangue de Cristo satisfaz a justiça divina, purifica a consciência do pobre pecador e o restaura diante de Deus.
19:4. Espargirá para a frente da tenda da congregação. Este era o ato expiatório que expiava o pecado e aplacava a Deus (Lv. 16:14, 15). A vida de uma vítima pura e inocente substituía a vida da pessoa maculada, por causa disso esta oferta pelo pecado chamava-se hattei't (Nm. 19:9, 17).
19:9. Num lugar limpo, isto é, cerimonialmente limpo. Para a água purificadora. Mais corretamente água da impureza, aquela que remove a impureza. É oferta pelo pecado. O plano deste ritual era providenciar uma maneira simples de purificar os israelitas de uma contaminação muito comum. Eles sentiam em suas consciências o relacionamento que há entre o pecado e a morte e a necessidade da libertação da maldição que a morte representa, a maldição do pecado.
19:12. ...se purificará. Como em 8:21, a expressão hebraica é ele se des-pecará. Embora signifique purificação, a ênfase está sobre a imundícia, não sobre a pureza, talvez porque ninguém pode ser realmente purificado se não compreender que o pecado é pecado.
19:13. Contamina o tabernáculo do Senhor. Um israelita contaminado pela morte poluiria tudo o que tocasse ou de que se aproximasse. Esta ideia do contágio da impureza cerimonial destaca-se nos versículos 14, 15 (cons. Ag. 2:13).
19:16. Em outro morto, ou nos ossos de algum homem, ou numa sepultura. Qualquer coisa relacionada com a morte contaminava. As pessoas não podiam evitar de se contaminarem ocasionalmente; por isso “a água purificadora” estava sempre à disposição. O sacerdote, contudo, estava proibido de se contaminar, exceto quando morriam seus parentes mais próximos (Lv. 21:1-3).
19:18. Um homem limpo tomará hissopo. Qualquer pessoa “limpa” podia realizar esta tarefa; não era necessário que fosse um sacerdote. O propósito desta provisão era tomar facilmente acessível a purificação do inevitável contato com a morte.
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