Interpretação de Números 7
Números 7
Números 7 é um capítulo extenso que fornece um relato detalhado das ofertas trazidas pelos líderes das doze tribos de Israel durante a consagração do Tabernáculo. Embora possa parecer uma lista repetitiva e longa de ofertas, ela traz vários temas e mensagens importantes:1. Ofertas voluntárias: O tema principal do capítulo 7 de Números são as ofertas voluntárias feitas pelos líderes de cada tribo. Cada líder, representando sua tribo, apresentou ofertas idênticas ao Senhor durante a consagração do Tabernáculo. Essas ofertas incluíam vários itens como prata, ouro, animais para sacrifícios e outros materiais usados na adoração e manutenção do Tabernáculo.
2. Igualdade e Unidade: O fato de todos os líderes tribais trazerem as mesmas ofertas ressalta a ideia de igualdade e unidade entre as tribos. Apesar das suas diferenças, as doze tribos estavam unidas na sua dedicação ao serviço de Deus e à manutenção do Tabernáculo. Esta unidade foi crucial para a coesão da comunidade israelita.
3. Liderança e Responsabilidade: Os líderes de cada tribo desempenharam um papel significativo na representação do seu povo e na tomada de responsabilidade pelo bem-estar espiritual e comunitário das suas tribos. As suas ofertas simbolizavam o seu compromisso de liderar as suas tribos na adoração a Deus e de apoiar a infra-estrutura religiosa da comunidade.
4. O Papel Central do Tabernáculo: Este capítulo enfatiza o papel central do Tabernáculo como a morada da presença de Deus entre os Israelitas. As ofertas feitas pelos líderes tribais destinavam-se a apoiar e sustentar as operações e serviços do Tabernáculo. Isto sublinha a importância da adoração e da manutenção de um espaço sagrado na vida da comunidade israelita.
5. A Aceitação de Deus: Na conclusão das ofertas, o capítulo descreve a resposta de Deus à dedicação do Tabernáculo. Ele fala com Moisés do propiciatório, significando Sua aceitação do Tabernáculo como um lugar onde Ele se encontraria com Seu povo. Esta aceitação assegurou aos israelitas que os seus esforços agradavam a Deus.
6. Generosidade e Devoção: As ofertas trazidas pelos líderes tribais demonstram sua generosidade e devoção a Deus. Eles contribuíram voluntariamente com materiais e recursos valiosos para o serviço do Tabernáculo, refletindo o seu compromisso com a adoração e a sua confiança na orientação e proteção de Deus.
Números 7 pode parecer repetitivo, mas traz temas importantes de unidade, liderança, devoção e o papel central do Tabernáculo na vida da comunidade israelita. Ressalta a ideia de que a adoração comunitária e o compromisso com Deus eram essenciais para a coesão e o bem-estar espiritual das tribos enquanto viajavam pelo deserto.
Interpretação
Ofertas dos Príncipes Tribais. 7:1-89.Depois que todo o Tabernáculo (‘ohel mo’ed) foi levantado, ungido e santificado (veja Êx. 40:17), os príncipes (cons. Nm. 1:5-16) trouxeram as ofertas necessárias para o transporte do Tabernáculo. Apresentaram seis carros e doze bois aos filhos de Gérson (4:24-26) e Merari (4:31, 32). (Uma vez que os filhos de Coate estavam proibidos de carregar as coisas santíssimas em carros, eles as levavam por meio de varais sobre os seus ombros.) Além disso, em doze dias diferentes, os príncipes traziam, cada um no seu dia, provisões de ofertas idênticas para a dedicação do altar (vs. 11, 88). O último versículo deste capítulo revela que Deus comunicou-se com Moisés por meio de uma voz que saía do propiciatório, entre os querubins (cons. Êx. 25:22).
7:1. No dia em que Moisés acabou de levantar. Não foi um dia específico. O significado é simplesmente que depois que Moisés terminou o levantamento e a unção, etc., os príncipes fizeram suas ofertas (veja v. 88).
7:3. Seis carros cobertos. A palavra hebraica rara usada aqui para carros é cognata do subbu acadiano, significando “uma carreta ou liteira”. A palavra por si mesma não especifica se os carros eram cobertos ou abertos.
7:10. Para a consagração do altar. Críticos têm insistido em aplicar esta frase ao período dos Macabeus, durante o qual a Festa da Dedicação teve origem. Eles proclamam que hanukka (“dedicação”) é uma palavra posterior. Mas eles admitem (ICC, pág. 76) que a raiz desta palavra é antiga, conforme se verifica do seu uso na palavra Enoque (hanok; Gn. 4:17; 25:4; 46:9) e na palavra usada em relação aos experimentados homens de Abraão (hanik; Gn. 14:14). Embora a palavra seja rara, a Bíblia ilustra que era largamente usada. O Rei Davi organizou um hanukka para o seu palácio, de acordo com o título do Salmo 30. Salomão, semelhantemente, dedicou o altar do Templo (II Cr. 7:9).
Neemias dedicou o muro de Jerusalém (Ne. 12:27). E Judas Macabeu rededicou o Templo depois de sua profanação (I Mc. 4:51). Em todos os casos foi usada a mesma palavra hebraica. É provável que Judas Macabeu conhecesse a antiga tradição do hanukka, pois a sua festa não foi um dia de inovação.
7:12. Naassom... pela tribo de Judá. A ordem na qual os príncipes vieram, diferente de Números 1, foi de acordo com a linha de marcha (cap. 2).
7:14. Um recipiente de dez siclos de ouro. Um pires de ouro (não uma colher) cheio de incenso encaixa-se bem com a descrição do altar do incenso em Êx. 30:1-10 (cons. Ap. 8:3, 4).
7:88. Depois que foi ungido. Uma frase semelhante a esta em 7:10, 84 – “no dia em que foi ungido” – evidentemente não faz referência a um dia particular (7:11, mas é simplesmente uma cláusula temporal. Este versículo (88) torna claro que a dedicação do altar aconteceu algum tempo depois da unção registrada em Lv. 8:11.
7:89. Ouvia a voz que lhe falava de cima do propiciatório. Moisés recebeu revelação divina quando falava com Deus. Um emprego raro de uma raiz hebraica aqui, dá ao verbo “falar” um significado correspondente de “conversar” (KB, pág. 200). O mesmo emprego foi feito para mostrar que Ezequiel estava conversando com Deus (Ez. 2:1; 43:6; cons. II Sm. 14:13). Em Ml. 3:16 usou-se um verbo relacionado deste modo para dizer que “falavam um com o outro”. Assim, quando Moisés entrou... para falar com (Deus), então ouviu uma voz conversando com ele de cima do propiciatório”.
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